quarta-feira, maio 31, 2006

Crianças com Lula


O presidente Lula tem se desdobrado para atender aos inúmeros pedidos – vindos de gente de todo o país e de todas as idades – para cumprimentos. Na tarde de hoje, após receber o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, fez um rápido intervalo em sua agenda para receber Hugo Pereira Maia, 9 anos, aluno da Escola das Nações, de Brasília. Hugo pôde dizer ao presidente que o admira por causa do trabalho de redução da fome no Brasil. Na saída, o pré-adolescente encontrou-se com o ministro Patrus, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e com o vice-presidente José Alencar. (Fotos: Ricardo Stuckert)

terça-feira, maio 30, 2006

OIT vai homenagear Brasil por combate ao trabalho infantil

Brasil será homenageado durante a 95ª Conferência Internacional do Trabalho, como modelo na erradicação ao trabalho infantil. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, receberá as homenagens nos dias 7 e 8 de junho.

A delegação brasileira que participa da reunião, que começa hoje (30) em Genebra, na Suíça, é composta por 20 integrantes, além dos membros observadores. O evento termina no dia 16 de junho e tem como objetivo aprovar as novas normas internacionais do trabalho que passarão a ter validade jurídica nos 200 países membros da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Segundo informou o Ministério do Trabalho, serão discutidos este ano temas como as novas convenções na área de saúde e segurança no trabalho; a possível adoção de nova recomendação na área de relação de trabalho; a distribuição de recursos para a cooperação técnica no período 2006/2007. A Inspeção do Trabalho entra no contexto da comissão de aplicação de normas.

Fonte: Agência Brasil

(Do blog da reeleição)

Crédito para setor agropecuário atinge R$ 60 bilhões

O governo federal vai destinar R$ 60 bilhões para o Plano Safra 2006-2007, um aumento de 12,5% do volume de recursos programados para o período 2005-2006. Além disso, o governo anunciou a redução de juros para a concessão de crédito de investimento, a prorrogação de dívidas, o aumento dos limites de crédito de custeio e de comercialização, a reformulação do Seguro Rural e a criação de um fundo que atenda aos agricultores em momentos de crise.

"As medidas vão fortalecer o setor agropecuário e resolver a maioria dos problemas causados pela crise. Haverá diminuição dos custos de produção, maior liquidez e estabilidade para o setor", disse o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues.

O pacote anunciado está dividido em três grupos: o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) para a próxima safra, ações emergenciais, como a renegociação de dívidas e medidas estruturais que vão garantir maior estabilidade e previsibilidade ao setor.

Clique aqui para saber mais detalhes sobre cada um dos grupos de ações anunciadas.


Principais medidas

- Aumento de 12,5% no valor dos recursos destinados ao Plano Safra 2006-2007, que alcançou R$ 60 bilhões;
- crescimento de 25% do crédito aplicado em custeio e comercialização;
- prorrogação de automática de dívidas da Safra 2005-2006 num prazo de quatro anos, variando conforme o produto e a região do país;
- redução das taxas de juros para crédito de investimento (a queda vai de 13,75% para 8,75%, de acordo com a linha de financiamento);
- destinação de R$ 2,8 bilhões para garantia dos preços dos produtos na Safra 2006-2007;
- criação de Fundo de Catástrofe com gestão privada para atender o produtor nos momentos de crise.

segunda-feira, maio 29, 2006

não deu pra resistir... :)

ps: mais mainardi, o inacreditável!

Depois de escrever o texto abaixo foi que eu li a coluna do Mainardi, aquela em que ele choraminga a desconfiança de que seja ele o malfeitor, bandido e mentiroso citado por Lula. Logo no primeiro parágrafo, quando diz que Lula ataca o mensageiro em vez do emissor da mensagem, conclui brilhantemente: "O presidente sabe que sempre dá pra negociar com Daniel Dantas. Com Veja não dá."

Ãn? Comequié? Com Veja não dá? Com Veja não dá para o presidente negociar (não que eu ache que ele queira...), isso é fato, mas para o Daniel Dantas negociar dá, né? Afinal, não era isso que vinha acontecendo há meses, segundo seu próprio retrospecto?

Pelo visto as quadrilhas têm um código de ética, só negociam entre si.

domingo, maio 28, 2006

Mais sobre veja: falta de ética é pouco!

Hoje eu tive a oportunidade de ter em mãos a última veja, do dia 24/05, em que ela justifica a "não-denúncia" da edição anterior e desce a um nível ainda mais baixo do que poderíamos acreditar possível ao "noticiar" a reação do presidente Lula à tal matéria. Eu já tinha lido e ouvido diversos comentários decorrentes da reportagem, mas só hoje respirei fundo e fui lá, conferir a palhaçada. Não pretendo desfiar aqui novamente muito do que já foi falado, inclusive neste mesmo blog. A falta de ética e de vergonha, o antijornalismo a serviço de intere$$es particulares, a podridão que exala daquele semanário já é assunto mais que dissecado. Mas me chamou atenção o fato de não ter visto (o que não significa que não existiu...) nenhum comentário sobre um aspecto particular. Acompanhem comigo.

Na "matéria" Dantas fez, entregou e continua operando(!), a revista faz um retrospecto da sua "apuração exemplar" (sic) do caso, sempre deixando claro que tem tudo registrado. Veja conta que seu contato com o banqueiro teve início em 15 de agosto de 2005, a convite deste, que começou aí a soltar pequenas pistas. No dia 13 de setembro, "chega à redação de Veja um envelope da Federal Express contendo dezoito páginas: dezessete com detalhes sobre a investigação da Kroll sobre o escândalo da Parmalat; a última traz um quadro com supostas contas bancárias em paraísos fiscais associadas a 'Paulo', 'Márcio' e 'Romeu' (...)" [p.53]. Em 21 de setembro, Veja recebeu outra lista, com dezessete supostas contas. Novos documentos são entregues à revista nos dias 25 de outubro e 10 de novembro.

Finalmente, em maio de 2006, "diante da versão de vítima apresentada por Dantas e para impedir que o banqueiro do Opportunity viesse a utilizar os dados como instrumento de chantagem - o que de fato já estava fazendo - Veja decide quebrar o acordo feito com o banqueiro e publica o dossiê." [p.55]

O último parágrafo da reportagem diz (grifos meus): "É tudo fantasia? Na esperança de que agora a apuração caminhe pelas vias oficiais, Veja, na semana passada, entregou todos os 41 documentos de que dispunha ao procurador-geral da República – única autoridade com estofo ético e poderes para investigar o caso."

Agora eu pergunto: não sou advogada, mas ou eu muito me engano ou qualquer cidadão comum que tenha conhecimento e acesso a provas de crimes e não os entregue à polícia pode ser considerado cúmplice e indiciado também. Isso não vale para órgãos da imprensa? A veja pode admitir que tinha um acordo com o acusado e demorar OITO MESES para entregar documentos importantes à, segundo ela mesma, "única autoridade com estofo ético e poderes para investigar o caso" e tudo fica por isso mesmo? Não estou falando de processo sobre violação da ética jornalística, como bem sugeriu Venício de Lima no texto abaixo, estou falando de processo criminal mesmo! Por quê veja fez acordo com um "cidadão com o histórico policial de Daniel Dantas"? Por quê veja desfez esse acordo? E por quê o desfez agora? Alguém acreditou mesmo que seu único interesse era jornalístico, além da nobreza de evitar que o governo, coitado, fosse chantageado?

Manipulação dissimulada de fatos infelizmente não é novidade no nosso país, mas isso aí pra mim, sinceramente, é bandidagem mesmo, sem eufemismos!

sexta-feira, maio 26, 2006

Os fundamentos do Coliseu pós-moderno

Por Venício A. de Lima em 23/5/2006 – Observatório de Imprensa

Jornalistas estão na ordem do dia. A disputa de poder político e a violência urbana impuseram a própria mídia como tema na agenda pública ao longo da última semana. Não que os problemas não existissem antes. Eles existiam. É que parece que agora se tornou inevitável sua discussão e a busca de soluções em nome do interesse público.

1. Não há registro de reação tão incisiva de um presidente da República como a manifestada pelo presidente Lula à publicação pela Veja (edição nº 1956, de 17/5 2006) de acusações graves contra ele e outros integrantes do seu governo, que a própria revista reconhece não ter conseguido comprovar: "Mentira, irresponsabilidade, leviandade, jornalismo de podridão", foram alguns dos adjetivos e expressões utilizados pelo presidente.

2. O fato foi devidamente tratado neste OI [ver remissões abaixo] e teve repercussão inédita na própria mídia provocando, inclusive, um raro editorial do Estado de S.Paulo que condena Veja por denuncismo, por ter como objetivo "desintegrar o governo" e pela "agressão às normas éticas".

3. A violência urbana explodiu em São Paulo. Os programas de televisão – ditos policiais – exploraram a crise à exaustão. No meio da confusão o Jornal da Band divulga uma entrevista com o criminoso que chefiou a desordem. Só que o entrevistado não é o bandido. Um telejornal da RedeTV! provoca pânico na população e congestiona o ramal 190 da polícia.

4. Qual o papel da mídia em situações como essa? Qual a melhor maneira de cumprir a sua missão principal que é servir ao interesse público? A Folha de S.Paulo tratou do assunto em duas matérias e o Estado de S.Paulo dedicou página inteira ao tema.

5. Falando em evento sobre a TV digital, o presidente do Grupo Bandeirantes, Johnny Saad, referindo-se à fusão entre a Sky e a DirectTV a à compra de parte da NET pela Embratel, afirmou: "Se elas [a fusão e a compra] passarem [pelo CADE, do Ministério da Justiça], todo o conteúdo veiculado pela TV paga dependerá da opinião de uma única família do Jardim Botânico [os Marinho, da Globo]".

6. O ex-deputado e ex-presidente do PT, José Genoino, divulga longa carta anunciando seu retorno à militância política depois de meses de silêncio e reclusão voluntária. Ele, que durante anos manteve excelentes relações com os jornalistas que cobriam o Congresso Nacional – e era o membro da oposição necessariamente ouvido em todas as matérias – faz agora ácida crítica à mídia. Escrevei Genoino:

"Assim como o predador persegue sua caça, a mídia busca obsessivamente o espetáculo. Seu alimento predileto são as crises, sejam elas reais ou não. E, para sobreviver, julga e condena sumariamente, mistura público e privado, promove o vale-tudo. Transforma o mundo em um Coliseu pós-moderno, tão sanguinário e horrendo quanto o romano"

Responsabilidade profissional

Esses fatos e essas denúncias – ao lado da indiscutível centralidade que a mídia ocupa no cotidiano de todos nós – não estariam a revelar que algum tipo de responsabilização formal é necessário em relação à prática profissional do jornalismo, às atividades e à concentração das empresas de mídia?

Se advogados suspeitos de colaborarem com os criminosos são passíveis de processo pelos conselhos da Ordem dos Advogados do Brasil, não deveria haver mecanismo semelhante que tratasse dos casos óbvios de violação da ética por parte de jornalistas profissionais e empresas de mídia?

Sistemas de responsabilização da mídia (media accountability systems, MAS) existem e funcionam nas democracias de todo o mundo. Não, isso não tem nada a ver com censura. Não, isso não tem nada a ver com autoritarismo, stalinismo ou outros rótulos do gênero.

Jornalistas e empresas de mídia não são inimputáveis. É preciso que tenham a responsabilidade profissional e ética que a sua atividade exige em nome do interesse público. Ou José Genoino tem razão e nossa mídia de fato se transformou no "coliseu pós-moderno"?

