sexta-feira, outubro 06, 2006

Delegado que vazou fotos pede a repórteres: "Tem que sair no Jornal Nacional"

(por Luiz Carlos Azenha, jornalista, em seu site Vi o mundo - o que você nunca pôde ver na TV)

O delegado Edmilson Bruno, da Polícia Federal, deu entrevista diante do prédio da PF paulista. Negou que tivesse sido o responsável pelo vazamento das fotos do dinheiro que seria usado por petistas para comprar um dossiê contra candidatos tucanos.

Algumas horas antes, ele havia se encontrado reservadamente com repórteres para dar um CD que continha as fotos. Pediu que cópias fossem feitas e distribuídas.

Pelo menos dois dos repórteres que conversaram com o delegado gravaram a conversa sigilosa. Tive acesso ao conteúdo da gravação.

Os peritos tiraram fotos e eu também tirei, explicou Edmilson aos jornalistas.

No dia anterior, ele tinha participado da perícia feita por agentes da Polícia Federal nos reais e dólares apreendidos com dois petistas em um hotel de São Paulo. O delegado usou sua própria máquina para fazer as fotos que divulgou.

Edmilson contou aos jornalistas como pretendia explicar ao chefe a aparição das fotos na mídia: Alguém que roubou e deu para vocês, disse ele. E mais: O que vai parecer? Que alguém roubou e vazou na imprensa.

O delegado disse aos repórteres que o superintendente da PF em São Paulo e o delegado encarregado do caso não sabiam da existência das fotos.

O delegado revelou preocupação com a aparição do nome da empresa encarregada de guardar o dinheiro nas fotografias.

Tira o nome Protege e tira essa data aqui, disse ele. Depois: Protege pode deixar.

Em seguida, o delegado deu aos repórteres a sugestão de usar o Photoshop, um programa de edição de fotos, para eliminar o nome da empresa das fotos.

O delegado Edmilson voltou a contar qual a justificativa daria ao chefe: Doutor, me furtaram. Sabe como é que é, não dá para confiar em repórter...

Um dos jornalistas riu da brincadeira.

O delegado disse que tinha feito as fotos no dia anterior, às cinco da tarde. Demonstrou preocupação com as conversas telefônicas, uma vez que ligava para repórteres que acompanhavam o caso: Tô grampeado, o telefone que eu ligo, eu tô desesperado.

Não havia repórter da TV Globo entre os jornalistas que se reuniram informalmente com o delegado, numa calçada. Ao discutir com os jornalistas sobre o momento certo para divulgar as fotos, o delegado foi enfático: Tem que sair hoje à noite na TV. Tem que sair no Jornal Nacional.

O delegado faz referência a um certo André, empresário que ele suspeitava ser a fonte do dinheiro apreendido. Tudo o que o PT precisa de dinheiro ele dá, diz o delegado.

Ele faz menção a José Dirceu, sem explicar o papel que o ex-ministro de Lula teria tido.

Explica que André e o irmão teriam feito fortuna ao vender uma empresa por 400 milhões. Tem umas pessoas investigando. É um nome (o de André) que voces podem jogar para ser investigado, sugeriu Edmilson aos repórteres.

O delegado não explicou se as pessoas a que se referiu eram colegas da Polícia Federal. Não fica claro se Edmilson Bruno estava fazendo uma investigação paralela dos petistas.

Ele estava de plantão na noite em que as prisões foram feitas e o dinheiro foi apreendido num hotel de São Paulo.

A grana tá vindo, o André banca e depois eles devolvem, explicou o delegado.

"Eles" seriam os petistas. Pelo que sugere o delegado, André fazia empréstimos ao PT, pagos mais tarde com dinheiro trazido de fora.

Me tiraram, me tiraram, me sacanearam, disse Edmilson aos repórteres, numa aparente referência ao afastamento dele do caso.

Antes de voltar ao prédio da Polícia Federal, o delegado insiste com os repórteres. Quer a garantia deles de que as imagens chegarão às emissoras de tevê: Globo e Band, fico tranqüilo?

Ele queria ter certeza de que os repórteres cumpririam o compromisso de distribuir cópias do CD. Ao se despedir, o delegado fez uma referência a Tiradentes, como se fosse este o papel que ele desejava desempenhar.

Mais tarde, o próprio Edmilson desceu para dar entrevista sobre o caso.

Negou que tivesse participado do vazamento das fotos. Disse aos repórteres: Estão ligando aí [na Polícia Federal de São Paulo] dizendo que o delegado Bruno desceu de manhã e saiu distribuindo fotos para todo mundo. Isso não é fato, afirmou - falando dele mesmo na terceira pessoa. Vocês estão prejudicando um profissional que tem dez anos de carreira e muito a zelar pela PF ainda.

Entre os repórteres que entrevistavam o delegado, na porta da Polícia Federal, estavam alguns dos que tinham recebido dele, secretamente, as fotos do dinheiro.

As imagens foram divulgadas com destaque nos telejornais daquela noite e ocuparam a primeira página dos principais jornais do Brasil, no dia seguinte.

Imagens que podem ter tido influência decisiva no resultado do primeiro turno das eleições presidenciais."

2 comentários:

Anônimo disse...

O delegado deveria receber uma promoção e o ministro que é advogado criminalista do candidato Lulla ser demitido por não ser "republicano"...
o Maluf e o filho pode sair preso no JN e do PT "nem as fotos da grana"??

To vendo a hora de desembarcar uns agentes do FBI americano pra mostrar a PF "por onde" andou os dólares no Brasil...
O mesmo eleitor que absolveu P Maluf vota no Lulla (aliás são aliados) porque toleram a corrupção, se estivessem lá fariam igual ou pior...

Anônimo disse...

voto no Lula é a principal arma para limparmos o governo deste paiz, porque tudo que estamos vendo agora sendo apurado é o que sempre aconteceu. Agora pq a policia federal nunca atuou como neste governo?
chega de darmos atenção às novelas montadas por inumeros politicos enraizados .

Ja não é hora também de fazer uma discriminação sadia? Oque querodizer é que no governo do Brazil em todos os niveis estão repletos de desecendes de espanhois , italianos,alias do muindo todo e se esta nação n~ºao vai bem com certeza não é culpa de Brasileiroque inclusive pela primeira vez elegeu um presidente realmente BRAZILEIRO. precisamos que continue as ações sociais é necessario que de alguma maneira chegue dinheiro na mão dos mais desfavorecidos.

VOTAR EM ALKMIM É DAR CONTINUIDADE AOS PLANOS DE UM TRAIDOR CHAMADO FERNANDO HENRIQUE, QUE VENDEU MUITO DO QUE ERA NOSSO E QUERIA VENDER TAMBÉM A PETROBRAS QUE INCLUSIVE CRESCEU E MUITO COM O GOVENO LULA