segunda-feira, outubro 30, 2006

preconceito que cega

Quem acompanha esse blog sabe que fiz campanha para Lula durante praticamente todo esse ano. O que mais cansei de ler/ouvir da oposição – aqui, por e-mail ou nas ruas – foram ofensas pessoais sem qualquer embasamento que pretendiam me desqualificar como pessoa, na tentativa de desqualificar a minha opção de voto. Ou eu era "burra" ou era "criminosa" também, para usar apenas dois dos adjetivos mais leves que me foram imputados.

Tive a ilusão de que o fim da disputa - fosse qual fosse o resultado - permitiria o desanuviamento desse véu de ódio e preconceito que tanto cega os defensores do projeto tucano. (Vejam bem, eu optei por votar no Lula, mas eu ainda acredito que em algum lugar o PSDB ainda deve ter um projeto, um programa de governo, propostas para o futuro. Alckmin foi incompetente até para mostrar e defender seu programa, como poderia ser um bom governante?)

Durante toda a campanha foram pouquíssimas as vezes que me apareceu algum simpatizante de Alckmin querendo discutir sem ofender, debater idéias sem me desqualificar. Pessoas do meu círculo próximo, pessoas de quem eu jamais esperaria tanta baixeza, pessoas que estão cansadas de saber que eu sou classe média assalariada cheia de contas penduradas para pagar, vieram insinuar que eu devia estar "levando o meu por fora para defender esse governo". (Não sei se é pra rir ou pra chorar, mas quem quiser fuçar meu extrato bancário que fique à vontade! Quem sabe alguém se penaliza e me ajuda a pagar as dívidas que tanto me sobrecarregam?)

No meio de mais uma enxurrada de sofismas e retórica vazia, me deparei com um texto na Central de Mídia Independente que me motivou a escrever este post, inicialmente uma resposta publicada lá. O texto traz uma única frase com a qual concordo plenamente: "a vitória de Lula por um número expressivo de votos não significa uma absolvição pelos crimes de seu governo, nem um passaporte para a continuação, no próximo governo, dos atos ilegais e antiéticos do seu atual governo". Logo na seqüência, vai por terra minha esperança de um debate qualificado: "uma parcela significativa da população, que votou em Alckmin, repele este tipo de comportamento".

Quero deixar claro que eu e os milhões de eleitores de Lula também repelimos o que o autor chama de "esse tipo de comportamento" - corrupção, compra de votos, sanguessugas, caixa dois, etc. Se nós votamos em Lula não é por aceitar a velha prática do "rouba mas faz", como a oposição tanto infla o peito para acusar. Se nós votamos em Lula foi porque vimos que, "pela primeira vez na história desse país", a Polícia Federal vem tendo liberdade para investigar e indiciar suspeitos, não são barradas CPIs escandalosas nem são protegidos os amigos do Presidente. Errou, paga. É suspeito? É afastado até que tudo se esclareça. Todos sabemos que 70% das ambulâncias superfaturadas foram liberadas no governo FHC, mas a indignação seletiva que assolou esse país não permite que o povo se indigne com o que não venha do PT!

Pois eu me indigno com o que é errado, venha de onde vier. Suspeito não é culpado, a única forma legítima de se julgar e condenar alguém é investigando e recolhendo PROVAS. E eu não pretendo absolver nenhum crime que venha a se PROVAR que o governo Lula cometeu. Pelo contrário, meu voto este ano vem com muito mais cobrança do que os outros. Quero acompanhar de perto, fiscalizar, exigir prestação de contas e respeito pelo meu voto e pelos 58 milhões de votos que Lula teve. Quero que quem errou seja punido e afastado, mas não vou jogar fora o bebê junto com a água do banho!

Acredito que o programa de governo apresentado por Lula é sim o melhor que esse país já teve, o crescimento responsável com distribuição de renda era uma urgência para esse país a beira de um colapso, e Lula começou a arrumar a casa. Nós já sabíamos que não seria em quatro anos. Se foi mais lento do que esperávamos, era porque esperávamos demais, porque tínhamos uma esperança sufocada por décadas de desgoverno. Se foi mais lento do que esperávamos, pelo menos agora temos a certeza que estamos devagar, mas estamos na direção certa!

