segunda-feira, outubro 16, 2006

De que valem as juras, quando fatos as desmentem?

Em mais um momento humorístico, a página oficial da campanha Alckmin divulgou um texto com o seguinte título: "Lulla e as lições que aprendeu com o mestre Collor".

Logo abaixo do título, vem a seguinte linha fina: "Candidato do PT posou de vítima na campanha de 89; hoje, lança mão dos ensinamentos de adversário".

Tucano tem bico afiado, mas memória curta. Lula não "posou" de vítima. Foi vítima. Mas o lapso é compreensível. Afinal, FHC quase embarcou no governo Collor.

De toda forma, o tal texto divulgado pela página oficial da candidatura tucana tem como propósito acusar a campanha Lula de exercitar diariamente "a mentira e o terrorismo eleitoral", ao acusar "Geraldo de ter intenções privatistas, de que vai acabar com o Bolsa Família, prejudicar os servidores etc".

Segundo a campanha tucana, "Geraldo já disse mais de uma vez que não vai privatizar a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, os Correios, a Petrobrás, nem acabar com o Bolsa Família e a Zona Franca de Manaus".

Recordar é viver!

As juras tucanas estão em contradição com o que ocorreu durante os oito anos de governo FHC, quando mais de cem empresas públicas foram privatizadas. Entre elas a Companhia Siderúrgica Nacional, a Light, a RFFSA, a Vale do Rio Doce.

As juras do candidato tucano estão em contradição com o que aconteceu durante os doze anos de governo tucano-pefelista no estado de São Paulo. Entre os exemplos do patrimônio público que foi privatizado, sob diversas formas (venda, alienação de ações, concessões), podemos lembrar a Companhia Paulista de Força e Luz, a Fepasa, o Banespa e as rodovias.

As juras do candidato tucano não apagam o fato de que Alckmin foi coordenador do Programa Estadual de Desestatização do governo de São Paulo. Detalhe: durante a campanha de 1994, o PSDB havia se comprometido em não privatizar várias empresas públicas. Passada a eleição, rasgou o compromisso e embarcou na privataria.

As promessas do candidato tucano entram em contradição, aliás, com o que tem sido defendido, nesta campanha de 2006, por importantes assessores do PSDB e do PFL, que defendem abertamente as privatizações.

Aliás, o programa oficial da candidatura Alckmin defende cortes pesados no orçamento público. Alguém tem dúvida do que eles cortariam, se ganhassem as eleições? Aliás, quem passou os últimos anos atacando o Bolsa Família e agora, com medo do prejuízo eleitoral, muda de discurso?

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