Se uma pessoa chegasse ao Brasil nos últimos dias e assistisse as TVs; lesse as revistas semanais e os maiores jornais do país pensaria que Lula é o pior presidente que já houve e que o PT é execrado pelo povo. Acontece que Lula recebeu mais de 48% dos votos no 1º turno, tem a maior aprovação popular da história como presidente e caminha para a vitória no segundo turno. O PT foi o partido mais votado para deputado federal, com quase 14 milhões de votos.
O problema reside na posição política que adotaram os maiores meios de comunicação. Eles destoam grandemente do sentimento popular, atacam duramente o presidente e o PT, comportando-se como verdadeiros partidos políticos de oposição. Aliás, às vezes, a oposição tem sido dirigida pela grande imprensa. Um exemplo foi a matéria da Veja em que ela ataca o Ministro Márcio Tomás Bastos. No dia seguinte, os presidentes do PSDB, PFL e PPS foram pedir a impugnação de Lula ao TSE, com base neste artigo.
No governo FHC e nos governos Covas/Alckmin em SP não se viu tamanha preocupação com o combate à corrupção. As notícias eram esparsas, encobertas por outras e em poucos dias, esquecidas. Os partidos governistas, principalmente o PSDB e o PFL eram simplesmente ignorados, como se FHC, Alckmin e seus auxiliares não fossem filiados a nenhum partido.
Basta lembrarmos os escândalos do Governo FHC: congelamento dos salários dos servidores federais por 8 anos; sucateamento dos serviços públicos; altíssimas taxas de desemprego; menor salário mínimo de todos os tempos; aumento da desigualdade social; fome para milhões de famílias etc. Pois, escândalo não é só quando há suspeita de corrupção, mas também quando o governo não cumpre a Constituição, que diz que todos os brasileiros são iguais e portanto têm direito a uma vida digna, emprego, salário justo, alimentação decente. E FHC foi julgado pelo povo como um péssimo governo, porém foi ótimo para uma minoria que enriqueceu com a privatização das estatais e com os lucros enormes dos banqueiros.
Outros escândalos de FHC: privatização das estatais a preço de banana; os recursos arrecadados sumiram pelo ralo do pagamento de juros para banqueiros; PROER, onde o governo repassou 10 bi de dólares para pobres banqueiros falidos; Pasta Rosa; SIVAM; Marka e Fonte Cindam; compra de votos para a reeleição de FHC; bloqueio de qualquer tentativa de CPI para investigar as denúncias contra seu mandato; as denúncias eram barradas pelo engavetador geral da república.
Os três mandatos de Covas/Alckmin não ficam atrás: os servidores estaduais aposentados estão com salários congelados desde 1995; foram fechadas muitas escolas, assim como o serviço público foi sucateado; privatização da CESP, CPFL, COMGÀS, BANESPA; 69 pedidos de CPI foram barrados, devido à maioria governista na Assembléia Legislativa; nenhuma denúncia contra os governos Covas/Alckmin foi apurada.
Na verdade, montaram em SP uma "ditadura perfeita" como no México, onde o PRI governou por 70 anos, sempre "vencendo" as eleições, à custa de fraude, compra de votos, ameaças etc. Em SP, a "ditadura perfeita" combina o uso partidário da máquina pública, conluio com empresas privadas e privatizadas e muito dinheiro injetado na veia da grande imprensa, que não denuncia os desmandos do PSDB paulista, com a mesma desenvoltura com que ataca Lula e o PT.
A imprensa poderia dar grande destaque a denúncias de fraude na NOSSA CAIXA, banco estatal que financiou publicidade em revistas amigas do Alckmin, sem licitação. Ou ainda, por que as investigações sobre licitações fraudulentas para construção de casas e apartamentos não se concluem nunca? Ou ainda, onde foi parar o dinheiro arrecadado nas privatizações de FHC e Alckmin?
A unanimidade da chamada grande imprensa, na oposição ao Presidente Lula e ao PT envolve quais interesses? Por que eles tentam destruir a imagem positiva do Lula? Por que não adotam uma postura imparcial e criticam Alckmin? Esta unanimidade cheira mal.
(Hílton Faria da Silva, engenheiro agrônomo e vereador do PT em Palmas, no site O Informante)
segunda-feira, outubro 23, 2006
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2 comentários:
Há alguma coisa a se reparar no artigo do Hilton? Não.
Entretanto...
O Brasil avançou e a mídia soube avançar ainda mais. Tornou-se intocável. Patrocina o controle do Judiciário, do Legislativo e do Executivo. Mas barra qualquer iniciativa de regulamentação do setor de comunicação. Quem há de bradar se corre o risco de ser chamado de censor!
Assim, delega-se ao chamado "quarto poder" o poder absoluto. Mesmo sabendo-se que eles não se reinventam, que perdem tiragem, audiência e ouvintes.
O governo Lula é vítima, mas co-autor. Se por um lado promove a inclusão digital, não a promoveu nos sítios governamentais; se promoveu a regionalização da distribuição das verbas publicitárias,combateu como nunca as rádios e tvs comunitárias.
É fácil dizer que perdemos a batalha da comunicação.O difícil é aceitar que não entramos, efetivamente, na batalha.
Isto não quer dizer "partidarizar" a comunição, mas torná-la efetivamente pública e democrática, principalmente nos critérios de concessão de canais e de empréstimos e na observância dos preceitos constitucionias de pluraridade cultural e regional.
Se ultrapassamos o "fora FMI", podemos sonhar com um "abaixo a rede globo" conquistado nas teclas do controle remoto. Mas temos que enfrentar. Serão várias batalhas. Sem lemas (ou slogans). Com feridos de ambos os campos. Vitoriosa será a democracia brasileira, construída por um povo que recusa-se a dividir-se. Porém, não mais abdica do direito de expor suas diferenças.
LULLA ROUBA DOS RICOS PARA DAR AOS POBRES (PETISTAS)
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