O candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, gastou R$130 milhões com passagens aéreas e aluguel de veículos e aeronaves entre 2001 e 2005, quando governou o Estado de São Paulo. O valor, confirmado pelo Sistema de Gerenciamento da Execução Orçamentária do estado (Sigeo), seria mais do que suficiente para comprar um Airbus igual ao que ficou conhecido como "Aerolula". Ou seja: em apenas quatro anos, Alckmin gastou com deslocamentos mais do que o valor de uma aeronave cujo tempo de vida é estimado em 30 anos.
Mesmo assim, o ex-governador classificou a compra do avião como "dinheiro jogado fora", em declaração feita durante debate com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último domingo, na TV Bandeirantes.
O eleitor de São Paulo precisa saber quem é que está manipulando informações e "jogando dinheiro fora". Segundo o Sigeo, as despesas com locação de veículos e aeronaves cresceram 623,17% entre 2001 e 2005 em São Paulo, passando de R$5,39 milhões para R$39,04 milhões. Com passagens, houve aumento de 118,5% nos gastos, passando de R$4,9 milhões para R$10,71 milhões no mesmo período.
Embora Alckmin tenha dito que seu governo vendeu as aeronaves do Estado, as vendas não constam da relação de bens alienados na Assembléia Legislativa. Além disso, a proposta de Lei Orçamentária de 2007 prevê um valor de R$3,08 milhões para a manutenção de três aeronaves e uma quarta aparece na relação.
A compra do Airbus
A compra do Airbus Corporate Jetliner, batizado pela imprensa de "Aerolula", é resultado da aprovação de uma diretriz presidencial sobre o plano de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira (FAB), datada de 13 de julho de 2000 - portanto, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
O contrato de aquisição da aeronave, assinado em 9 de fevereiro de 2004, contempla, além da aeronave, peças de reposição, equipamentos de apoio no solo, publicações técnicas, treinamento operacional e de manutenção e a assistência técnica, perfazendo o total de US$56,7 milhões, ou R$122 milhões ao câmbio de hoje. O Airbus pertence à FAB e não à Presidência da República.
Em entrevista ao jornal O Globo, o brigadeiro da FAB Francisco Joseli Parente Camelo, coordenador das viagens internacionais da Presidência da República, disse que, entre fevereiro de 1999 a abril de 2001, o governo gastou US$5 milhões em aluguel de aviões para algumas das viagens internacionais do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"Com a média do número de viagens de Fernando Henrique e do presidente Lula o que foi gasto com o novo avião vai estar pago em dez anos. Seu tempo útil de vida é de 30 anos. Foi um negócio excelente. O avião não é do Lula, é do Estado brasileiro", afirmou o brigadeiro ao jornal.
quarta-feira, outubro 11, 2006
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