quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Todos juntos somos fortes!

Recebi por e-mail a proposta deste blog e declaro meu apoio total! Em solidariedade ao jornalista Luis Nassif, que tão bravamente tem denunciado inúmeros podres da revista Veja, a idéia é que todo blog inclua o link para http://luis.nassif.googlepages.com/home sempre que escrever em seu blog a palavra "Veja". Quanto mais gente fizer isso – assim, exatamente do mesmo jeito –, maior a probabilidade da denúncia do Nassif subir cada vez mais posições na lista das buscas por Veja no Google e nos demais mecanismos de busca. É a união dos pequenos revertendo a vantagem da popularidade do inimigo! Genial!

Política vai parar de ganhar com a miséria

Nos primeiros dois anos de governo, os efeitos do Bolsa Família passaram batido. Em parte, por conta de uma reconhecida incapacidade do primeiro governo Lula de divulgar seus feitos. Mas, além disso, pela tendência dos brasileiros "de bem" de subestimarem a extensão da miséria brasileira. E o Brasil é tão pobre e tão desigual que um simples programa de transferência de renda teve enorme impacto sobre a vida das famílias pobres. O país que lê e tem emprego só entendeu a extensão dos resultados do Bolsa Família quando as pesquisas eleitorais, no auge do escândalo do mensalão, passaram a dar a dianteira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre qualquer candidato oposicionista, apesar de ter sido mantido durante longo período sob o fogo cerrado da oposição.

Lula teve uma retumbante vitória, em 2006, nos bolsões de pobreza e nos Estados mais pobres da Federação - os mais beneficiados pelo programa de transferência de renda. Mas os efeitos políticos do Bolsa Família devem transcender uma eleição (a de 2006) e um presidente (Lula). As eleições de 2006 desarrumaram o arranjo tradicional, onde os chefes políticos locais levam o rebanho até o candidato apoiado pelo chefe estadual e este, por sua vez, negocia favores da política nacional. Esse desarranjo foi favorecido não apenas pelo Bolsa Família, mas também pela universalização do uso da urna eletrônica, guardiã do segredo do voto. Como o chefe político local não era o dono do benefício concedido ao pobre - que vinha na forma de um cadastramento feito pela prefeitura, mas que depois se tornava uma relação entre o beneficiado e o banco onde ele recebe o dinheiro - não era também aquele a quem se deveria retribuir com o voto. Aconteceu de forma bastante ampla, em 2006, uma inversão do que ocorria tradicionalmente: em vez do chefe local dizer em quem o eleitor teria que votar - e já não teria total controle sobre esse voto, que é eletrônico -, foi o chefe quem correu atrás do candidato do cidadão pobre. Lula conseguiu apoios nada desprezíveis de prefeitos de todos os partidos. E certamente não foi porque os prefeitos tinham se tornado petistas. Eles simplesmente adiaram um confronto com seus eleitores - reconciliaram-se com eles por meio de uma adesão pontual ao candidato à reeleição para a Presidência.

O efeito Bolsa Família, que foi tão desprezado até o início do processo eleitoral de 2006, é hoje um risco para os políticos tradicionais. A oposição não pode falar contra o programa de transferência de renda - isso é evidentemente impopular -, mas cristalizou uma clara aversão a programas sociais mais amplos, em especial os saídos da lavra deste governo. Não é de se estranhar a reação pronta do ex-PFL, hoje DEM, que promete sustar o programa Territórios da Cidadania na Justiça, por ter sido lançado em ano eleitoral - o que o tornaria ilegal.

O programa anunciado por Lula pode até surtir efeitos eleitorais, mas a sua única novidade - e boa novidade, aliás - é a ação integrada de programas já existentes, em bolsões de pobreza localizados na área rural. O que o governo anunciou, na verdade, foi um conceito de gerência de programas sociais que já se antevia no Bolsa Família, que agregou na sua origem vários programas dispersos, e nas ações do Ministério do Desenvolvimento Social, que articula ações de vários ministérios.

