quarta-feira, outubro 18, 2006

Saindo da escuridão

A explicação que Alckmin deu para o "apagão" - nome popular para a crise de energia elétrica, desencadeada em 2001, durante o governo FHC - é meteorológica: culpa da falta de chuvas.

A causa real do apagão foi outra. A culpa é da falta de investimentos na expansão da geração e transmissão de energia elétrica. Os investimentos no setor foram reduzidos de R$13 bilhões ao ano, nos anos 1980, para R$7 bilhões ao ano, nos anos 1990.

Para agravar a situação, o governo FHC desorganizou o setor elétrico brasileiro. Sucateou e privatizou as empresas estatais que atuavam na área. E reduziu o papel que o Estado tinha no planejamento do setor.

Apesar de advertido diversas vezes por especialistas, por movimentos sociais e pelos partidos de esquerda, o governo de FHC deixou a situação se deteriorar. O apagão, portanto, é o resultado do casamento do governo FHC com o neoliberalismo.

Herança maldita

Ao assumir, o governo Lula encontrou o setor elétrico mergulhado em uma profunda crise. Frente a esta situação, o governo Lula adotou um conjunto de ações. Entre elas, a ampliação dos investimentos na geração de energia.

Segundo dados divulgados por Demian Fiocca, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre 2003 e 2006 foram aprovados investimentos de R$13,2 bilhões no setor energético, dos quais já foram liberados R$7,6 bilhões, beneficiando um total de 62 projetos ou o equivalente a 10,4GW.

Luz para todos

Outro componente da herança maldita recebida pelo governo Lula foi a existência de milhões de famílias sem acesso à energia elétrica em suas casas.

Para superar esta situação, o presidente Lula lançou, em 11 de novembro de 2003, o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica, conhecido como "Luz para Todos". Trata-se do maior programa de eletrificação rural do mundo.

Já foram realizadas mais de 838.538 ligações, atendendo 4.192.690 pessoas e gerando 100 mil novos empregos. Estão em andamento 167.460 novas ligações, que atenderão 837.300 pessoas. A meta para 2008 prevê atender um total de 12,5 milhões de pessoas.

Essa empreitada tem um significado épico, que só encontra paralelo em grandes feitos como a alfabetização, a reforma sanitária e a reforma agrária. Basta dizer que o governo FHC deixou o país com mais de 29 mil escolas públicas sem energia elétrica, muitas das quais já estão sendo atendidas pelo Programa "Luz para Todos"!

Claro que a universalização da energia elétrica resolve apenas uma das facetas da miséria. Mas é um passo importante que se choca com o total desinteresse das elites pelos processos de inclusão social. Estas elites, tucanos e pefelistas incluídos, encaram o investimento social como "despesa", "custo", "prejuízo" enfim.

Na campanha eleitoral, confrontam-se dois projetos de país, um conservador e neoliberal, outro democrático e popular. Um quer deixar a população pobre brasileira na escuridão, outro quer continuar o grande programa de inclusão elétrica.

Portanto, ao escolher Lula para presidente por mais quatro anos, o povo estará reafirmando o seu desejo de retirar da escuridão mais de 8 milhões de brasileiros.

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