quinta-feira, outubro 19, 2006

A direita saberá perder com compostura?

Pesquisa do instituto Vox Populi, divulgada nesta quinta-feira 19, mostrou Lula com 22 pontos de vantagem sobre Alckmin entre os votos válidos.

Para Carlos Montenegro, do Ibope, que divulga pesquisa nesta sexta-feira, só um fato "muito espetacular" poderá arrancar a faixa de presidente da República do peito de Lula.

Como gato escaldado tem medo de água fria, muita gente imagina que nos próximos dias a oposição de direita vai tentar criar algum "fato" e vai divulgá-lo de maneira "muito espetacular".

Aliás, nesta semana uma nova onda de boatos tomou conta da Internet, dando conta que o tal "fato espetacular" seria divulgado por uma conhecida revista semanal.

Segundo esta boataria, os "fatos" que seriam divulgados por tal revista tornariam "desnecessárias as eleições no segundo turno".

Esta afirmação revela a concepção de democracia que vigora em setores da direita brasileira.

Alguém que acredita que o noticiário de uma revista é algo capaz de "tornar desnecessárias as eleições no segundo turno", é quem pensa que a escolha do presidente da República pode ser feita num conluio entre alguns barões da mídia e políticos de direita.

Para esta gente, o voto do povo seria algo "desnecessário".

Infelizmente, declarações dadas pelo candidato da oposição vão na mesma linha.

Segundo Alckmin, em frase amplamente divulgada pela imprensa, se Lula for reeleito, seu governo "acaba antes de começar".

Há várias interpretações possíveis para esta frase. Em qualquer uma delas, fica a impressão de que uma parte da oposição de direita está perdendo a compostura.


Algumas recomendações

Primeiro, vamos nos vacinar contra a euforia das pesquisas. Eleição não se ganha de véspera.

Segundo, vamos nos vacinar contra as mentiras dos meios de comunicação. Vem mentira grossa por aí.

Terceiro, vamos nos vacinar contra a raiva da direita brasileira. Parcelas da oposição estão revelando um comportamento histérico e violento.

E, ao contrário do ditado, quem ladra as vezes também morde.

Alguns mordem a própria língua.

É o caso de FHC, que revelou: "Não sou contra a privatização da Petrobras". Para depois inventar que faltou uma vírgula na sua frase, que deveria ser assim: "Não, sou contra a privatização da Petrobras".

É o caso de Mendonça de Barros, que foi reclamar das declarações de Alckmin acerca das privatizações e terminou falando num tom de quem já perdeu as eleições.

É o caso de Alckmin, que ora desautoriza seu conselheiro econômico, o senhor Nakano, e ora diz "eu estou plenamente de acordo com o professor Nakano", como fez nesta quinta-feira durante sabatina promovida pela Folha.

Outros mordem de verdade, como se viu no Leblon.


Mobilização e vacinação

Seja como for, a eleição não está ganha e a direita vai jogar ainda mais pesado nos próximos dias. Frente a isso, devidamente vacinados, o essencial é a mobilização total, todos os dias e todas as horas, daqui até o fechamento da última urna. E depois, até a apuração. E depois, até a posse. E assim por diante.

A força do povo, vacinado e mobilizado, os males do Brasil derrotarão.

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