Com certeza há divergências sobre essa direção, sempre haverá divergências num regime democrático. O que eu espero, sinceramente, é que os divergentes saibam ter humildade para reconhecer que foram minoria, que a vontade do povo é soberana, mas que nem por isso eles devem ser alijados do processo democrático. Espero que os divergentes consigam se livrar da viseira do preconceito e participem de forma positiva da construção do nosso futuro. Oposição crítica, construtiva e inteligente é sempre bem vinda. Mas ninguém ganha NADA com esse fundamentalismo violento.

7 comentários:

Clara Arreguy disse...

Outra coisa que chama a atenção nesse final de processo eleitoral é a sanha golpista de uns e outros, que acenam com terceiro turno ou desqualificação da vitória acachapante do presidente Lula.
E olha que foi contra todo o massacre sofrido por ele, pessoalmente, e seu governo, indiscriminadamente, ao longo de meses e meses, com preconceitos e inverdades deslavadas.
A vitória de Lula foi histórica, mostra que o povo brasileiro sabe o que quer, não é bobo, a cada dia soterra mais uma oligarquia (até a que nos apóia, olha a ironia), e opta pelo projeto político que lhe convém.
Se vierem os golpistas, nosso povo saberá defender seu presidente. Mas não vamos dar margem a que cogitem tamanho absurdo. E vamos festejar esta linda vitória.

Anônimo disse...

Parabens pela lucidez de seu artigo. Concordo plenamente com tudo o que disse, e quero dizer que não está sofrendo sozinha a virulência desse "fundamentalismo violento",também eu estou sendo vítima disso, e certamente muitos milhares por esse Brasil afora.
Quem mais sofreu com o tranco foi o próprio Presidente Lula. Acho que ainda vai demorar décadas ou até séculos para que a intolerância e o analfabetismo funcional sejam extirpados da nossa sociedade. Enquanto isso, caminhemos com a cabeça erguida e as esperanças renovadas.
O Brasil e seu povo estão de parabéms rela reeleição de nosso Presidente. E estão de parabéns também essas mídias revolucionárias, como por exemplo este seu blog, que se contrapuseram bravamente contra a mídia sectária, arrogante, mentirosa e golpista.

Anônimo disse...

Parabéns, moça. Parabéns pelo blog, parabéns pelas idéias, parabéns por ter vontade de fazer melhor do que só ver as notícias passarem.

Eu me recuso a acreditar que ´´se importar com política´´ significa ver duas matérias do jornal nacional e sair reclamando de tudo, dizendo chavões do tipo ´´Ta vendo? Tudo ladrão! Nada dá certo nesse país!!!!´´

DÁ CERTO se todo mundo se mobiliza! Se fica um bando de gordo reclamão com a bunda no sofá vendo novela, não dá certo mesmo!!!

É hora de aproveitar o governo lula pra cobrar mesmo! Governo do PSDB só enrola o povo com falação e maravilhosos intelectuais e economistas que não servem pra nada.

Anônimo disse...

"O andar de baixo venceu o de cima", afirmou Lula anteontem. Se comparado o mapa da votação do segundo turno das eleições 2006 com o ranking do IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), nada é mais verdadeiro que a frase do presidente reeleito.


No Brasil com um grau de desenvolvimento considerado baixo (21 cidades com índice inferior a 0,500, grupo onde estão países como Haiti e Burundi), o petista teve uma média de impressionantes 81% votos válidos contra o tucano Geraldo Alckmin, ou 20 pontos a mais do que a média nacional.


Nas 500 localidades do país mais atrasadas, a supremacia de Lula foi total. Já nas quase 600 cidades com índice igual ou superior a 0,800, o que dá a elas o status de alto desenvolvimento, o tucano foi vitorioso em mais de dois terços delas.


Nos 20 municípios de IDH municipal mais alto do Brasil, Lula foi derrotado em 17. A começar pelo líder do ranking.


