terça-feira, outubro 17, 2006

Afinal, por quê a grande mídia "preferiria" Alckmin presidente?

O amigo Marcelo Carota, vulgo Pirata, em seu blog AntiGolpe, fornece uma resposta bem clara e completa à pergunta acima, que não geralmente costuma aparecer quando vêm à tona fatos como os revelados na reportagem desta semana da revista Carta Capital (em pdf, aqui). Vejam o que ele diz:

"Em 2.000, o governador reeleito aecinho neves (PSDB-MG) era presidente da câmara dos deputados. À época, mobilizou todo o congresso à votação, em "urgência urgentíssima", da lei de nr. 222, que permite a entrada de até 30% de capital estrangeiro nos grupos nativos de comunicação. A única reportagem a respeito foi feita pela mesma Carta Capital, com direito a uma foto em que representantes dos civita (revista see, como se diz na daslu), dos frias (falha de SP), dos mesquita (estaticão de SP), dos marinho (grobo) e outros pediam, qual mendigos, ajuda ao pimpão aecinho. Foi aprovada a lei, salvando o couro de $inhá, mas, dois anos depois, $erra (PSDB-SP), que chato, perdeu a eleição presidencial, pondo fim ao plano idealizado pelo finado serjão motta de, com efeagacê, dar início a um período de 20 anos de comando do país pelo PSDB. Que sonhos de $inhá mídia a derrota de $erra destruiu não se pode afirmar, mas pode-se deduzir.

* Em tempo: aecinho, por seu turno, nada tem do que reclamar. Por duas vezes, em 2.002 e agora, elegeu-se graças ao maciço apoio de $inhá, especialmente na omissão de seus, dele, podres.

Foi no governo de éfeagacê (PSDB-SP), também em 2.000, que a grobo tomou emprestado R$800 milhões para pagamento de parte de sua impagável dívida de U$3,5 bilhões. No caso, era para saldar uma dívida com um grupo italiano que aparelhou a groboníus, e cujo não pagamento implicaria na saída do canal do ar. Via BNDES - ou seja, com NOSSO dinheiro -, éfeagacê liberou o empréstimo, e mais: nem se falou em pagamento; afinal, com mais de uma década de PSDB no governo, como planejado, quem haveria de se importar com essa merreca? Mas $erra não ganhou, apesar de todo empenho da grobo em mostrar - ora, veja você - uma "montanha de dinheiro" no escritório de roseana sarney (o que a liquidou do pleito de então), com o que os marinho passaram, finalmente, a se preocupar com as conseqüências de um calote.

Com a lei que aecinho neves fez aprovar, a revista veja vendeu, de pronto, 13% de suas ações ao grupo venezuelano sisneros, comandado por inimigos de morte de Hugo Chávez (com o que torna-se claro o porquê da revista referir-se de forma tão simpática a Chávez). Anos depois, recentemente, a revista fez estardalhaço da venda de 30% de suas ações a um grupo sul-africano de comunicação, composto pela fina flor dos promotores do apartheid naquele país. Opa! Alguém fez a soma: 13% + 30% = 43% de ações vendidas, 13% acima, portanto, do que permite a lei. Até hoje, veja tenta emplacar a conversa de que os 30% comprados pelos sul-africanos já compreendem a parte vendida aos venezuelanos, mas procuradores de São Paulo, felizmente, insistem em não acreditar em veja, seguindo na incômoda investigação - incômodo este que não pode ser eliminado pelo chapa de veja, alberto goldman, do PSDB-SP, eleito vice-governador de $erra, que tantos favores deve à veja, que, afinal, só em uma sua campanha à câmara colaborou com R$50 mil. Pra acabar o incômodo, só mesmo em outra e maior "esfera", e adivinhe quem poderá ajudar a revista?

Em recente entrevista ao sítio Comunique-se, octavinho frias, da falha de são paulo, revelou, depois de participar de um congresso latino-americano de comunicação, que todos os donos de jornais deste continente já planejam para breve a distribuição gratuita de suas folhas, que, portanto, terão de ser sustentadas apenas por anunciantes (e imagine o catálogo em que se transformará um jornal), posto que quase ninguém mais as compra, parte devido a uébi, parte (maior) porque não tem grana mesmo. Numa outra entrevista - para o sítio do curso master em jornalismo, mantido por carlos alberto di franco, numerário da opus dei e uma espécie de "guru espiritual" de geraldinho alckmin, além de mentor na formação de editores para quase todos os veículos midiáticos deste país -, o mesmo octavinho revela que o que, hoje, tem pago as contas dos jornais são os tablóides sensacionalistas, aqueles, você sabe, cujas boas vendas se devem muito mais aos cupons de sorteio de casas do que ao seu, digamos, "conteúdo" - curiosamente, geraldinho, em seus programas eleitorais, tem manifestado um imenso orgulho de sorteios semelhantes que promoveu quando governador de São Paulo. O sílvio santos que se cuide...

Com a eleição de $erra para o governo de São Paulo, os frias respiraram um pouco mais aliviados - afinal, $erra é amigo pessoal de luiz frias, mas só mesmo uma outra eleição é que poderá, quem sabe, animar a portugal telecom a retomar uma certa conversa, interrompida pelo boquirroto roberto jefferson, que teve passe livre para jogar merda no ventilador, mas se esqueceu de que apenas contra Lula...

Estes são só alguns poucos exemplos que comprovam o óbvio: ou o PSDB que tanto ajudou $inhá mídia retorna para cumprir "aquele plano", ou todos, sem exceção, terão problema$. Natural, portanto, que, desesperados, estejam a desferir, diária e sistematicamente, tantos e tão violentos GOLPES contra tudo e contra todos que possam representar a menor ameaça ao êxito "daquele" plano e de outros mais, todos de ordem particular. Têm, em seu favor, divergências comerciais à parte, uma coesão invejável na defesa de seus interesses. O que não é natural, penso, é a NOSSA APATIA, ou essa nossa resignação ao berro, e é abominável essa nossa mania de nos mantermos, sempre, desunidos."


Ao final do seu post, o Pirata dá a dica que traz não a solução, mas um importante primeiro passo: o link para um manifesto por uma mídia democrática e independente, um abaixo assinado via internet para ser enviado ao Ministério Público Eleitoral. Agora, inicinho de terça, o manifesto possui cerca de 2200 assinaturas - uma delas a minha. É verdade que é muita assinatura, mas eu ainda acho pouco diante da importância do que é reivindicado. Então vá lá, leia, se concordar assine e divulgue para seus conhecidos. Essa é uma discussão importantíssima, que ultrapassa em muito os interesses eleitorais do momento atual e deve ser uma bandeira permanente para todos os brasileiros que, independente do voto, tenham um compromisso pessoal com a ética e a verdade!

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