Territórios da Cidadania são conceito gerencial

No caso do Territórios da Cidadania, a coordenação é do Ministério do Desenvolvimento Agrário, mas até o Ministério da Cultura está envolvido. E tem uma lógica que não é simplesmente eleitoral: é voltado para as populações agrárias porque elas são as que vivem nas regiões de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixos do país; atende localidades mais beneficiadas pelo Bolsa Família porque esse é um indicador de miséria; atendem a um planejamento local, feito por colegiados, onde estão representados também prefeitos e representantes dos governos estaduais, além das comunidades. Teoricamente, o fato de abrigar nos colegiados os prefeitos, independente do partido a que pertençam, despem o programa de caráter eleitoral. Mas, na prática, esses colegiados tiram do prefeito, ou dos deputados que são eleitos por essa população, a "autoria" do benefício à comunidade. Os colegiados são a antiemenda parlamentar. Do outro lado, podem diluir a responsabilidade do governo federal sobre os programas, já que todas as unidades da federação estão lá representadas. O jogo está zerado, portanto. O que definirá o voto desses eleitores é como os políticos se adeqüam a uma realidade onde gradativamente são trazidos ao mercado de consumo um grande número de brasileiros, que a partir de então passam a ter novas exigências que não a sobrevivência imediata.

Há um enorme ganho, inclusive fiscal, nesse conceito gerencial. Atender uma região com o Pronaf sem que a agricultura familiar tenha assistência técnica, ou infraestrutura para escoamento da produção, ou mesmo educação para trazer a economia de subsistência para o capitalismo, é jogar o Pronaf fora. Dar Bolsa Família sem viabilizar à agricultura familiar uma atividade produtiva é eternizar o Bolsa Família. Incentivar o beneficiamento da produção em cooperativa sem que a região tenha luz elétrica é jogar produção no lixo. Miríade de programas sociais que não se integram jogam dinheiro público fora e não alteram em nada a vida da população.
Fora alguns conselhos que já se reuniram para debater a prioridade de seus Territórios de Cidadania, ele ainda é uma intenção. Se o governo Lula tiver capacidade para implantar esse modelo gerencial de programas sociais, será um ganho para o país. Isso é com o Executivo. Quanto aos políticos, o que eles devem fazer, se a intenção declarada do governo tornar-se de fato um programa bem-sucedido, é repensar a forma de arregimentar eleitores. Ações que desintermediam o voto podem até beneficiar um primeiro governo, aquele que o implantou (e esse efeito pode ter ocorrido já no passado, na reeleição de Lula), mas depois passam a ser neutras politicamente. Daí, ganha votos quem fizer a melhor política.

(Maria Inês Nassif, editora de Opinião do Valor Econômico - quinta-feira, 28/02/2008)

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Bolsa Família ajuda a diminuir desnutrição infantil em 52%

Fevereiro de 2008 vai ficar marcado na história do Programa de Saúde da Família, do Ministério da Saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), a desnutrição infantil diminuiu em 52% depois que se associou ao Bolsa Família, o programa de transferência de renda do Governo Federal coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O Saúde da Família atingiu com sucesso a meta de atender 50% da população brasileira.

Outro exemplo do êxito do Saúde da Família, é a proporção de recém-nascidos com mães que nunca fizeram consulta de pré-natal: o número caiu de 8,54% para 2,95%. Uma das explicações para esta queda é o cumprimento das condicionalidades do Bolsa Família, que exigem, por parte do beneficiário, manter crianças e adolescentes em idade escolar freqüentando pelo menos 85 das aulas e o cumprimento de cuidados básicos em saúde. Em resumo: manutenção de um calendário de vacinação para as crianças entre 0 e 6 anos, além de agenda pré (gestantes) e pós-natal (nutrizes). Ainda no que diz respeito à desnutrição (baixo peso por idade) se constata, desde 2002, um importante decréscimo nas taxas de hospitalizações, por desnutrição, em crianças menores de um ano no Sistema Único de Saúde.

De acordo com estudo realizado pelo MDS, Fundo para Nações Unidas para Infância (Unicef) e Universidade de São Paulo (SP), divulgado em abril de 2005, a avaliação nutricional realizada com crianças com até cinco anos de idade que vivem no Semi-Árido brasileiro mostrou que a desnutrição infantil, na região, caiu de 17,9%, em 1996, para 6,6%, em 2005. O estudo constatou que 30% da redução se deve ao Bolsa Família.

O efeito do programa de transferência de renda é ainda maior na faixa de seis a 11 meses de idade, onde grande parte das crianças deixa o aleitamento materno e precisa mais de outros alimentos. As crianças beneficiárias, de seis a 11 meses de idade, se não fossem atendidas pelo Bolsa Família, teriam 62,1% a mais de risco de apresentar desnutrição crônica.