São Caetano tem um índice que o colocaria entre os 25 países mais desenvolvidos. E os moradores da conservadora cidade do Grande ABC paulista deram as costas para Lula. Lá, o presidente teve só 35% dos votos válidos, bem abaixo dos 48% que registrou em São Paulo no segundo turno."

Anônimo disse...

Delegado da PF tenta intimidar jornalistas da VEJA


Estão de volta à redação da revista VEJA em São Paulo os três jornalistas intimados a depor em inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar o vazamento de informações sobre o encontro clandestino de Freud Godoy, ex-assessor de segurança de Lula, com Gedimar Passos, preso com parte do dinheiro arrecadado pelo PT para comprar à Máfia dos Sanguessugas o dossiê contra políticos do PSDB.



Júlia Duailibi, Camila Pereira e Marcelo Carneiro foram os autores de duas reportagens publicadas pela VEJA: uma sobre as fotos do dinheiro do dossiê distribuídas à imprensa pelo delegado Edmilson Bruno; e a outra sobre a reunião de Freud com Gedimar quando esse ainda estava detido na sede paulista da Polícia Federal. Intimados a depor a respeito, compareceram acompanhados de advogados da Editora Abril.



Uma vez na sede paulista da Polícia Federal, foram claramente intimidados por um delegado que atende pelo nome de Moisés. Ele abriu a conversa com os jornalistas dizendo que a reportagem sobre o encontro de Freud com Gedimar era "uma falácia". Foi quando ouviu de Júlia Duaulibi:



- Se é uma falácia por que a Polícia Federal abriu inquérito para apurar o vazamento de informações sobre o encontro?



O delegado passou a dirigir perguntas aos jornalistas que nada tinham a ver com o verdadeiro motivo que o levou a intimá-los. Quis saber por que a revista publicou a reportagem. Perguntou sobre quem pagara por ela. Perguntou pelo nome do editor da revista. Perguntou se o editor era ligado a algum grupo político.



Quando um dos repórteres reclamou que já estava ali por duas horas, o delegado respondeu:



- Está achando muito? Seu chefe vai ficar aqui por quatro horas.



Os advogados dos jornalistas foram proibidos de se manifestar. E as poucas observações que conseguiram fazer diante de perguntas e de respostas não foram levadas em conta.


AOS AMIGOS TUDO(ROUBO, PECULATO, SUBORNO, CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA) AOS INIMIGOS OS RIGORES DA LEI!

Anônimo disse...

Lulla deve importar pão francês da China para conter o aumento de preço da farinha de trigo de R$40,00 para R$60,00, o pão chinês deverá chegar já no próximo mês para abastecer o mercado brasileiro, o pão deve chegar um pouco duro e mofado, quanto a dureza o governo disse que é só deixar de molho que amolece, quanto ao mofo, o presidente deve editar uma medida provisória, para que o pão seja oferecido na rede do SUS, uma vez que poderá substituir as penicilinas por conter o fungo "penicilinium" ajudando a reduzir os gasto com medicamentos e proporcionando uma economia aos mais necessitados...

É Lulla de novo pra roubar nosso povo...

Anônimo disse...

Eu nao sei se estou cega, ou não leio direito, mas dizer que quem roubou ou teve algum ato de corrupção no governo lula foi punido?? Não estou aqui defendo partido nenhum, mas você está dizendo coisas que fogem da verdade, não vejo nenhuma punição ao alcance do que deveria ser...Acho que to que nem o Lula, "não sei, não vi", estranho pensar que o tão HONESTO, preocupado com o povo, etc etc etc, não ve nada e nao sabe de nada, é realmente, as vezes penso que ele é mais cego que o Jatobá, porque se dizer do povo, e no seu proprio partido, ter tanta gente roubando tanto dinheiro que iria para o povo, e ainda fazer de conta que nao sabia de nada, ah, quanta hiprocrisia!!
assim como voce, hipocrita, que pensa no estado, na cidade que voce mora, nos beneficios que voce tem, e nao pensa num todo, num brasil, realmente..."Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar."