Quem inventou a reeleição foi Fernando Henrique Cardoso. Inventou em benefício próprio, dele, dos tucanos e pefelistas.
Para aprovar a reeleição, parlamentares tiveram seus votos comprados e vendidos. O caso rendeu algumas cassações e renúncias. Mas o governo FHC abafou uma CPI que investigaria o caso.
Candidato à reeleição, FHC não participou de nenhum debate na campanha de 1998. Portanto, até outubro de 2006, os debates presidenciais reuniam apenas candidatos.
No dia 8 outubro de 2006, pela primeira vez um presidente da República participou de um debate. Ali estava o candidato Lula, mas estava também o presidente da República.
Alckmin não deu a mínima para isso. Faltou com todas as regras de educação e cortesia. Foi leviano e chegou ao cúmulo de chamar o presidente de mentiroso. Os fatos mostram outra coisa.
Os tucanos querem acabar com o Bolsa Família?
Alckmin negou, no debate, que pretenda fazer cortes nos investimentos sociais. Disse que vai "aperfeiçoar" o Bolsa Família.
Acontece que Yoshiaki Nakano, importante assessor de Alckmin, citado como um possível ministro da Fazenda de um governo tucano-pefelista, declarou à imprensa que quer fazer um corte anual de R$60 bilhões - ou 3% do PIB - no Orçamento Geral da União.
Só haveria um lugar onde efetuar esta redução: as chamadas despesas discricionárias, ou seja, custeio e investimentos dos ministérios. Em 2006, por exemplo, estas despesas são da ordem de R$82,7 bilhões.
Ou seja: Nakano defende cortar 75% do custeio e investimento. Isso implicaria em fechar o ministério do Desenvolvimento Social e do Combate a Fome, responsável pelo programa Bolsa Família.
Alckmin, cobrado sobre as declarações de Nakano, desautorizou seu assessor e argumentou que a proposta não consta do seu programa. Mas se é assim, por qual motivo Yoshiaki Nakano era e continua sendo indicado pela coligação tucano-pefelista para falar sobre o programa de Alckmin? Afinal, quem é mentiroso?
Os tucanos querem privatizar as estatais brasileiras?
Alckmin negou que pretenda retomar o programa de privatizações. Prometeu que não vai privatizar o Banco do Brasil, os Correios e a Petrobras.
O PSDB fez a mesma promessa em 1994, no segundo turno da eleição para o governo de São Paulo. Assinaram o compromisso de que não privatizariam o Banespa. Como sabemos, o compromisso foi rasgado e o Banespa foi privatizado.
Importante lembrar que Alckmin chefiou o programa de privatizações no estado de São Paulo.
Anos depois, FHC prometeu que não privatizaria a Petrobrás. Quem acreditou nessa promessa, tomou um susto quando descobriu que o governo tucano estava preparando a mudança de nome da empresa: de Petrobras para Petrobrax. A mudança de nome fazia parte dos preparativos para a privatização.
A Petrobras não foi vendida, mas parte das ações da empresa foi privatizada pelo governo tucano-pefelista.
Recentemente, Luiz Carlos Mendonça de Barros, um dos principais economistas do PSDB, disse à revista Exame que a Petrobras, os serviços portuários, as estradas de rodagem e o setor elétrico poderiam entrar na fila das privatizações, se Alckmin for eleito.
Ou seja: agora, como em 1994, os tucanos falam reservadamente aquilo que negam de público. Quem é mentiroso?
Tucano voa de avião?
Alckmin classificou como "dinheiro jogado fora" a compra de um avião pela presidência da República. Prometeu, se eleito, vender a aeronave.
Bastaria o ex-governador analisar as despesas do governo do Estado de São Paulo ou do governo FHC, com passagens aéreas e locação de aeronaves, para descobrir que adquirir uma aeronave permite economizar dinheiro.
Sem falar nas questões logísticas e de segurança envolvidas.
Aliás, o tucano, que gosta tanto dos Estados Unidos, deveria lembrar que o presidente norte-americano desloca-se numa aeronave do governo.
Mas a questão principal é outra: num país do tamanho do Brasil, será que não há nada mais importante do que discutir a compra de uma aeronave? Ou será que tratar deste assunto é um expediente para não discutir temas infinitamente mais importantes, como a explosão da dívida pública, do desemprego e da pobreza durante os governos tucanos? Afinal, quem é mentiroso?
Tucanos preferem concursos de moda?
Alckmin não gostou da "insinuação" segundo a qual é um neoliberal, adepto do fracasso modelo do "Estado mínimo".
O ex-governador deve ter esquecido o que fizeram os governos tucanos, inclusive o seu.
Pelo visto, esqueceu inclusive uma entrevista que concedeu à revista Época, onde afirma que nos hospitais que teria construído, "não há funcionário público. É tudo organização social sem fins lucrativos, do terceiro setor, com contrato de gestão para ser fiscalizado"
Vamos traduzir as palavras de Alckmin, do tucanês para o português: terceirização e fim dos concursos públicos, sucateamento do Estado e queda na qualidade do atendimento. Numa síntese: neoliberalismo. Afinal, quem é o mentiroso?
quinta-feira, outubro 12, 2006
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