:: Venício de Lima é a grande referência teórica sobre mídia e comunicacão hoje no Brasil.

Alckmin quer usar bordão "Geraldo paz, amor e trabalho"

O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, disse hoje, em Belo Horizonte, que deverá adotar o bordão "Geraldo paz, amor e trabalho", em referência à possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetir o slogan "Lulinha paz e amor" que utilizou na última campanha presidencial. Na avaliação de Alckmin, trabalho é o que está faltando no Brasil. "Nós precisamos de menos discurso, menos história e mais eficiência em gestão, trabalho, desenvolvimento e emprego, porque o Brasil não pode mais continuar perdendo oportunidades", disse.

Eu, particularmente, estou com pena do chuchu aguado. Perdeu o senso, está pancadinha da silva. Também, obrigaram-no a carregar um estadista chamado José Jorge como vice da sua chapa... Lá em Valadares, hoje, falou que vai "colar no Aécio". Não acho uma boa, vai dar 'pobrema' em casa – a madame vai chiar.

PS – Cacá, a testeira ficou joínha, joínha.

Educação é o destaque do programa do PT

O programa nacional partidário do PT, exibido em rede de rádio e TV nesta quinta-feira, 25/05, foi inteiramente focado na educação, que segundo o presidente, é a única forma de reduzir ao máximo as injustiças e desigualdades no país.

Foi mostrado muito do que já foi feito neste sentido durante o governo do PT: o Bolsa-Família, que já atende 9 milhões de famílias e condiciona a bolsa à permanência dos filhos na escola; os investimentos em transporte escolar, que chegaram a R$ 570 milhões e atendem a 3,3 milhões de alunos; a ampliação da merenda escolar; a distribuição de 12,5 milhões de livros didáticos, inédita na história do país.

Segundo o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, cuidar da educação é construir em bases sólidas e sustentáveis o futuro do Brasil, e governo do PT começou a corrigir erros históricos, investindo até para que centenas de jovens pobres tenham acesso à universidade.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, criticou a opção dos governos anteriores por focar em ensino fundamental, deixando de lado a educação infantil, o ensino médio e superior. Segundo ele, essa opção prejudica as universidades e alimenta a carência de bons professores.

O governo federal está construindo 10 novas universidades, 40 novos campi e contratando 5.000 professores para as universidades federais. Nos próximos anos, as vagas vão dobrar para 250 mil. Com o ProUni, 200 mil estudantes carentes passaram a estudar em universidades privadas e, em dois anos, o Programa beneficiará 400 mil jovens.

"Há mais recursos para a universidade, mas também há uma tentativa de levar essa realidade para o interior, recuperando a estrutura das instituições, com mais laboratórios, mais livros e mais vagas", diz Paulo Speller, reitor da Universidade Federal do Mato Grosso. "Este governo está fazendo uma importante diferença. Nossa expectativa é de que isso continue nos próximos anos."

O programa ainda falou da ampliação do Fundef para o Fundeb, dos Consórcios da Juventude, do Jovem Empreendedor, do Pronaf Jovem e do Agente da Juventude, entre outros.

O líder do PT no governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), lembrou também que agora, é a vez de investir nos professores.

Ao final do programa, o presidente Lula indica um dos motivos da escolha do tema: "o custo mensal de um preso chega a ser 10 vezes mais alto que o custo de cada aluno no ensino fundamental. Não há investimento melhor e de retorno mais rápido e garantido do que o em educação", afirma o presidente. Para ele, ainda há muito a fazer. "Cada jovem que tem condições de se especializar é um subempregado a menos no futuro", lembra. "Meu compromisso, antes de tudo, é com os que mais sofrem".

Por que Lula resiste

As pesquisas vão, as pesquisas vêm. A malta conservadora late. Mas a caravana Lula passa, com aprovações em alta. Por quê?

(Por Flávio Aguiar, professor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo (USP) e editor da TV Carta Maior.)

Há um link entre o presidente Lula e a maioria do povo brasileiro que o ataque cerrado das oposições e de jornalistas conservadores na mídia não conseguiu abalar, muito menos desfazer. As tentativas de desestabilizá-lo são evidentes, falando-se até na possibilidade de impeachment. Mas a popularidade do presidente não cai. Ou se cai em breves momentos, se recupera a seguir.

Em recente declaração (http://terramagazine.terra.com.br/interna/) o diretor do Ibope Augusto Montenegro ressaltou:

"Há quase onze meses Lula e seu governo sofrem uma investigação midiática incomparável em relação a outros presidentes do Brasil."

Mas acrescenta que entre as causas da sustentação de Lula está o simbolismo de sua história pessoal:

"Ele criou a maior central sindical da América Latina, um dos maiores partidos da mesma região, e vindo das camadas mais pobres, de uma família de pau-de-arara, se tornou presidente. O simbolismo disso é poderosíssimo e nem sempre pode ser medido em toda a sua extensão. Quando ele entrou na carruagem da Rainha da Inglaterra, todo esse povo, o Nordeste inteiro, entrou com ele."

Na mesma reportagem, diz Marcos Coimbra, do Instituto Vox Populi: "O lulista, o lulismo, é um retrato quase exato da população brasileira; se parece, com algumas exceções, a um corte transversal da sociedade brasileira."

Traduzindo: Lula tem cara, jeito de povo. Por isso é aceito por uns, e é detestado por outros, os que acham que política é coisa só para gente graúda.

Lula passa a imagem de um homem sincero, bem intencionado, esforçado, ainda que por vezes inexperiente. Mas a imagem de completo despreparo para a presidência, que os conservadores tentaram e ainda tentam grudar nele, não colou.

De qualquer modo, em meio à torrente de acusações sobre corrupção contra seu governo e o PT, sua imagem foi de fato preservada. As acusações não o atingiram.

Também não parece ter dado resultado o argumento de que o petismo teria inaugurado um sistema de corrupção inédito no Brasil; a maioria do povo acha que a corrupção existe sim, mas que ela vem de longe.

Entretanto só uma história forte, ou apenas o fato das acusações não terem atingido o presidente, não justificariam a manutenção da popularidade do presidente. A maioria do povo tem uma percepção positiva das políticas e dos programas sociais iniciados ou intensificados pelo governo Lula e também do seu conjunto. Programas como o Bolsa Família, o Fome Zero, as Farmácias Populares (que barateiam muito o custo dos remédios de doenças crônicas), o Brasil Alfabetizado, o Luz para Todos, a Reforma Agrária, o Computador para Todos são pelo menos bem conhecidos pela população, e muitos deles são bem avaliados.

Outros, como o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), o Prouni (para facilitar o acesso de jovens carentes à universidade), são bem conhecidos pelo menos pelas populações que deles necessitam. Outras ações do governo também garantem essa popularidade que até mesmo seus adversários são forçados a reconhecer. Entre elas está o estímulo à carteira assinada das empregadas domésticas; também o crédito para a casa própria, aliado à redução dos preços do material de construção.

Certos programas ganharam popularidade junto a populações específicas, como o da melhora no cadastramento de pescadores, por exemplo. Essas ações impressionam pelo seu conjunto, e também por terem melhorado muito quanto à eficiência, com cadastramentos unificados, embora nisso, como em muitas áreas, ainda haja muito por fazer.

Entre as iniciativas mais recentes, a proposta de ampliação do Farmácia Popular chamou a atenção, pois faz muita diferença para os orçamentos familiares baratear o custo de um remédio que se deve comprar todo mês.

(clique aqui para ler o artigo completo)

quarta-feira, maio 24, 2006

Datafolha: Lula amplia vantagem sobre Alckmin

E com uma porcentagem de votos ainda maior que a da pesquisa do CNT/Sensus: 43%! Isso seria vitória no primeiro turno!

Só não sei o que é mais legal: a notícia em si ou ela estar estampada na capa da Folha! :p

CNT/Sensus aponta 40,5% para Lula

Lula lidera com folga e pode vencer já no 1o turno - CNT/Sensus

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve a liderança folgada na disputa da eleição presidencial e poderia vencer já no primeiro turno, mostrou uma pesquisa do instituto Sensus nesta quarta-feira.

A vantagem do petista sobre o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, aumentou.

No principal cenário da pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte, que ainda conta com o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB) como candidato, Lula aparece com 40,5 por cento, seguido por Alckmin, com 18,7 por cento, e o peemedebista com 11,4 por cento. Em abril, o presidente tinha 37,5 por cento, o tucano, 20,6 por cento e Garotinho, 15,0 por cento.

Num eventual segundo turno entre Lula e Alckmin, o petista bateria o tucano por 48,8 por cento a 31,3 por cento, se a eleição fosse hoje. Em abril, o presidente tinha 45 por cento das intenções de voto contra a 33,2 por cento do ex-governador de São Paulo.

A margem de erro da pesquisa CNT/Sensus é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo. Foram entrevistadas 2.000 pessoas entre os dias 18 e 21 de maio, em 195 municípios do país.

(Por Natuza Nery, do site do Yahoo Notícias)


Obvio que é uma notícia para se comemorar, mas não podemos esquecer que a partida só acaba quando termina! Ainda vem muito chumbo grosso por aí!

Imagem de Alckmin não transmite nada

Por Antonio Risério

Dias atrás, um amigo me explicava, bem-humorado, a razão de seu infortúnio. Ia andando pela orla do mar, entre o fim da tarde e o começo da noite, quando viu uma jovem senhora vindo em sua direção. Segundo ele, uma mulher mignon, morena, extraordinariamente sedutora, exalando sensualidade, fogosa, tesão da cabeça aos pés. Enfim, um vulcão em miniatura. Como a Tereza Collor, nos dias do seu esplendor - disse, em comparação tipicamente geracional.

Bem. Ela passou por ele, que, paralisado, mal conseguiu virar a cabeça para acompanhar os movimentos corporais, a dança, o erotismo muscular daquela mulher fazendo a sua caminhada cotidiana. Pensou então para si mesmo - minhas amigas feministas que me perdoem, mas, se encontro essa mulher numa praia deserta, ela vai me dar de qualquer jeito. Bem, no dia seguinte, ele estava na cama. Não com a presa cobiçada, infelizmente. Mas derrubado por uma virose. Concluiu, então, que foi castigo divino. Deus também deveria estar contemplando aquela fêmea e, enchendo-se de ciúmes, tirou o rival de cena.

Dei menos sorte. Estou aqui, de cama, também flechado por uma virose, sem ao menos ter passado pela experiência estética que desnorteou o meu querido amigo. Pelo contrario, esta estranha virose (seja lá o que isto signifique; os médicos sabem cada vez menos do que falam), sem tosse e sem catarro, mas me deixando com a sensação de ter sido atropelado por um trator, parece ter vindo do nada.

Ou talvez pior. De não ter conseguido evitar, ultimamente, a visão - não de coloridas terezas - mas de políticos seriosos e cinzentos, com as poses, palavras e paletós de sempre. Nesse caso, admito, meu castigo foi pequeno, muito pequeno. E olha que, deixando expressões bem pavorosas de lado, eu tinha me concentrado, e apenas por instantes, numa aparição do Geraldo Alckmin na televisão. Ou seja, me concentrado em algo inteiramente inexpressivo. Numa figura insípida, inodora e incolor - como dizíamos nos velhos tempos do ginásio. O celebre picolé de chuchu, de que fala meu amigo Jose Simão.

Sei que a candidatura do Alckmin patina. E que os últimos acontecimentos em São Paulo abriram um tremendo rombo no casco de seu navio - cujos comandantes, de resto, parecem não se entender nem por gestos, deixando o César Maia a beira de um ataque de nervos. Mas não é sobre isso que quero falar. Acho que o Alckmin não vai para lugar nenhum, a partir do seu próprio corpo. De seu travamento no chão. De seus gestos. De suas inexpressões faciais.

Ele não consegue transmitir absolutamente nada. É incapaz de afetar o meu humor, mesmo no meio de uma virose, que tem me deixado, ao mesmo tempo, entediado e irascível. E acho que nem dez anos de curso intensivo de molejo e traquejo corporal com Lázaro Ramos podem dar um jeito nisso. Estranhíssima esta capacidade que um sujeito pode ter, de não carregar consigo qualquer significado próprio, qualquer cor distintiva, qualquer traço mais saliente, qualquer carga elétrica.

Tasso Jereissatti diz que, como o candidato não tem nenhum carisma, sua campanha terá de ser agressiva. Claro que não vai dar certo. Não conheço Alckmin pessoalmente. Pode até ser que, dentro de quatro paredes, ele seja do tipo que grita e bate na mesa. Mas estou falando de sua imagem pública. Do que ela transmite - ou melhor, intransmite. O marketing pode puxar para uma ou outra direção a imagem de um candidato. Mas não é capaz de transformar em cowboy quem a cegonha trouxe ao mundo para ser pároco, por exemplo.

Numa campanha agressiva, Alckmin vai soar postiço. Ainda menos convicto do que mostra ser. Mas isto ainda não é o mais grave. Pelo menos para mim, a figura de Alckmin não passa o mais leve traço de confiança. No "Grande Sertão", Guimarães Rosa diz que confiança é algo que você adquire no quente da pessoa. E o que a figura de Alckmin me sugere, em suas aparições públicas, tem mais a ver com a frieza esquisita das rãs. (grifo do blog)

Esse ensaio foi publicado hoje no site Terra Magazine, onde Antonio Risério, poeta e antropólogo, é colunista.



Orlando Brito/Divulgação
Risério: figura de Alckmin é inexpressiva

terça-feira, maio 23, 2006

Alimentação, direito nº 1

Por Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)

Meta é construir um país sem fome e menos desigual. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou o texto da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan), encaminhado pelo presidente Lula. Isso representa um grande e profundo avanço na estratégia elaborada pelo governo, em diálogo permanente com os entes federados e com a sociedade, para erradicar a fome, a desnutrição e a pobreza no país. Dentro da perspectiva do Fome Zero, é um passo decisivo para consolidar no Brasil a idéia de trabalhar o direito à alimentação no campo dos direitos e conquistas sociais.

O conceito de segurança alimentar e nutricional implica promover o direito de todos os cidadãos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente. E isso tem de ser feito de forma articulada, por meio de ações intersetoriais que assegurem o acesso a outras necessidades essenciais. O direito previsto pela Losan tem como base práticas alimentares que promovam a saúde, respeitem a diversidade cultural e também devem ser sustentáveis do ponto de vista social, econômico e ambiental.

Ao assumir a responsabilidade na defesa do direito à alimentação, o governo brasileiro coloca um fim na tradição paternalista que historicamente tratou esse mesmo tema como assunto de caridade. Os movimentos e iniciativas populares de caráter filantrópico cumprirem um papel importante para mobilizar a sociedade e chamar atenção para a questão da fome. Mas esbarram na limitação da falta de unidade, planejamento a longo prazo e continuidade. O Estado está assumindo seu papel de implementar uma política pública na área, num processo de construção conjunta com a sociedade, de modo que os programas e ações de combate à fome tenham caráter permanente. Coloca-se também o desafio de manter a soberania alimentar do País, viabilizando estoques de alimentos para enfrentar situações emergenciais.

A orientação da Losan para as políticas da área reforçam a proposta protagonizada pela estratégia do Fome Zero de trabalhar num sistema de rede. Na mesma linha do Suas (Sistema Único de Assistência Social), propõe um trabalho integrado entre as políticas que viabilizem o acesso à alimentação da população brasileira. Implica comprometer o Estado na produção, comercialização e abastecimento de alimentos, na promoção da educação alimentar, na distribuição de água e alimentos em momentos de crise, entre outras ações.

Nesse sentido, a segurança alimentar engloba as políticas direcionadas à agricultura familiar, como o Pronaf, e, numa linha complementar, o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar, até equipamentos na ponta para facilitar o acesso aos alimentos, como restaurantes populares, hortas e cozinhas comunitárias. O programa de alimentação escolar é outro ponto importante dessa política.

Mas os programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família, também contribuem para conformar as condições de segurança alimentar no País, pois permite a famílias pobres uma renda básica para uma alimentação melhor e mais regular. Nesse sentido, também se enquadram os programas de inclusão produtiva, de desenvolvimento local e regional e de geração de trabalho e renda, na medida em que promovem a produção regional, estimulam o crescimento e melhoram a condição de vida das pessoas. Entra também na formulação dessas políticas a responsabilidade de elaboração de indicadores consistentes para avaliar e direcionar o foco das políticas. Vale aqui o registro que, pela primeira vez na história do Brasil, o governo elaborou o Suplemento Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Essa é uma demonstração do esforço governamental para criar as condições ideais para consolidar as políticas públicas na área.

Estamos trabalhando na perspectiva de construirmos um país sem fome, menos desigual e mais justo. E a segurança alimentar, porque é diretamente ligada ao direito do primeiro degrau da dignidade humana, está na base desse projeto.

Brasil bate recorde de geração de empregos

O Brasil bateu o recorde de geração de empregos com carteira assinada nos primeiros quatro meses deste ano. De janeiro a abril, segundo dados do Caged divulgados nesta terça-feira (23) pelo ministro Luiz Marinho, foram criados 569.506 postos formais de trabalho - o melhor resultado já obtido no período. Entre janeiro de 2003 e abril de 2006, período do governo Lula, o total chega a 3.992.196. A pesquisa identificou crescimento em todos os setores de atividades, com destaque para a indústria e serviços.

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Mainardi vai ao STF para saber quem é

Diogo Mainardi está angustiado, corroído por dúvidas existenciais: será ele o "bandido, mau-caráter, malfeitor e mentiroso" referido pelo presidente Lula?

Em vez de procurar um psicanalista, psicólogo ou psiquiatra escolheu o STF para tirar as dúvidas sobre a sua índole. O caso é fascinante, tem tudo para criar jurisprudência e/ou ser relatado num colóquio científico sobre a perda de identidade.

Não é todo dia que aparece na suprema corte um cidadão que reclama um atestado de maus antecedentes e maus bofes para habilitá-lo a ganhar algumas moedinhas numa ação para defender o seu bom nome na praça. Se o STF considerar que o reclamante não é aquilo que foi dito sobre ele, perde os 38.500 dólares que pretendia cobrar do presidente. Mas se os meritíssimos forem justos e reconhecerem que o parajornalista cabe perfeitamente no retrato falado, habilita-se à uma indenização.

Bingo!

(Por Alberto Dines, no Observatório da Imprensa. Vale a pena ler também a promoção do delirante colunista de amenidades a uma seção mais nobre daquele amontoado de letrinhas semanais que dedica sua existência a a elaborar ataques baixos contra Lula e o PT. Aqui.)

Pergunta que não quer calar: e se o STF decidir que ele é mesmo o Bolsonaro? Qual dos dois é o ofendido?

BRASIL MENOS DESIGUAL

Renda do trabalho, Bolsa Família e mínimo explicam fenômeno

De acordo com o Ipea, o nível de renda do trabalho, aliado a programas como o Bolsa Família e o aumento do salário mínimo determinam uma tendência de desconcentração de renda no Brasil.

Maurício Hashizume – Carta Maior

BRASÍLIA – Uma combinação "virtuosa" de vários fatores já produziu um fenômeno social sem paralelos na história brasileira. De acordo com estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), órgão ligado ao Ministério de Planejamento, o nível de renda do trabalho (estimulado pelos níveis de absroção da mão-de-obra), aliado ao Programa Bolsa Família - bem como a influência de outros programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto pela Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) - e o aumento real para aposentadorias e pensões indexadas ao salário mínimo vêm determinando um viés de desconcentração no perfil da distribuição da renda no Brasil.

Pesquisadores do Ipea constataram essa influência diferenciada no quadro historicamente desigual da sociedade brasileira por meio da depuração de dados apresentados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A renda do trabalho – escorada no crescimento considerável de 4,9% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2004 - assume grande peso na inflexão pró-desconcentração: 73%, de acordo com estimativas feitas pelos técnicos do instituto. Outro item que tem forte traço distributivo é o Programa Bolsa Família. Os benefícios do programa de transferência de renda não ultrapassam o nível de 2% do total da renda contabilizada pela PNAD, mas são responsáveis em aproximadamente 30% pela redução da desigualdade. Aposentadorias e pensões indexadas pelo salário mínimo também teriam peso importante no movimento de desconcentração, com 28% de participação. A somatória dos índices ultrapassa a marca dos 100% porque outras fontes de renda – como os juros de investimentos financeiros, a renda de aluguéis e as polpudas aposentadorias não indexadas pelo salário mínimo, por exemplo – são altamente concentradores e influenciam no sentido inverso. “A soma de todas as porcentagens de influência é que dá 100%”, explica Sergei Soares, pesquisador do Ipea.

A evolução do índice de Gini – indicador comumente utilizado para aferir o grau de desigualdade na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita – nos últimos anos permite, segundo Soares, notar uma clara diferenciação do perfil de concentração nos anos mais recentes. De meados dos anos 70 até 1994, quando se iniciou o processo de estabilização econômica, os dados utilizados para a composição do índice de Gini do Brasil revelam picos e depressões, mas não são muito confiáveis. De 1995 a 2000, verifica-se um nível constante de desigualdade constante. “Foi o período em que participávamos de uma competição mundial de desigualdade, ano após ano, com a África do Sul”, pontua Soares. A partir de 2001, no entanto, coincidentemente o ano em que foi adotado o Bolsa-Escola - programa predecessor do Bolsa-Família - inicia-se uma queda gradativa e ininterrupta do índice de concentração de renda. "Ainda somos campeões disparados na América Latina", mas ele grante que a redução "não é pouco". "Parece óbvio, mas demoramos para perceber que para diminuir a desigualdade era preciso transferir renda aos pobres”, brinca o pesquisador.

Fábio Veras, outro estudioso do Ipea que trabalha junto à unidade do Centro Internacional da Pobreza do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), enfatiza também a importância de programas como o BPC, que não exige condicionalidades (como a presença nas escolas para as crianças das famílias cadastradas no Bolsa Família), mas produz alto efeito no combate à desigualdade. Ele vê problemas na “obsessão” pela “eficiência” dos programas, que muitas vezes demanda um cuidado excessivo com a “focalização”.

NADA DE NOVO
As considerações dos pesquisadores do Ipea foram feitas durante seminário de lançamento do relatório “Redução da Pobreza e Crescimento: Círculos virtuosos e viciosos”, elaborado pelo escritório de estudos de América Latina e Caribe do Banco Mundial. Em mais de 300 páginas, pesquisadores do organismo financeiro multilateral desenvolvem a tese de que a pobreza da região tem impedido patamares maiores de crescimento – que por sua vez determinam um círculo vicioso que mantém famílias, regiões e países pobres. O documento estima que um incremento de 10% nos níveis de pobreza pode reduzir o crescimento em 1% do PIB e achatar os investimentos em até 8% do PIB. O recado por trás do relatório é bastante óbvio: “investir nos pobres é um bom negócio para a sociedade como um todo, não apenas para os pobres”.

Para Veras, o Banco Mundial tenta inovar ao apresentar uma abordagem diferenciada que busca combinar o combate à pobreza com enfoque no crescimento econômico, mas acaba, no fundo, defendendo o mesmo receituário – de conseqüências trágicas – de sempre. Para países mais pobres e mais homogêneos, como Haiti, Bolívia e Honduras, o importante, defende o relatório, é crescer, repetindo a lógica “do bolo que precisa crescer para depois ser distribuído”. A prerrogativa de políticas de distribuição de renda é mais indicada para países um pouco mais desenvolvidos e mais heterogêneos, como Brasil, México e Colômbia. “Isso é justamente o que as pessoas que não se preocupam com a pobreza gostariam de ouvir”. Ele lembrou ainda que a população de países como o Peru desaprovam sistematicamente governos que não avançam na transformação social independentemente de índices consideráveis de crescimento.

Em adição, o relatório do Banco Mundial pede mais investimentos em educação e infra-estrutura, mas pouco se avança na questão do financiamento e não estabelece um vínculo mais estreito no que tange à colaboração internacional mobilizada pelas Metas do Milênio estipuladas no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU). A questão da proteção social também segue, na análise do pesquisador do Ipea, o modelo europeu e dá ênfase no acesso à formação humana (educação e capacitação), mas não trata de questões importantes na América Latina como o acesso à terra.

Matéria publicada em 18/05 no site Agência Carta Maior

Estranhamente, não vi destaque para essa notícia na Folha. Veja que coisa.

segunda-feira, maio 22, 2006

Universidade para Todos

Foram abertas hoje, dia 22, as inscrições para o segundo processo seletivo do ProUni (Programa Universidade para Todos) em 2006. Serão disponibilizadas 47.059 bolsas, sendo 13.898 reservadas para cotas, oferecidas por 834 instituições. São 35.162 bolsas integrais e 11.897 parciais (50% da mensalidade). O diretor do Departamento de Modernização e Programas do Ensino Superior, Celso Ribeiro, enfatizou que 56 novas instituições aderiram ao ProUni. "Isso demonstra a confiança das instituições nos alunos e no próprio programa", disse.

Podem concorrer às bolsas os estudantes que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas, os que cursaram em escolas particulares com bolsas integrais e os professores das redes públicas sem curso de graduação. Os candidatos devem, ainda, ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2005 e ter obtido nota mínima de 45 pontos. Outro critério é ter renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio (R$ 525,00), para concorrer à bolsa integral, e de até três salários mínimos por pessoa da família (R$ 1.050,00), para concorrer à bolsa parcial. As inscrições vão até 16 de junho.

Criado no final de 2004, o ProUni está no seu terceiro processo seletivo e ofereceu 250 mil bolsas de estudos a estudantes de baixa renda. Esta é a primeira vez que o MEC abre as inscrições do ProUni no segundo semestre. A implementação do Programa, somada à criação de 9 universidades federais e 42 novos campi, amplia significativamente o número de vagas na educação superior, interioriza a educação pública e gratuita e combate as desigualdades regionais.

Todas essas ações vão ao encontro das metas do Plano Nacional de Educação que prevê a presença, até 2011, de pelo menos 30% da população na faixa etária de 18 a 24 anos na educação superior, hoje restrita a aproximadamente 10%.

domingo, maio 21, 2006

Manual do tucano antenado!

Como livrar a cara depois dos ataques do PCC

Como diriam os atuais administradores de SP (ou seja, o PCC): "a casa caiu, mano!". Pois é. A laje veio abaixo. Os franceses – com quem tenho melhor afinidade – dizem assim "la maison est tombée". E, em clima de copa, pode ser também "das Haus ist gefallen".

Mas não fiquemos tão desesperados. Pra começo de conversa, não pegamos ônibus, não freqüentamos postos policiais, não moramos na periferia e nem passamos pelo inconveniente de colocar o carro na rua na hora do rush.

Nossos adversários podem usar os míseros 270 ataques do PCC para nos desestabilizar politicamente (aliás, quem disse que estamos estabilizados?). Devemos ter um discurso para isso.

Na verdade, melhor ainda é termos desculpas. Boas, ótimas, bem boladas, ou mesmo as famosas esfarrapadas de sempre. Vale qualquer coisa para tirar nosso esfíncter da reta.


Para ler as desculpas propostas para o tucanato, e outros textos altamente instrutivos, vá ao imperdível blog do gerente chuchu, já devidamente linkado aí ao lado. Afinal, somos democráticos e não queremos ninguém dizendo que nem ouvimos o outro lado... ;-)

sexta-feira, maio 19, 2006

Univitelinos




Ninguém conseguirá nos convencer de que estes dois elementos – Jair Bolsonaro e Diogo Mainardi – não sejam gêmeos siameses univitelinos. De mãe desconhecida.

Aécio Neves: censura, manipulação e abuso de poder

Na última segunda-feira, 15 de maio, no programa do PT, o deputado Rogério Correia (PT/MG) acusou o governador Aécio Neves de "falar mais do que faz" e afirmou que os professores da rede estadual de educação ainda recebem um salário inferior ao mínimo nacional. Segundo o projeto das tabelas salariais da Educação sancionado pelo governador, um professor de nível médio, pertencente ao grau A, tem um salário base de R$305,00. O de grau B, R$314,15; o C, R$323,57 e o D, R$333,28. Todos, portanto, valores realmente inferiores ao salário mínimo.

Imediatamente, o PSDB entrou com uma ação no TRE contra o deputado, alegando que ele estaria faltando com a verdade, e a esta fala no programa foi suspensa. A atitude dos tucanos reafirma a incapacidade do nosso governador de ouvir verdades que o desmascaram, ao mostrar a verdade por trás de suas fartas campanhas publicitárias, como as que recentemente alardeavam o decreto assinado pelo governador relacionado à Educação.

Ao contrário do anunciado, o decreto não representa um reajuste salarial e não é extensivo a todos os servidores da educação! Ele permite o reposicionamento dos professores somente se eles passarem em duas avaliações de desempenho, que têm aplicação prevista apenas para outubro, e não contempla sequer o reposicionamento por tempo de serviço.

Observando que a censura no Estado atingiu níveis absurdos, o deputado relembra que "o governador em Minas controla tudo, inclusive, a imprensa". Isso não é novidade. O caso mais célebre foi o do jornalista Jorge Kajuru, demitido da Rede Bandeirantes enquanto o programa que apresentava ainda estava no ar, por ter criticado a reserva de ingressos para políticos e autoridades para o jogo da seleção contra a Argentina, no Mineirão.

Em 2004, depois de 23 anos como articulador do jornal Estado de Minas, o cientista político Fernando Massote teve uma crônica vetada e sua participação semanal na seção Opinião foi encerrada sem justificativa. O conteúdo da crônica propriamente dita não atacava o governador, mas Massote havia concedido uma entrevista ao Sindicato dos Jornalistas, dias antes, criticando a relação do Aecinho com a imprensa. Mais do que censura, vingança.

São conhecidos diversos outros casos de transferências ou demissões injustificadas, nos mais variados veículos mineiros. A Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas de Minas já recebeu inúmeras denúncias sobre a pressão nas redações para que não se fale mal do governo estadual, mas as denúncias formais de censura ainda são, infelizmente, inibidas por medo de retaliações.

Em pleno século XXI, tantos anos depois do fim da ditadura, parece que ainda há muito o que se conquistar. Antes, pelo menos, o repressor não fazia tanto esforço pra camuflar suas intenções. O Governo de Minas gasta milhões em publicidade mentirosa e pune quem ousa advertir sobre a nudez do rei. George Orwell, quem diria, era afinal um profeta!

Dívida externa cai para menor nível em dez anos

O título podia ser outro: "Concertando as cagadas dos tucanos e pefelistas". Mas é o que o governo do presidente LULA está fazendo pelo país. A matéria eu chupei do www.superavit.com.br, dos Associados em Minas.

A dívida externa do país ficou em US$ 161,862 bilhões em abril, segundo levantamento do Banco Central. O estoque de dívida teve redução de US$ 6,395 bilhões em relação ao mês anterior. Foi uma redução de 3,8%, provocada em parte pelos pagamentos de US$ 6,459 bilhões em bônus do tipo Bradies – títulos da dívida emitidos na década de 1980 após a crise da moratória. Também foram pagos US$ 113 milhões ao Clube de Paris – grupo de bancos.

Os novos números constam do relatório de abril sobre Setor Externo, divulgado nesta sexta-feira pelo Banco Central, e revelam que a dívida externa está no menor nível desde dezembro de 1995. Do total, US$ 17,773 bilhões se referem a compromissos de curto prazo, de responsabilidade do setor bancário, e US$ 144,089 bilhões são de vencimentos de médio e longo prazos.

O relatório do BC mostra, ainda, que as reservas internacionais caíram US$ 3,272 bilhões no mês de abril, em relação ao fechamento de março, e somaram US$ 56,552 bilhões. Queda provocada pela amortização dos bônus Bradies e do Clube de Paris, compensadas, em parte, pelas compras líquidas de US$ 2,2 bilhões, feitas pelo Banco Central no mercado doméstico.

Cá prá nós, mineirada, isso é que é o verdadeiro choque de gestão...

Enquanto o pau quebra em Sao Paulo...

A alta cúpula tucana foi pra Novaiorque fazer compras e gastar uns dólares porque ninguém é de ferro. Longe, muito longe dali, abandonado, Lembo torce pro pesadelo acabar. E o Alkmim? O Alkmim??? Quem se importa com o chuchu? A situacão lembra a de um janeiro, nos idos de 1997: o governador de Minas, o Azeredo, enquanto Minas Gerais se afogava com as águas de verão, passeava tranqüilamente na Itália – foi tomar a bênção de sua Santidade. Mas não deve ter rezado direito, pois em seguida perdeu a reeleição pro topetudo Itamar Franco. Que duplo azar!

Medicamento fracionado: idéia porreta!

Vamos falar de saúde. Outro golaço do governo LULA é o lançamento do medicamento fracionado. Por que não pensaram nisto antes? Respondo: por subserviência aos laboratórios - e azar do cidadão. Agora a coisa mudou: já são cerca de 50 remédios que se podem comprar na exata medida prescrita pelo médico. Estamos falando de economia e uma grande contribuição para acabar com a cultura da automedicação - aquela velha mania de tomar o que tiver na farmacinha doméstica quando algum sintoma se manifesta. O fracionado vai reduzir também o risco de tomar remédio vencido.

Farmácia Popular

Hoje, uma colega que não perde a oportunidade de esculhambar o governo, repetindo como um papagaio algumas besteiras bombardeadas pela mídia, veio nos contar, maravilhada, a novidade que descobriu:

– Gente, é impressionante! Os remédios para diabetes que minha mãe tem que comprar todo mês custam 26 reais! Descobri que existe uma tal farmácia popular que o mesmo remédio, o mesmíssimo, com a mesma marca, sai a 2 reais! DOIS reais! É muita diferença! E nem precisa ir longe, não, tem na araújo, na droga raia, é só mostrar a receita!

O Programa Farmácia Popular do Brasil, do Governo Federal, disponibiliza medicamentos a baixo custo, com o objetivo de ampliar o acesso da população aos medicamentos considerados essenciais, e assim reduzir o número de pessoas que abandonam o tratamento por causa do custo dos remédios. A economia média é de 85%. Além disso, o usuário recebe atendimento personalizado do farmacêutico e diversas orientações sobre cuidados com a saúde. Para adquirir os remédis a baixo custo, basta o usuário apresentar uma receita médica ou odontológica, de rede pública ou particular, contendo medicamentos disponibilizados pelo Programa, em qualquer drogaria conveniada.

O que eu não consigo entender é como tantas pessoas têm tanta facilidade em sair repetindo críticas sobre assuntos que nem entendem direito, e tanta dificuldade para reconhecer benefícios inegavelmente presentes na sua própria vida!

quinta-feira, maio 18, 2006

Jornalismo de Veja não vê, chuta

Por Alberto Dines, do Observatório de Imprensa

A edição nº 1956 de Veja (17/5/2006) transformou-se instantaneamente num clássico da impostura jornalística. A justificativa posterior, assinada pelo diretor de Redação Eurípedes Alcântara, não ficou atrás: é um clássico de cinismo. Juntas, convertem-se na bíblia do parajornalismo – combinação de chantagem, espionagem e paranóia.

A matéria "A guerra dos porões" (págs. 40-45) segue uma linha que Veja persegue há tempos – derrubar o presidente da República, a maior autoridade do país. Mas foi pensada, escrita e editada no extremo oposto – nos porões de uma profissão que já foi considerada missionária, romântica, decente e respeitável.

Esta que se apresenta como a quarta maior revista do mundo ocidental (quem garante?) e agora traveste-se como "a mais respeitada revista brasileira" (está provado, não é?) sintetizou de forma admirável e trágica a história da sua própria decadência.

Embora o presidente Lula tenha protestado em termos impróprios contra o repórter Márcio Aith (sem mencionar o nome), fica evidente que se referia ao parajornalista e pau-mandado Diogo Mainardi, que pegou carona na entrevista concedida pelo banqueiro Daniel Dantas.

Nas redações de revistas noticiosas as matérias passam por muitas mãos, a responsabilidade é da direção da Redação – e, neste caso específico, da alta direção da empresa. Uma acusação ao presidente da República, soprada por uma figura como Daniel Dantas, só pode ser publicada quando há indícios consistentes. Aqui, consistente foi o delírio.

Apuração precária

Tudo na matéria é assumidamente inconsistente, incoerente, duvidoso, incerto e inseguro. A alegação de Eurípedes Alcântara de que as informações publicadas "esgotam a investigação jornalística", além da fanfarronice juvenil é um atestado público das limitações de Veja em matéria de investigação jornalística. Quem não tem competência que não se habilite.

Sem a ajuda de arapongas, espiões e malfeitores de alto ou baixo coturno Veja não consegue dar um passo. Melhor seria que continuasse na esfera da celulite, impotência, incesto, longevidade, botox, infidelidade e espiritualismo – onde, aparentemente, lidera inconteste.

Uma revista adulta, minimamente responsável, não pode inscrever esta explicação simplória debaixo de uma lista com os nomes de grandes figuras da República e as quantias que teriam no exterior:

Veja usou de todos os seus meios para comprovar a veracidade dos dados. Não foi possível chegar a nenhuma conclusão – positiva ou negativa.

Isto não é piada, é epitáfio. Atestado de óbito jornalístico. Conclusão negativa seria uma não-notícia cujo destino é a cesta de lixo. Essa sequer é uma não-notícia, mas simples suspeita veiculada por fonte suspeitíssima e que, apesar dos "seis meses de investigações", continua tão precária quanto antes da investigação. O mesmo aconteceu com os dólares de Havana que a respeitada publicação até hoje não conseguiu comprovar.

Exemplo venezuelano

Que o carro-chefe da Editora Abril tenha optado pelo haraquiri é problema da Abril. Porém a matéria de Veja vai além, ao comprometer a imprensa brasileira como instituição no exato momento em que a palavra de ordem dos calhordas pilhados em flagrante é vilipendiá-la – justamente por que a imprensa aprendeu a investigar e agora consegue se livrar dos vídeos, fitas e dossiês secretos que apareciam misteriosamente nas redações ou eram comprados de arapongas profissionais.

Passados dois dias da publicação das calúnias em Veja, o que chama a atenção é a absoluta ausência de manifestações opinativas no resto da imprensa sobre o seu aviltante comportamento. Nas edições de domingo (14/5), a matéria e a resposta do presidente Lula mereceram chamadas nas primeiras páginas do Globo e da Folha de S.Paulo. Na segunda-feira o assunto mirrou.

Nenhum editorial, apenas uma opinião, evidentemente apressada, do articulista Clóvis Rossi (Folha, 14/5, pág. 2), que de Viena considerou os supostos depósitos no exterior "quase impossíveis de desmentir". A imprensa brasileira oficializou a postura do avestruz: Veja provocou uma inédita manifestação de um chefe de Estado, mas isso não pode ser comentado, contestado ou condenado, apenas noticiado. O senso crítico do leitor não pode ser exacerbado.

Um magistrado, um parlamentar e um ministro podem ser linchados pela mídia quando cometem ilícitos. Mas revistas ou jornais são inimputáveis – mesmo em crimes de lesa-pátria e lesa-majestade – graças ao habeas corpus da solidariedade corporativa. Esta mesma camaradagem tipo country club foi intensamente utilizada na vizinha Venezuela e o resultado foi (1) a ascensão do caudilho Hugo Chávez, (2) o ressentimento das massas incultas contra los medios de comunicação e (3) o castigo imposto a todos – bons e maus jornalistas, bons e maus veículos: uma imprensa encurralada.

Enquanto o narcoterrorismo captura um estado e com ele o Estado, o padrão Veja de jornalismo captura o senso crítico da sociedade brasileira para torná-la presa fácil dos desvarios. [Texto fechado às 21h14 de 16/05]

Mala sem alça: Arthur Virgílio e o caixa 2

Se Arthur Virgílio considera hoje o caixa 2 - o cerne da crise que assolou o PT - um "escandaloso esquema de corrupção", sua própria conduta não é das mais elogiosas. Hoje a grande imprensa não lembra, mas no dia 19 de novembro de 2000, o Jornal do Brasil estampou uma confissão de Virgílio:
"Em 1986, fui obrigado a fazer caixa 2 na campanha para o governo do Amazonas. As empresas que fizeram doação não declararam as doações com medo de perseguição política".
A confissão de Arthur Virgílio foi para o repórter Valdeci Rodrigues. A matéria, cujo título era "Ilegalidade freqüente", tratava da denúncia de caixa 2 na campanha de reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Acusações à época diziam que FHC recebeu mais de R$ 10 milhões em doações que não foram registradas no Tribunal Superior Eleitoral. Para defender o presidente, Virgílio declarou: "Vamos acabar com mocinhos pré-fabricados e bandidos preconcebidos. Neste país o caixa 1 é improvável. A maioria das campanhas tem caixa 2".
Após a confissão, o repórter sublinhou que o então deputado "ficou tranqüilo porque esse crime eleitoral que cometeu já está prescrito".

Extraído da Revista Fórum nº 37, de abril de 2006

Vice de Alkmim é o "Ministro do Apagão" de FHC

Engenheiro mecânico, economista e professor, José Jorge tem 61 anos e nasceu em Recife, Pernambuco.

Foi secretário do governo pernambucano nos anos 70 e 90. Ocupou as pastas da Cultura, da Habitação e da Educação.

Foi deputado federal entre 1982 e 1998 e, eleito senador, assumiu o posto em 1999. José Jorge presidiu o PFL entre 1989 e 1990 e 1993 e 1994.

Ele foi ministro de Minas e Energia entre 2001 e 2002 no governo Fernando Henrique Cardoso. No período do chamado “apagão” em que o Brasil viveu uma das maiores crises energéticas de sua história.

Veja que mentira!

Entrevista de Cláudio Lembo à Folha

Burguesia terá de abrir a bolsa, diz Lembo
(Mônica Bérgamo, 18/05/2006)

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, afirma que o problema de violência no Estado só será resolvido quando a "minoria branca" mudar sua mentalidade. "Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa", afirmou. "A bolsa da burguesia vai ter que ser aberta para poder sustentar a miséria social brasileira no sentido de haver mais empregos, mais educação, mais solidariedade, mais diálogo e reciprocidade de situações."

Lembo criticou o ex-governador Geraldo Alckmin, que disse que aceitaria ajuda federal contra as ações do PCC se ainda estivesse no cargo, e o ex-presidente FHC, que atacou negociação entre o Estado e a facção criminosa para o fim dos ataques. Leia abaixo os principais trechos da entrevista.


Folha - Os jornais estão noticiando hoje [ontem] que houve uma matança em São Paulo na madrugada de terça. A polícia está sob controle ou está partindo para uma vingança?
Cláudio Lembo - A polícia está totalmente sob controle. Eu conversei muito longamente com o coronel Elizeu Eclair [comandante-geral da PM] e estou convicto de que ela está agindo dentro dos limites e com muita sobriedade. Todas as noites há confrontos nas ruas da cidade e esses conflitos foram exasperados nesses dias. Mas vingança, não. A polícia agiu para evitar o pior para a sociedade.

Folha - Foram 93 mortes. Elas estão dentro dos limites? O senhor tem segurança que todos que morreram estavam em confronto?
Lembo -E o conflito que houve da cidade com a bandidagem? Foi violento. É possível que tenha havido tragédias, mas pelo que estou informado não houve nada que fosse além dos confrontos diretos.

Folha - Só no IML (Instituto Médico Legal) estão 40 mortos e não se sabe nem o nome dessas pessoas.
Lembo - Os nomes vão ser revelados. Estamos resolvendo questões burocráticas, de identificação, mas vão ser revelados.

Folha - Jornalistas da Folha entraram no IML e viram fotos de pessoas mortas com tiros na cabeça. Que garantia a sociedade tem de que não morreram inocentes e de que o Estado, por meio da polícia, não está executando essas pessoas?
Lembo -Não está, de maneira alguma. E digo a você: fui muito aconselhado a falar tolices como "aplique-se a lei do Talião". Fui totalmente contrário. Faremos tudo dentro da legalidade e do Estado de Direito.

Folha - O senhor não se assusta com o número de mortos?
Lembo - Eu me assusto com toda a realidade social brasileira. Acho que tudo isso foi um grande alerta para o Brasil. A situação social e o câncer do crime é muito maior do que se imaginava. Este é o grande produto desses dias todos de conflito. Nós temos que começar a refletir sobre como resolver essa situação, que tem um componente social e um componente criminoso, ambos gravíssimos. O crime organizado trabalha com a droga. A droga é um produto caro, consumido por grandes segmentos da sociedade. Enquanto houver consumidor de drogas, haverá crime organizado no tráfico. É assim aqui, na Itália, nos EUA, na Espanha. O crime se alimenta do consumidor de drogas.

Folha - E da miséria...
Lembo - Talvez no Brasil tenha esse componente também. O crime organizado destruiu valores. O Brasil está desintegrado. Temos que recompor a sociedade. A questão social é muito grave.

Folha - O senhor é um homem público há tantos anos, está num partido, o PFL, que está no poder desde que, dizem, Cabral chegou ao Brasil.
Lembo -Essa piada é minha.

Folha - O que o senhor pode dizer para um jovem de 15 a 24 anos, que vive em ambientes violentos da periferia? Que ele vai ter escola? Saúde? Perspectivas de emprego? Como afastá-lo de organizações criminosas como o PCC?
Lembo -Acho que você tem duas situações muito graves: a desintegração familiar que existe no Brasil, e a perda... Eu sou laico, é bom que fique claro para não dizerem que sou da Opus Dei. Mas falta qualquer regramento religioso. O Brasil está desintegrado e perdeu seus valores cívicos. É ridículo falar isso mas o Brasil só acredita na camisa da seleção, que é símbolo de vitória. É um país que só conheceu derrotas. Derrotas sociais...Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa.

Folha - Que ficou assustada nos últimos dia.
Lembo -E que deu entrevistas geniais para o seu jornal. Não há nada mais dramático do que as entrevistas da Folha [com socialites, artistas, empresários e celebridades] desta quarta-feira. Na sua linda casa, dizem que vão sair às ruas fazendo protesto. Vai fazer protesto nada! Vai é para o melhor restaurante cinco estrelas junto com outras figuras da política brasileira fazer o bom jantar.

Folha - Tomar conhaque de R$ 900 [preço de uma única dose do conhaque Henessy no restaurante Fasano].
Lembo - Nossa burguesia devia é ficar quietinha e pensar muito no que ela fez para este país.

Folha - O senhor acha que essas pessoas são responsáveis e não percebem?
Lembo - O Brasil é o país do duplo pensar. Conhecemos a inquisição de 1500 até 1821. Então você tinha um comportamento na rua e um comportamento interior, na sua casa. Isso é o que está na sociedade hoje. Essas pessoas estão falando apenas para o público externo. É um país que é dúbio.

Folha - Onde o senhor responsabiliza essas pessoas?
Lembo - Onde? Na formação histórica do Brasil. A casa grande e a senzala. A casa grande tinha tudo e a senzala não tinha nada. Então é um drama. É um país que quando os escravos foram libertados, quem recebeu indenização foi o senhor, e não os libertos, como aconteceu nos EUA. Então é um país cínico. É disso que nós temos que ter consciência. O cinismo nacional mata o Brasil. Este país tem que deixar de ser cínico. Vou falar a verdade, doa a quem doer, destrua a quem destruir, porque eu acho que só a verdade vai construir este país.

Folha - Mas qual é, objetivamente, a responsabilidade delas nos fatos que ocorreram na cidade?
Lembo - O que eu vi [nas entrevistas para a Folha] foram dondocas de São Paulo dizendo coisinhas lindas. Não podiam dizer tanta tolice. Todos são bonzinhos publicamente. E depois exploram a sociedade, seus serviçais, exploram todos os serviços públicos. Querem estar sempre nos palácios dos governos porque querem ter benesses do governo. Isso não vai ter aqui nesses oito meses [prazo que resta para Lembo deixar o governo]. A bolsa da burguesia vai ter que ser aberta para poder sustentar a miséria social brasileira no sentido de haver mais empregos, mais educação, mais solidariedade, mais diálogo e reciprocidade de situações.

Folha - O senhor diria que elas pensam que aquele rapaz de 15 a 24 anos, que vive perto da selvageria...
Lembo - ...pode ser o Bom Selvagem do Rosseau? Não pode.

Folha - O endurecimento na legislação pode resolver o problema?
Lembo - Transitoriamente pode resolver. Mas se nós não mudarmos a mentalidade brasileira, o cerne da minoria branca brasileira, não vamos a lugar algum.

Folha - O senhor diz que muita gente falou besteira sobre os episódios. Dos EUA, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou a possibilidade de o governo ter feito acordo com os criminosos para cessar a violência.
Lembo - Eu acho que o presidente Fernando Henrique poderia ter ficado silencioso. Ele deveria me conhecer e conhecer o governo de SP. Eu não posso admitir nem a hipótese de se pensar isso. Para opinar sobre um tema tão amargo, tão grave, ele teria que refletir, pensar. E se informar. Quanto ao presidente [FHC], pode ser que eventualmente ele tenha precedente sobre acordos. Eu não tenho.

Folha - Vimos o senhor dando muitas entrevistas na TV. Mas SP teve um outro governador [Alckmin], tem um candidato ao governo e ex-prefeito [Serra]. O senhor ficou sozinho?
Lembo - No poder, um homem é absolutamente solitário. Houve momentos em que praticamente fiquei sozinho. Mas devo agradecer a Polícia Militar e a Polícia Civil também, que estiveram firmes ao meu lado.

Folha - O ex-governador Alckmin telefonou para o senhor em solidariedade?
Lembo - Dois telefonemas.

Folha - O senhor achou pouco?
Lembo - Eu acho normal. Os pulsos [telefônicos] são tão caros...

Folha - E o candidato José Serra?
Lembo - Não telefonou. Eu recebi telefonema da governadora Rosinha [do Rio de Janeiro] e de Aécio Neves [governador de MG], que estava em Washington, ele foi muito elegante. Um ofício do governador Mendonça, de Pernambuco. Recebi muitos apoios, do Poder Judiciário, e a Assembléia Legislativa, deputados de todas as bancadas, nenhum partido faltou.

Folha - As autoridades paulistanas garantiram, nos últimos anos, que o PCC estava desmantelado, que era um dentinho aqui ou ali. Elas enganaram os paulistanos?
Lembo - Não saberia responder. Eu não engano. Eu acho que nós ganhamos uma situação mas é um grande risco. Temos que ficar muito atentos.

Folha - Essas autoridades garantiram que o PCC tinha acabado. Ou elas enganaram...
Lembo - Ou o dentinho era maior do que elas diziam.

Folha - Ou foram incompetentes. O senhor vê terceira alternativa?
Lembo - Pode ser que tenham sido exageradas no momento de transferir segurança. Quiseram ser tranquilizadoras.

Folha - Então elas iludiram as pessoas?
Lembo - É possível.

Folha - O senhor pode dizer que o PCC pode acabar até o fim de seu governo?
Lembo - Só se eu fosse um louco. E ainda não estou com sinal de demência. Acho que o crime organizado é perigosíssimo. Ele se recompõe porque ele tem possibilidades enormes na sociedade.

Folha - O ex-presidente Fernando Henrique não telefonou?
Lembo - Não, não. Ele estava em Nova York. O presidente Lula telefonou, foi muito elegante comigo. Conversei muito com o presidente, ele me deu muito apoio. E o Márcio [Thomaz Bastos] veio, conversamos firmemente, com lealdade. E ele chegou à conclusão que não era necessário nem Exército nem a guarda nacional. Tivemos uma conversa responsável, e o equilíbrio voltou. Mostrei que a Polícia Civil e a Polícia Militar tinham condições de fazer retornar a SP a ordem e a disciplina social.

Folha - O Datafolha mostrou que 73% acham que o senhor deveria ter aceitado ajuda federal. O governador Alckmin disse que não rejeitaria a ajuda.
Lembo - Ele decidiria, se fosse governador, como achava melhor. Eu decidi da forma que achei melhor. Quanto às outras pessoas, faltou clareza de informação da minha parte. E aí me penitencio. Não é que não aceitei ajuda do governo. Ao contrário. Desde sempre houve vínculo forte entre o sistema de informação da polícia federal e a polícia de SP. A superintendência da PF em SP foi extremamente leal, solícita e dinâmica. Eu tinha uma Polícia Militar muito aparelhada. Eu não poderia tirar esse respeito e esse moral que a tropa tinha que ter naquele momento tão difícil aceitando tanques de guerra do Exército. E aí uma sociedade que gosta de paternalismo, como a brasileira, queria Exército, tropas americanas, tropas alemãs, tropas de todo o mundo aqui. Não é assim. Temos que ser fortes, saber decidir em momentos difíceis e dar valor ao que é nosso. Foi o que fiz. Em 48 horas liquidou-se o problema. O Exército é para matar o adversário. Eu queria recolher os adversários possíveis. Nós estávamos num conflito social.

terça-feira, maio 16, 2006

Bono elogia Lula no The Independent

Bono elogia Lula em editorial do The Independent

O vocalista do U2, Bono Vox, falou sobre o presidente Luis Inácio Lula da Silva e os ataques do PCC em São Paulo na publicação especial do diário britânico The Independent desta terça-feira, onde trabalhou como editor por um dia. Foi otimista ao falar sobre o presidente do Brasil no texto "Um desafio para o sr. Lula", onde diz que o presidente "sabiamente gravitou para o centro, prometendo um sólido comando da economia", em vez de desestabilizar o país com "reformas apressadas".

Sobre a situação na capital paulista, disse que "se os eventos forem um anúncio do que está por vir, talvez seja motivo para diminuir o otimismo". Bono destacou, no entanto, que "Lula estava parcialmente certo quando atribuiu a violência à desigualdade social no Brasil e à falta de investimento em educação". (a tarde on-line)

Bono elogia Lula e cita ataques em SP em jornal britânico

Editor por um dia do jornal britânico The Independent, o vocalista do U2, Bono, elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e falou sobre os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo. Em um editorial intitulado "A challenge to Mr. Lula" (Um desafio para o Sr. Lula), o artista diz que o Brasil é "freqüentemente considerado o mais promissor" entre os países que crescem velozmente e são "quase desenvolvidos", destinados a "herdar a Terra".

Na edição publicada nesta terça-feira, Lula é elogiado por "sabiamente" gravitar para o centro, "prometendo um sólido comando da economia", ao invés de "desestabilizar o país com reformas apressadas". No entanto, ele declara que "se os eventos em São Paulo forem um anúncio do que está por vir, talvez seja motivo para diminuir o otimismo".

Apesar disso, Bono afirma que "o presidente Lula estava parcialmente certo quando atribuiu a violência à desigualdade social no Brasil e à falta de investimento em educação". Segundo ele, "estes são flagelos que só podem ser combatidos a longo prazo". (Diário do Grande ABC)

segunda-feira, maio 15, 2006

sobre os ataques do PCC

fragmentos de emails e textos diversos colecionados hoje, 15/05:

objetividade jornalística:

site do terra:
"Lula insiste em enviar tropas; Lembo resiste
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, insistindo em enviar tropas federais para conter a onda de violência no Estado. Diante da resistência do governador, Lula pediu ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para que ele vá a São Paulo no final da tarde de hoje para reunir-se com Lembo. Tomaz Bastos, em entrevista coletiva no início da tarde de hoje, entretanto, afirmou que "não se trata de intervenção". O ministro salientou que o governo federal tem "plena confiança de que o governo de São Paulo vai controlar isso".

"Temos confiança nas forças de São Paulo, mas não podemos deixar de reiterar a nossa vontade de ajudar", disse o ministro. Segundo Bastos, 4 mil homens da força nacional e a quantidade que for necessária do exército nacional estarão a disposição do governador Lembo."

site do uol:
"PCC ataca policiais, agências bancárias e ônibus; governo federal descarta intervenção
Thomaz Bastos, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse acreditar que as forças de segurança do governo de São Paulo têm condições de controlar a crise, mas voltou a oferecer ajuda.Segundo o ministro, trata-se de cooperação, não de intervenção. Ele vai a São Paulo para conversar pessoalmente com o governador Cláudio Lembo às 18h.

Bastos colocou 4.000 homens da Força Nacional de Segurança à disposição de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul --onde ocorreram rebeliões. O número pode chegar a 7.000, segundo a Justiça."

E o pior de tudo é que as pessoas estão assustadas, morrendo na mão de bandidos e o povo só pensa em fazer politicagem. Tô cansada, viu.