Reduzir a desnutrição significa diminuir as internações hospitalares e, consequentemente, baixar os custos na área de saúde. Este é mais um dos efeitos positivos do Bolsa Família. Os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome comemoram os índices.

(e-mail enviado pela assessoria do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome ao site Conversa Afiada)

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS!

Brasil é credor externo pela primeira vez na história, revela BC

(Kelly Oliveira, para a Agência Brasil)


Brasília - O Brasil passou a ser credor externo, fato inédito na história do país, informou hoje (21) o Banco Central. A autoridade monetária explicou que isso só foi possível com a redução da dívida externa total líquida, quando se deduzem da dívida externa bruta os ativos do país no exterior, constituídos fundamentalmente pelas reservas internacionais. Ou seja, as reservas internacionais e outros ativos são maiores do que a dívida externa.

De acordo com o Banco Central, a estimativa para o fechamento de janeiro de 2008 (que deve ser divulgado na próxima semana), é de que o montante da dívida líquida se tornará negativo em mais de US$ 4 bilhões, uma vez que o dinheiro aplicado no exterior supera o valor da dívida externa.

"Significando que, em termos líquidos, o país passou a credor externo, fato inédito em nossa história econômica", diz o relatório Indicadores de Sustentabilidade Externa do Brasil, divulgado pelo Banco Central. Segundo o BC, o total da dívida líquida passou de US$ 165,2 bilhões, no final de 2003, para US$ 4,3 bilhões, estimativa para o fechamento de 2007.

Para o Banco Central, os resultados no setor externo da economia brasileira nos últimos anos mostram "inquestionável fortalecimento da posição externa do país", devido aos números da balança comercial (exportações menos importações), das transações correntes (engloba a balança comercial, serviços e rendas e transferências unilaterais) e do ingresso recorde de divisas no país.

"Em resumo, diante de um cenário internacional caracterizado por aumento considerável na incerteza, pela volatilidade dos mercados financeiros e desaceleração da atividade econômica, a melhoria desses indicadores tende a mitigar, embora sem anular por completo, o impacto de eventos externos adversos".

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Como o PIG não dá o braço a torcer, hoje eu ouvi no rádio que uma das razões dessa reviravolta foi... SORTE! dá pra crer? e ainda disseram que se o governo fizesse um monte de coisa diferente estaria crescendo muito mais, mais até que a china! ô, gente, se era tão simples, pq não fizeram antes?

Na capa da Folha online, não tem nem uma chamadinha pra essa notícia. mas tem sobre a BBB que desmaiou na prova do líder. Na capa do G1, nada também. Mas tem a té foto pra notícia do nascimento dos gêmeos da J-Lo. Globo on-line? Mesma coisa. Mas lá você fica sabendo que o Eike Batista quer comprar o Hotel Glória. UAU!

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Apesar do PIG, aprovação do governo só aumenta!



Avaliação do governo é a melhor desde 2003, revela pesquisa CNT/Sensus

(Morillo Carvalho, da Agência Brasil)

Brasília - Pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje (18) aponta o maior índice de aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva desde dezembro de 2003, ano de seu primeiro mandato. Dos 2 mil entrevistados, 52,7% consideram a administração positiva (ótima ou boa), 13,7% a avaliam como negativa (ruim ou péssima) e 32,5%, como regular.

De acordo com a série histórica da pesquisa, o governo atinge agora o maior percentual de satisfação – o mais próximo que havia chegado do status atual foi 51,6%, em maio de 2003. No mesmo mês, o governo também atingiu o menor percentual de insatisfação: 7,2%. Desde então, a maior avaliação negativa foi de 29%, em novembro de 2005.

Questionado sobre o resultado antes do evento de lançamento da loteria Timemania, o presidente Lula afirmou: "Pesquisa, só vale para mim a de dezembro de 2010. Hoje o assunto é futebol".

Em entrevista coletiva, o diretor do Instituto Sensus Ricardo Guedes analisou o resultado: "São avaliações recordes em função do bom desempenho da economia e dos programas sociais. É basicamente isso que dá a base de popularidade e de legitimidade do governo Lula".

A pesquisa também analisou o desempenho pessoal do presidente. O resultado, 66,8% de aprovação, é melhor desde fevereiro de 2004. Em todas as pesquisas realizadas em 2003, a aprovação foi maior, chegando ao pico de 78% no mês de maio. Atualmente, 28,6% desaprovam o desempenho de Lula.

Para Guedes, a formação de um "pacto", com a colaboração de setores da direita e da esquerda, é a base que mantém a popularidade do presidente em alta.

"Eu acredito, particularmente, que o que vemos no Brasil é a formação do pacto social-democrata tipo europeu, onde a esquerda cede de um lado, a direita cede de outro, formando um pacto social central, onde parte dos recursos públicos são destinados aos programas sociais", afirmou o diretor do instituto. Ele também relaciona as avaliações positivas aos números da economia.

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Azenha pergunta:

Qual será a próxima crise?

Só este ano já tivemos a "epidemia" de febre amarela, o "fantasma" do apagão elétrico, a "falência" econômica do Brasil e o escândalo da tapioca. Porém, de acordo com a pesquisa CNT/Sensus, 85,2% dos brasileiros consideram o governo Lula ótimo, bom ou regular. Por outro lado, 13,7% consideram o governo ruim ou péssimo. É menos que os 15,2% que acham "ótimo". Não gostou? Vai reclamar com os entrevistados. Qual é a próxima crise a ser promovida pela coligação Folha-Estadão-Veja-TV Globo?

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Um pernambucano, um cearense e suas histórias

(Fonte: Blog do Rovai)

Minha cidade a mil por hora

Tenho 55 anos e nunca vi nada igual ao que está acontecendo hoje meu município, cidade do Alto Sertão do Pajeú, no interior de Pernambuco, com aproximadamente 27 mil habitantes. Vou enumerá-las:

1. De 2004 para cá as pessoas não temos mais pessoas pedindo esmolas. Na época de FHC eram filas de pessoas pedindo passando em nossas residências.

2. Hoje está completando aproximadamente uns dois anos que vem se registrando uma média mensal de duas mil obras (construção de casas, reformas, construção de cisternas, troca do emadeiramento e telhado, construção de banheiros, troca do piso, etc.)

3. Na zona rural pessoas que antes não podiam comprar nem sequer uma bicicleta, hoje estão comprando motocicletas, carros e outros bem de consumo.

4. Telefone celular que a bem pouco tempo era artigo de luxo, até carroceiros, engraxates e empregadas domésticas possuem. Até na Zona Rural quase todas as residências possuem telefones.

5. Eu mesmo tenho dois cunhados que na era FHC não podiam consumir nada mais do que feijão com arroz e com muita dificuldade. Esta semana cada um cavou um poço artesiano no valor de R$ 6.000, 00 (seis mil reais) cada.

6. No ano de 2006 quando o presidente partiu para reeleição, aqui em Tabira, Lula obteve 93% dos votos válidos.

7. Em Tabira se faz um dos maiores carnavais da região e a avenida só ficava completamente lotada no sábado e no domingo. Neste ano foram cinco dias de folia sem que desse pra distinguir o dia que teve mais gente. Nunca se vendeu tanta bebida, nunca se vendeu tanta fantasia, nunca se viu tanta gente usando fantasias. Este é o nordeste que está dando certo.

8. Está havendo inclusão digital, Tabira tem aproximadamente 40 Lan Houses e as pessoas estão comprando computadores.

9. Aqui na minha cidade quem ousar falar mal de Lula corre o risco de apanhar.

10. A popularidade de Lula aqui é altíssima por que a população não dá muita importância pra o que o PIG divulga ou deixa de divulgar.

11. Se o PIG não fosse uma imprensa tendenciosa e parcial e não fizessem tanto estardalhaço como fez com a queda do avião da Gol, o acidente da TAM, a febre amarela, os apagões que nem aconteceram, os índices de popularidade de Lula seriam ainda bem mais altos. Os nordestinos não estão perdendo nada em não se informar com esta mídia golpista. Acho que este país só precisa de uma só CPI, uma CPI para investigar as maracutaias da mídia brasileira.

12. A guerra que a mídia vem travando com o PT e o governo só vai servir pra uma coisa: Para diminuir o tamanho da surra que esses Demos-tucanos vão levar nas próximas eleições.

(Antonio Moreira do Amaral)


Cadê o Tasso Jereissati?

Sou cearense e moro em Fortaleza. Há pouco tempo o inclui entre os meus favoritos, depois de ver o link no blogspot Amigos do Presidente Lula. Sabendo que você é muito bem informado gostaria de saber por onde anda o senador Tasso Jereissati. Ainda é vivo? Está passeando?