***

Gente, leiam, eles fazem de propósito. Eles pegam a realidade, distorcem e falam outra coisa: descaradamente, de propósito. Qualquer um que lê a cobertura do site do Terra e do site do Uol percebe que o site do Uol TENTA DESCARADAMENTE PREJUDICAR A POSIÇÃO DO GOVERNO FEDERAL E ESCONDE A FALTA DE NOÇÃO DO LEMBO. É DESCARADO!!!
O fascista, nazista, ordinário, criminoso do atual governador de SPaulo teve a capacidade de dar uma entrevista hoje, à folha, dizendo:
- Nós não precisamos de ajuda do governo federal. A SITUAÇÃO ESTÁ ABSOLUTAMENTE SOB CONTROLE, e a gente não tem medo do PCB (!!!!) ah, não, quer dizer, o nome é outro né? PCC... DESCARADAMENTE QUERENDO LIGAR A AÇÃO CRIMINOSA A UM PENSAMENTO DE ESQUERDA!!! E A FOLHA DANDO TRELA FILHADAPUTICIMENTE!!!!

Leiam a entrevista que a folha publicou HOJE com uma socióloga (que por acaso eu nunca ouvi falar) do Rio de Janeiro (????) dizendo que a estrutura do PCC é inspirada em facções de extrema esquerda da AL. Até aí ainda vai, mas não se a tal professora é doida ou se a edição da matéria foi filha da puta como sempre MAS NÃO EXPLICOU A DIFERENÇA ENTRE INSPIRÇÃO TÁTICA E INSPIRAÇÃO IDEOLÓGICA. Ou seja na matéria não fica claro se ela está ou não relacionando o PCC com os zapatistas, por exemplo e isso chama FILHADAPUTICE MEGA PLUS COM A AJUDA DO DEMÔNIO.

ISSO NÃO É DEMOCRÁTICO, SANTO DEUS


***

do site terra:

Governo de SP teria sido informado de ataques
O governo de São Paulo recebeu gravações telefônicas de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), combinando atentados a manifestações públicas no Estado, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.

Na intenção de tumultuar o processo eleitoral, o PCC pretenderia priorizar os ataques a atos do PSDB, como comícios, na tentativa de gerar eventuais arestas entre simpatizantes do PSDB e do PT. Nas gravações repassadas às autoridades paulistas fala-se no uso de coquetéis molotov. Outros tipos de manifestações públicas, como greves e protestos com reivindicações salariais, também poderiam ser alvos de ataques.

A Polícia Federal pretende desencadear operação de combate ao crime organizado nos próximos dias. A operação deve atuar para desarticular ligações entre organizações nacionais e internacionais, possivelmente em áreas localizadas próximas à fronteira.


***

"O governador de São Paulo, Claudio Lembo, afirmou que sabia desde a noite de quinta-feira que os criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) planejavam ataques.A afirmação foi feita em entrevista coletiva, enquanto o governador participava neste domingo de cerimônia que marcou o início das obras de revitalização na marginal Tietê em São Paulo. Perguntado se o governador aceitaria a colaboração da Polícia Federal, Claudio Lembo respondeu: "São Paulo não precisa da Polícia Federal, quando muito se eles nos passarem informações elas serão bem vindas."

***

Corrupção policial, ação de advogado e juiz ineficiente mantêm PCC, diz Abramo
(Edson Monteiro)

A corrupção nas polícias e no sistema carcerário, aliada à atuação de advogados criminalistas que funcionam como elemento propiciador da comunicação intra e extra-muros dos presos, além de atuarem como corruptores, bem como e a ineficiência do Judiciário ao garantir direitos desses presidiários formam a base da crise que levou aos ataques promovidos pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) contra as forças de segurança, bancos e sistema de transporte em São Paulo, que já matou 74 pessoas desde a noite de sexta-feira (12/5).

A análise é do presidente da ONG Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, que ainda cobrou uma ação do Judiciário e do Ministério Público para obrigar os Estados a tratar os presos em melhores condições.

De acordo com ele, "uma organização criminosa não pode funcionar sem cumplicidade dentro da polícia; em qualquer interação entre o poder público e a sociedade existe o risco de corrupção. E no caso dos organismos de controle, polícia e tal, o risco de corrupção chega ao paroxismo. É onde você tem mais riscos. Até porque tem contato permanente com a criminalidade, então você tem ali um caldo de cultura propício ao estabelecimento de conluios, cumplicidade, organizações", disse Abramo.

"E telefone celular no presídio, como pode? Notoriamente a administração penitenciária brasileira é ineficiente. Faltam recursos, etc., mas, enfim, ela também está ali convivendo com indivíduos que estão presos e com muito estímulo para entrar em conluio com eles", afirmou o presidente da Transparência Brasil.

"Mas não nos esqueçamos dos advogados. Nenhuma organização funciona sem comunicação. Essa comunicação entre o indivíduo que está dentro da cadeia e o sujeito que está fora, é propiciada, talvez por familiares também, mas muitas vezes por advogados, que são parte do esquema criminoso. Tudo isso configura corrupção direta, é acompanhado de propina etc., e também de uma corrupção mais generalizada, que diz respeito à forma como essas relações são geridas", disse Abramo. "Isso só pode acontecer com a cumplicidade desses três grupos (polícia, administração penitenciária e advogados)."

Judiciário
Questionado a atuação do Judiciário também seria um fator para a perpetuação das estruturas do crime organizado, ele afirmou que "o Judiciário entra por sua ineficiência", mas que não cabe lhe atribuir "ma fé". "O que ocorre é que o Judiciário é ineficiente na garantia de direitos. Esses presidiários têm negados muitos direitos. Eles são tratados muito mal, em condições absurdas. Lhes são negados direitos que eles têm", disse Abramo.

"E qual é a capacidade de os organismos de controle, inclusive do Judiciário, do Ministério Público, de forçarem os governos estaduais a alterarem a maneira como tratam os detentos. Não parecem muito animados nisso. E a classe média, quando acontece um negócio desses, acha que tem que instituir a pena de morte."

Posição da OAB
Ao comentar as declarações do governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), que defende a escuta telefônica pelo Estado nas comunicações entre advogados e seus clientes presos, como forma de conter a violência do crime organizado, o presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, qualificou como "desvario" e "leviandade" a proposta.

Ele rechaçou a intenção do governador e disse que a entidade está disposta a colaborar com as autoridades no que for necessário para conter a crise, sendo inclusive implacável com advogados que comprovadamente estiverem praticando delitos. No entanto, Busato ressaltou que a Ordem não admitiria a violação de comunicação dos profissionais, lembrando que a Constituição e a Lei garantem o sigilo e inviolabilidade do advogado no exercício da função.

números não divulgados

esse e-mail eu recebi já tem um tempo, mas é sempre bom nunca esquecer...

MÉDIAS BALANÇA COMERCIAL BI US$
- FHC 1 (95/98): -5,886
- FHC 2 (99/02): +3,444
- Lula (03/05): +34,420 (recorde)

RISCO-PAÍS PTS
- FHC (02): 1.445
- Lula (Jan/06): 278 (recorde)

JUROS
- FHC (02): 25,00%
- Lula (Jan/06): 16,00%

DÓLAR R$
- FHC (02): 3,53
- Lula (Jan/06): 2,30

RANKING DO PIB MUNDIAL (PPP) TRI US$
- FHC (02): 1,340 (10º)
- Lula (04): 1,492 (9º)

BOVESPA PTS
- FHC (02): 11.268
- Lula (Jan/06): 35.223 (recorde)

DÍVIDA COM O FMI US$
- FHC (02): $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$muitos bilhões de U$
- Lula (05): 0,00

DÍVIDA COM CLUBE DE PARIS US$
- FHC (02): ? muitos bilhões de U$
- Lula (06): 0,00

TAXA ABAIXO DA LINHA DE POBREZA
- ITAMAR (92): 35,9%
- FHC (02): ?
- Lula (04): 25,1%

1) Qual foi a taxa de inflação de 2002? E a de 2005?
2002 = 12,5%
2005 = 5,7%

2) Qual o valor da dívida externa no final de 2002? E no final de 2005?
2002 = US$ 210 bilhões
2005 = US$ 165 bilhões
(finalmente a dívida externa começou a cair...)

3) Qual a inflação acumulada em 3 anos de governo Lula?
23%

4) Qual o percentual de reajuste do Salário Mínimo no governo Lula?
50%

5) Qual era o valor em dólares do Salário Mínimo quando Lula tomou posse?
Qual o valor hoje?
posse = US$ 56,50
hoje = US$ 128,20

6) Qual era a relação dívida/PIB do Brasil no final de 2002? Qual é essa
relação hoje?
2002 = 57,5%
2005 = 51%

7) Qual era a taxa Selic quando Lula tomou posse? E qual a taxa atualmente?
posse = 25%
hoje = 16%

8) Qual o valor das exportações brasileiras em 2002? E em 2005?
2002 = US$ 60 bilhões
2005 = US$ 118 bilhões

9) Qual foi o superávit comercial do Brasil em 8 anos de governo FHC? E em 3 anos de governo Lula?
governo FHC = déficit comercial de US$ 8,7 bilhões (não teve superávit nos 8 anos de FHC... aqui era uma "pegadinha" para os tucanos)
governo Lula = superávit comercial de US$ 103 bilhões

10) Qual era a taxa de desemprego brasileira em novembro de 2002? E em novembro de 2005?
novembro/2002 = 12,2%
novembro/2005 = 9,6%

domingo, maio 14, 2006

peçonha virtual

texto de Helena Sthephanowitz
(cliquem no link, essa mulher faz o que eu gostaria de fazer! e leiam o texto abaixo, é grande mas vale a pena!)

Artur Virgílio é uma abominação. Um idiota, criado no seio de uma ridícula família burguesa, que se acha aristocrata só porque tem a falta de imaginação de repetir o mesmo nome há quatro gerações. É um cafajeste metido a refinado, que grita com mulher em público e acha aceitável ameaçar dar uma surra no Presidente da República.

ACM Neto também é um boçalzinho, que nunca precisou trabalhar duro na vida, se elegeu deputado às custas do avô coronel. E que avô, hein? Fraudador de painel de votação do Congresso que, quando se viu prestes a perder o mandato, não honrou as calças que vestia e renunciou. Não vale um traque de José Dirceu. Pois é o netinho deste sujeito asqueroso quem se acha no direito de ameaçar publicamente o Presidente da República do Brasil, eleito com a maior votação da história. Queria ver ser macho pra ameaçar um dos generais ditadores que seu vovô tanto apoiava. Bravateiro, inconseqüente, arrogante, sem um pingo de compostura e decoro para exercer o cargo que exerce.

A louca da Heloísa Helena, que acha que ser de esquerda é fazer esse triste papel de lavadora das privadas da direita, o qual vem exercendo há tempos, também achou bonito ameaçar de pancada o mandatário maior da nação. É claro que não foi levada a sério, pois além de mal poder com um gato morto pelo rabo, sempre teve fama de histérica e mal-amada, que faz da agressividade verbal exibicionista uma espécie de sexualidade alternativa. É uma piada ambulante, até naquele Congresso de bufões.

O Brasil tem hoje a pior bancada na Câmara Federal de todos os tempos. Com raras e honrosas exceções, que só confirmam a regra. E também, salvo as raras e honrosas exceções confirmadoras, o Brasil tem hoje a pior imprensa que já teve desde que vendidos e golpistas como Carlos Lacerda e David Nasser bateram as botas. A começar pelas estrelas dos noticiários e programas de entrevistas.