A pergunta é pertinente sim. Aqui os órgãos de imprensa onde ele é dono (TV Jangadeiro dentre outros) ou exerce influência (TV Verdes Mares, TV Diário, Rádio Verdes Mares, Jornal Diário do Nordeste – Grupo Edson Queiroz, da sogra dele – e o jornal o Povo, enfim quase toda mídia) não publicam uma mísera nota sobre o libanês cearense. Incrível. Tem uma coincidência: o sumiço aconteceu depois das notícias sobre a BrOi, onde um dos prováveis "compradores" é o irmão dele Carlos Jereissati. Nem no blog de política do jornal o Povo não se vê uma ínfima menção ao poderoso dono do Iguatemi de Fortaleza, onde, por sinal constrói um Centro Empresarial, um luxuoso prédio no mangue do Rio Cocó, à beira do seu leito. Sim, talvez não tenha nem 20 metros da margem do pequeno rio.

(Nonato Barboza)

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Com medo da investigação, tucanos agora fogem de CPI dos cartões no Senado


Com medo de que sejam investigados os gastos corporativos durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o PSDB iniciou nesta quinta-feira (7) uma operação para tentar derrubar a CPI proposta pela base aliada no Senado – com a qual serão analisadas todas as despesas com cartões e contas similares desde 1998.

O pedido de CPI foi protocolado ontem (6) no fim da tarde pelo líder do governo na Casa, senador Romero Jucá (PMDB-RO). No primeiro momento, tucanos como Álvaro Dias (PR) e Artur Virgílio acusaram o golpe e saíram esbravejando contra a iniciativa.

Para eles, a investigação só vale se atingir exclusivamente o governo Lula. Por este motivo, decidiram hoje intensificar a ofensiva para a criação de uma CPI paralela Mista (envolvendo a Câmara e o Senado), mas com o foco voltado apenas para os cinco anos da atual administração.

Pela ótica da moralidade tucana, os gastos da equipe de FHC – que não tinham qualquer transparência e foram maiores dos que os realizados pelo governo Lula – devem permanecer ocultos da sociedade brasileira.

A instalação de uma nova CPI, nos moldes pretendidos pelo tucanato, exige no mínimo 171 assinaturas, número que eles esperam conseguir com o apoio do DEM e outros aliados de ocasião.

Já a CPI protocolada pela base aliada no Senado tinha ontem quatro assinaturas a mais do que o necessário e pode começar a funcionar "imediatamente", segundo adiantou o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-PA).

Também ontem, o líder Jucá explicou as razões pelas quais a base decidiu tomar a iniciativa da investigação.

"A CPI não seria necessária, mas pior do que fazer a CPI é ficar uma nuvem pairando em cima do governo como se o governo tivesse algo a esconder, tivesse algum comprometimento, tivesse feito alguma questão errada, como inclusive estavam levantando questões ligadas à família do presidente. Como o governo não tem o que esconder, vamos fazer a CPI e vamos averiguar", disse ele.

Gastos reduzidos

Da parte do governo, os ministros Franklin Martins (Comunicação Social), Jorge Armando Felix (Segurança Institucional) e Dilma Rousseff (Casa Civil) concederam entrevista coletiva na qual forneceram informações completas sobre o uso dos cartões.

As informações derrubaram a quase totalidade das insinuações levantadas pela oposição e pela imprensa sobre a suposta "farra" promovida com os cartões corporativos.

"Não há uma única investigação do TCU que constate grave irregularidade no uso dos cartões", disse a ministra Dilma Roussef durante a coletiva.

Ela explicou os critérios administrativos que regulam o uso do cartão, lembrou que órgãos como o TCU (Tribunal e Contas da União) e CGU (Controladoria Geral da União) fiscalizam os gastos feitos com os cartões e ressaltou que no governo Lula a ampliação no uso dos cartões foi seguida da diminuição das despesas e aumento da transparência.

Munida de números, a ministra da Casa Civil comemorou a redução de despesas de pronto pagamento de R$213 milhões em 2001 (governo FHC) para R$177 milhões em 2007.

Segundo Dilma, mesmo o cartão tendo sido criado durante o governo FHC, foi só a partir de 2003, quando Lula assume o governo, que o uso dos cartões – que dão mais transparência aos gastos governamentais – passou a ser levado a sério.