Arnaldo Jabor é um cineasta fracassado, que cometeu três filmecos pornográficos, metidos a cult. Desistiu, felizmente, e quando pensávamos estar livres de sua falta de talento, eis que o monstro ressurge e resolve torrar nossa paciência de outro jeito: fingindo que está com encosto do Paulo Francis. Paulo Francis era um direitista doente. Mas, pelo menos era ele mesmo. Uma bosta de ele mesmo, vale lembrar. Agora, imagine um pastiche desta bosta? Acertou, é Arnaldo Jabor.

Jô Soares é o filho único de um casal de grã-finos, criado no Copacabana Palace, e que nunca conseguiu superar a idade mental de doze anos. Tanto que não consegue fechar a boca e comer do jeito que um homem de sessenta anos deveria. Com barbas brancas na cara, continua se comportando como o garoto gordo que faz o papel de bobo da classe. Acha que é engraçado, quando está sendo apenas ridículo. Acha que é mais inteligente que todo mundo, quando só é arrogante. Assistiu um programinha mambembe de um entrevistador estadunidense, imitou em tudo, até no cenário, e com isso se sente no direito de humilhar seus entrevistados, seus músicos, sua equipe técnica e até sua platéia. Ou claque, melhor dizendo. Agora, decidiu que seu papel de deformador de opinião é fazer campanha declarada contra um governo que foi democraticamente eleito.

Nas quartas-feiras, reúne no seu picadeiro um grupelho de peruas, todas na menopausa e se achando o máximo por serem debochadamente chamadas de meninas.

Cristiana Lobo ri com cara de idiota e concorda com tudo que o Gordo diz. Talvez com medo de perder o empreguinho global e ter de cobrir defunto de periferia na Record. A pobre professora da USP, que deve estar por lá atrás de um mensalinho pra engordar seus honorários, tenta falar, mas, é sempre atropelada por Lúcia Hipólito. Aí sorri amarelo e deixa pra lá, com aquela cara de que entende a ignorância das criancinhas.

Ana Paula, aquela mistura de loura do Tchan com foca de jornal de bairro, é tão competente que só conseguiu emprego mesmo no falido JB. Diz um monte de besteiras, sacode as bijuterias e faz caras e bocas pra câmera, talvez sonhando com um convite tardio para posar na Playboy.

E tem a Lúcia Hipólito, a pior figura que já apareceu na telinha nos últimos tempos. É feia, é brega, é antipática, é arrogante, é mal educada, interrompe a fala das outras e ainda se acha a última coca-cola gelada do sertão. Parece a bruxa malvada das antigas histórias da Disney. É o estereótipo da perua de família rica que quer se afirmar como intelectual pra esnobar as amigas no chá das cinco. Apresenta-se como cientista política. Como assim, cientista? Alguém já leu algum artigo científico desta senhora? Já discutiu seus livros em algum congresso? Já viu o currículo Lattes dela? Ela realiza suas pesquisas científicas em qual instituição? O que se sabe é que exerce função de jornalista e pelo que se intitula, sem ter a devida formação na área. Mas, acha que pode ditar regras sobre tudo. Solta batatas imperdoáveis até na boca de um estudante de primeiro período de sociologia. Como a da última quarta-feira, dia dois de novembro, quando disse que não poderíamos ter escolhido Lula para gerenciar o Brasil, pois ele nunca gerenciou nem mesmo um carrinho de pipocas. Claro que todo mundo que estudou ciências políticas sabe o quanto é importante a experiência gerencial de carrinhos de pipocas na carreira de um presidente da república, não é mesmo? Alguém precisa avisar à cientista que o cargo de Presidente da República é representativo e não gerencial. E que o Estado não é uma empresa. Tem relações sociais, econômicas e humanas bem mais complexas que uma padaria ou uma fábrica de automóveis. Não pressupõe a hierarquia existente em uma empresa. Não visa o lucro e não tem dono. Se a gente fosse escolher Presidente, como se escolhe gerente, era melhor fazer concurso público em vez de eleição.

A única das meninas que dizia coisa com coisa, a veterana jornalista Teresa Cruivinel, foi posta pra fora do programa, ou saiu de lá correndo para não pagar mais mico naquele festim idiota, que mais parece um fim de tarde na Daslu.

E o que temos na mídia impressa? A revista VEJA. A revista VEJA merece um capítulo à parte, pois já deixou de ser uma publicação jornalística, pra embarcar no gênero ficcional com narrativa de literatura fantástica. Traz em suas páginas seres que só poderiam existir mesmo na ficção fantástica, como o Diogo Mainard. Eu até acredito em fadas, saci, duendes e fantasmas. Mas, não acredito que alguém como o Diogo Mainard possa existir de verdade. O pior é que, ao embarcar na literatura de ficção fantástica, a VEJA devia ter, pelo menos, treinado seus repórteres, distribuindo um exemplar de Os Cavalinhos de Platiplanto, clássico do gênero, escrito por J. J. Veiga.

A boa referência literária faria com que criaturas, pelo menos, conseguissem imaginar uma historieta melhor do que esta de Fidel mandando ao Brasil dinheiro para financiar a campanha de Lula. E ainda escondido em caixas de uísque. Por que não caixas de charutos, que seria mais verossímil? Ou será que Fidel invadiu o Paraguai desde 2002 e a gente ainda não sabe?

As outras publicações chafurdam num mar de jabaculês, sensacionalismo e ignorância. Nem escrever corretamente em português conseguem mais. Mas, é essa imprensa sem preparo e totalmente comprometida com as forças conservadoras que forma a opinião da classe média brasileira.

A classe média brasileira que é tonta, idiota e tem péssima formação educacional. Quem chega a fazer faculdade, nunca mais lê um livro, depois que se forma. Quando lê, é auto-ajuda, escrita pelo Lair Ribeiro. Mesmo assim, essa turma acha que é bem informada às custas de VEJAS, ÉPOCAS, FOLHAS, GLOBOS e se sente elite, adotando as idéias e comportamentos da gentalha da mídia, que forma sua opinião.

Já a elite de verdade é hipócrita, canalha, egoísta e cruel. Tem ódio de Lula, por ser mestiço, nordestino e pobre. Acha um insulto ser governada por ele e se pudesse já o teria tirado do poder na ponta da baioneta, como fez com João Goulart, que nem pobre, nem nordestino era, apenas um moderado socialista.

É uma elite pobre de cultura e formação, composta por quatrocentões decadentes, descendentes de degredados, que se julgam nobres e por emergentes ridículos, que se sentem quatrocentões. Uma elite ignara, que compra livros como se fossem azulejos, para decorar paredes. E é uma elite burra, que nunca leu Gilberto Freyre nem Adam Smith e não aprendeu que, até para poder continuar a habitar a casa grande, precisa deixar a senzala comer um pouco melhor.

Não, Poeta Cazuza, eu não vou pedir piedade para esta gente careta e covarde! Pelo menos esta noite, não. Estou mais é querendo que todos eles vão pro diabo que os carregue. Estou de saco cheio de tanta baixaria, mediocridade, autoritarismo, maucaratismo e violência real e simbólica. Estou de saco cheio de ver esses cretinos mentindo, enganando e manipulando pra não deixar que o sonho do povo se realize.

Estou de saco cheio de ver a desfaçatez com que tentam convencer o povo de que ele sempre toma a decisão errada e que, por isso, é melhor não decidir mais e entregar o país pra que eles, os iluminados, governem.

Estou de saco cheio de ver esse mesmo filme se repetindo nos últimos quarenta anos, desde que me entendo por gente: a elite canalha governando, mesmo que à força. A classe média pusilânime aplaudindo, e se sentindo representada, como se tivesse algum poder. E o povo, sofrido e conformado, levando pedras como penitente e sonhando com um Messias, que o virá salvar.

Estou de saco cheio de ver o país dar um passo adiante e dez para trás, por que o progresso democrático contraria os interesses de meia dúzia de poderosos, cuja ganância é maior que o tempo que eles terão de vida para aproveitar o produto de sua perversidade.

Estou de saco cheio de ver o único Governo em muitos anos que nos livrou do FMI, voltou a financiar moradias, criou um programa de segurança alimentar para atender os famintos, assumiu a liderança da América Latina e impôs respeito no mundo todo, ser execrado diariamente nos jornais, como se tivesse inventado a corrupção, a violência e todos os problemas que o país arrasta há quinhentos anos.

Estou de saco cheio de saber que isso é preconceito, sim. É ódio de classe, sim. É desejo de manter privilégios inaceitáveis, sim. Pois quando o sociólogo da Sorbone quebrou o país três vezes, liquidou o patrimônio do país a preço de banana, sucateou o parque industrial do país com uma política monetária absurda, multiplicou a dívida externa e comprou votos pela bagatela de duzentos mil para se reeleger, nunca mereceu da mídia o linchamento diário que vêm recebendo o Governo Lula e o PT. Nunca foi desrespeitado em plenário pela oposição da forma como o presidente Lula tem sido desrespeitado. Nunca foi ameaçado de pancada por um canalha, uma histérica e um herdeirozinho de quinta categoria.

Estou de saco cheio de ver tanta injustiça, tanta mentira tanta cara-de-pau, tanta irresponsabilidade com o futuro do país, no esforço de criar uma crise que eles sabem que é hipócrita, falsa e eleitoreira, pois trata como novidade práticas seculares.

E tudo isso em um momento que poderíamos estar aproveitando para crescer, promover o bem-estar do povo, afirmar nossa grandeza como nação pacífica e progressista diante do mundo. Eles não se importam em jogar na lata do lixo da história o futuro das nossas crianças, desde que possam trazer de volta ao poder o partido da compra de votos, da privataria, da dengue, da quebradeira e do apagão. Eles não pensam que, se interrompermos os projetos sociais que hoje assistem a mais de trinta milhões de brasileiros, estaremos fomentando ainda mais os bolsões de miséria, donde sairão os bandidos que matarão, seqüestrarão e roubarão a paz de seus filhos e netos.

Essa gente dorme, meu Deus? Essa gente coloca a cabeça no travesseiro à noite e sonha com os anjos, sem ouvir a voz do Ministro Gil cantando insistentemente em seus ouvidos gente estúpida, gente hipócrita.

Se você está acostumado a ler meus textos, deve estar espantado e até indignado com a virulência e agressividade deste aqui. Deve estar também de saco cheio de me ver aqui a xingar e blasfemar por tantas linhas. Pois saiba que é exatamente assim que estou me sentindo, depois de passar seis meses sendo submetida a um bombardeio diário de baixarias e canalhices golpistas daqueles que querem única e exclusivamente o poder.

Esse texto é um desabafo, uma vingança, um grito transbordante de quem está de saco cheio de agir corretamente, de respeitar os outros, de seguir as leis, a Ética, os bons modos, o politicamente correto e, olhando em volta, ver o triunfo dos canalhas sobre o homem de bem, do medo sobre a esperança, da covardia sobre a vontade de mudar pra melhor.

É um gesto de legítima defesa, destes que a campanha do NÃO tanto nos convenceu ser um direito.

O texto está ofensivo, grosseiro, chocante? Que bom! Era isso mesmo que eu queria. Que toda a bile que derramei aqui possa chegar até essa gente nefasta e provocar neles raiva, amargor, ódio, ressentimento. Palavras não matam, mas ferem. Ficam ecoando na cabeça e infernizando a alma por muito tempo. Tomara que todos eles leiam. E tenham um mau dia. Uma péssima semana. E um mês pior ainda.

(esse não tem grifos meus pq eu teria que grifá-lo inteiro...)