A ministra sugeriu que esta mesma transparência seja estendida a governos estaduais e municípios.

Retrocesso

Franklin Martins reforçou que o governo está absolutamente tranquilo em relação ao uso dos cartões. "Se houver alguma coisa de errado, quem fez este pagamento, irá responder pelo erro. Seria um retrocesso abandonar um cartão que oferece transparência por alguma coisa que não se sabe como é gasto".

Ele respondeu também às indagações sobre por que o governo não faz licitação para compras da alimentação consumida nas sedes do governo. "Não tem que ter licitação para o gasto de alimentação da presidência. Se houver licitação, o sigilo deixa de existir", esclareceu o ministro, lembrando que estes gastos são sigilosos para garantir a segurança institucional.

Martins também criticou os órgãos de imprensa que divulgam gastos de órgãos de governo como se fossem gastos abusivos. "É um absurdo quando a imprensa tenta mostrar que o gasto de tal órgão é um escândalo. Escândalo onde? Se aquele gasto está dentro do orçamento, qual o problema? Se há uma despesa que pareça irregular, então que se aponte qual é esta despesa, mas não se deve generalizar os gastos de toda uma repartição", afirmou o ministro.

Diante de uma pergunta incoerente de um jornalista do portal Terra, sobre o governo ter supostamente usado "dois pesos e duas medidas" nos casos dos ministros do Esporte, Orlando Silva, e da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, Martins saiu em defesa do ministro Orlando Silva e reafirmou que a despesa de R$8,30 feita pelo ministro só foi considerada irregular porque feita em Brasília e não em outra cidade e que o ministro, ao perceber o erro, devolveu o valor aos cofres públicos em tempo hábil. "Antes de qualquer órgão de imprensa apontasse o erro", destacou Martins.

Dilma também defendeu o ministro do Esporte e salientou que a despesa de R$8,30 pode ser considerada um lapso, mas em hipótese alguma pode ser dito que haja improbidade administrativa neste caso.

Segundo Dilma, o governo não pretende acabar com o uso dos cartões corporativos. Para a ministra, esse modo de pagamento é mais seguro e rastreável.

"O cartão corporativo é um avanço. Hoje, 70% dos gastos são pagos por meio de saques, de pronto pagamento e apenas 30% com cartões. Queremos inverter esses números", disse.

Gastos com segurança

O chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Armando Jorge Félix, falou sobre os gastos feitos com cartões de agentes que cuidam da segurança do presidente Lula e de familiares do presidente.

Félix disponibilizou aos jornalistas informações simples e bastante óbvias que deixam clara a má fé de quem tenta transformar em escândalo fatos que são absolutamente normais e justificáveis.

O ministro explicou, por exemplo, que por questões de segurança, são os próprios agentes e militares que fazem reformas e reparos nos escritórios da Abin situados em Florianópolis e em São Bernardo do Campo – cidades onde residem filhos do presidente Lula —, motivo pelo qual faturas de alguns cartões apresentavam despesas em lojas de material de construção. Explicou também que profissionais da área de segurança precisam de treinamento e bom preparo físico e para isso é dado a eles acesso a equipamentos de ginástica.

Por causa deste comportamento irresponsável da mídia, o governo federal estuda não divulgar alguns gastos do cartão da Presidência.

"Informações da família do presidente são sigilosas. Temos o dever de proteger os chefes de estado e suas famílias e convidados", disse Dilma.

(do site do PT)

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

O nome do jogo

(por Eduardo Guimarães, em 04/02)

Como os mais atentos poderão notar, as postagens neste blog estão assumindo uma dinâmica própria, na qual um assunto sucede e interconecta-se com o anterior. Isso se deve ao fato de que hoje quem decide o que será tratado aqui não sou eu ou vocês; estamos sendo pautados pela mídia tanto quanto o governo, e isso acontece porque, apesar de muitos de nós continuarem se contentando com as pesquisas que mostram invulnerabilidade do presidente da República diante da difamação midiática, a mídia vem obtendo sucessivas vitórias.

Que vitórias? Só para ficarmos nas mais recentes, são as seguintes:

1ª - a mídia conseguiu, numa tacada só, tirar recursos preciosos da Saúde e dos programas sociais e dificultar o combate à sonegação ao mobilizar a classe média contra a CPMF, que foi o que levou até senadores governistas a votarem contra o dito "imposto do cheque";

2ª - a mídia conseguiu fazer com que milhões de pessoas demonstrassem que não confiavam no governo ao fazê-las vacinarem-se desnecessariamente contra a febre amarela, apesar dos pedidos governamentais para que não o fizessem, e, com isso, criou uma catástrofe no sistema de Saúde público, via mortes e dezenas de internações de pessoas portadoras de incompatibilidade com a vacina;

3ª - a mídia conseguiu derrubar uma ministra de Estado por uma questão que deveria provocar apenas uma repreensão e uma cobrança de despesas irregulares, e conseguiu, de quebra, esconder que a ministra foi flagrada e cobrada pelo governo e não pela mídia e pela oposição, como estão dizendo;

4ª - a mídia está criando um novo escândalo, agora com base em meras suposições e não em fatos como os gastos da ministra (falarei disso mais adiante).

Entendo que houve uma mudança de tática. O bombardeio permanente - e em várias frentes - pretende desorientar o governo. Em vez de longas campanhas difamatórias como a do mensalão, adotou-se a tática de guerrilha, que consiste em bombardear o governo em várias frentes e praticamente extinguir qualquer espaço para o contraditório na imprensa escrita, que é onde ele tem um pouco mais de fôlego. Nesse caso dos cartões corporativos, os jornais continuam bloqueando qualquer opinião que não se coadune com a "certa". Foi o que fizeram no caso da febre amarela, quando impediram qualquer acusação à mídia por disseminar pânico e ainda acusaram o governo de ser o responsável pelas mortes por uma vacinação imotivada desencadeada por essa mesma mídia.

Hoje, a Folha de São Paulo sai com uma reportagem maliciosa que apresenta gastos da segurança da filha de Lula como se fossem absurdos e sem que o governo fosse ao menos ouvido sobre o assunto. Ora, a simples análise dos gastos diretos de outras esferas de governo mostra que estão tentando transformar em escândalo o que é prática comum na administração pública. Em nenhum país do mundo se questionaria gastos de 50 mil reais EM NOVE MESES com a segurança da filha do primeiro mandatário da nação.

A mesma reportagem ainda mente deliberadamente ao dizer que "O ministro Orlando Silva (Esportes) também anunciou que devolverá cerca de R$30 mil por gastos indevidos em seu cartão". Na verdade, a mentira está na omissão da informação de que o ministro devolverá o total que gastou no cartão em protesto contra a celeuma por ter gastado R$8,30 numa tapioca, e de que depois que seus gastos com o cartão corporativo forem auditados pedirá que a soma lhe seja reembolsada.

Acredito, diante de tudo isso, que está chegando um momento em que só restará ao governo e à sociedade reagirem contra a mídia e a oposição. Lamentavelmente, se Lula não optar pelo enfrentamento da mídia, se não exortar movimentos sociais, sindicatos e cidadãos comuns como nós a irem às ruas em prol do fim da sabotagem do país, essa sabotagem prosseguirá cada vez mais ousada, cada vez mais prejudicial, eventualmente gerando mais mortes, certamente impedindo que milhões deixem a miséria, fatalmente prejudicando o crescimento econômico.

Lula e seus aliados precisam saber o nome do jogo em que a mídia e a oposição meteram o país. Não se trata mais de processo democrático há muito tempo. Não se trata, muito menos, de fiscalização do Estado pela sociedade. Até porque, só uma parte desse Estado é fiscalizada pela mídia, ou seja, a parte controlada pela esquerda do espectro político. Enquanto isso, dezenas e dezenas de denúncias contra o pretenso "presidente eleito" José Serra são escondidas dos paulistas e do resto do país que ele pretende governar a partir de 2010.

O nome do jogo, meus amigos, é guerra. E se Lula não entender isso, mesmo que deixe o poder coberto de glórias, irá nos legar um país comandado pelos mafiosos do PSDB, do PFL e da mídia, que tratarão de doar aos seus comparsas endinheirados o que não conseguiram doar do patrimônio público quando estavam no poder. Além disso, interromperão a distribuição de renda, o acesso dos pobres ao ensino superior, realinharão o país comercial e politicamente a Washington, em suma, saquearão o Estado brasileiro como fizeram entre 1994 e 2002.

Lula precisa tomar coragem e não pensar só em si mesmo. Ele tem que reagir, não por si mesmo ou por seu governo, mas pelas milhões de vítimas da iniqüidade social brasileira, mais uma vez ameaçadas por seus algozes seculares.