segunda-feira, julho 31, 2006

Vendas do comércio varejista crescem 7,32% em maio, aponta IBGE

As vendas do comércio varejista têm registrado crescimento desde dezembro de 2003, quando feita a comparação de cada mês com o mesmo período do ano anterior. Em maio deste ano, por exemplo, houve aumento de 7,32% em relação a maio de 2005. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na pesquisa mensal de comércio.

No período, sete dos oito setores avaliados pelo IBGE tiveram aumento nas vendas, com destaque para equipamentos de escritório e de informática, que apresentou crescimento de 44,5%; e móveis e eletrodomésticos, cujo aumento foi 19,02%. Apenas as vendas de combustível e lubrificantes apresentaram queda em maio deste ano na comparação com o mesmo período de 2005.

A pesquisa, feita em todo o Brasil, também comparou as vendas de maio com o mês de abril deste ano. Nesse caso, o aumento foi de 0,59%, devido, principalmente, ao setor de móveis e eletrodomésticos, que apresentou crescimento de 5,61%.

O economista Reinaldo Pereira, responsável pela divulgação do estudo, afirma que os crescimentos refletem a estabilidade da economia brasileira. "O ano de 2003 foi ruim para a economia, enquanto 2004 foi o ano de recuperação como um todo e do comércio varejista. O ano de 2005 manteve a tendência de 2004, com muitos fatores contribuindo para isso, como o crédito farto e a valorização do real frente ao dólar".

sábado, julho 29, 2006

Revoada: dirigentes abandonam PSDB para apoiar Lula e Marcelo Déda

Duas das principais lideranças do PSDB em Sergipe renunciaram aos cargos dirigentes, desfiliaram-se e anunciaram apoio às candidaturas de Lula presidente, de Marcelo Déda governador e de José Eduardo Dutra senador.

Nesta quinta-feira (27), o anúncio partiu da então presidente do PSDB-SE, Maria Mendonça, prefeita de Itabaiana, 3º maior colégio eleitoral do Estado. Dias antes, o deputado federal Bosco Costa já havia tomado a mesma atitude de renúncia e desfiliação.

Segundo a assessoria da prefeita Maria Mendonça, a insatisfação com o apoio do PSDB à reeleição do governador João Alves Filho (PFL) é generalizada entre os candidatos tucanos, forçados pela verticalização de coligações.
Bosco Costa era presidente do PSDB no Estado e, ao renunciar, foi substituído por Maria Mendonça, que deixou o partido e o cargo em seguida.

O presidente nacional do PT e coordenador da Campanha Lula, Ricardo Berzoini, contatou as lideranças para agradecer o apoio e colocar o PT à disposição.

Durante entrevista coletiva, nesta manhã, a prefeita justificou seu descontentamento com o governo João Alves e o apoio recebido do governo Lula, neste um ano e meio de governo em Itabaiana, como principais motivos para a ruptura. A prefeita foi eleita com o apoio do PT e é considera a principal adversária de João Alves na região.

De acordo com ela, o governador pefelista João Alves persegue administrações de partidos adversários, enquanto o governo federal “não tem medido recursos para obras estruturais necessárias em Itabaiana”.

Foi instalado um campus avançado da Universidade Federal de Sergipe naquela cidade, Farmácia Popular, entre outros programas do governo federal com forte impacto entre a população. No sentido oposto, João Alves se negou a estabelecer convênios solicitados por Itabaiana, informou a ex-tucana.

Cezar Xavier, do Portal do PT

sexta-feira, julho 28, 2006

"Vou desmontar toda esta mentira", diz senadora Serys

"Acabou o linchamento. Agora, finalmente vou poder saber do que estou sendo acusada e apresentar minha defesa. Enfrentar essa denúncia fabricada apenas para tentar me desgastar é mais um desafio para quem, como eu, sempre se pautou pela ética." A declaração é da senadora Serys Marli (PT-MT) ao tomar conhecimento, em Brasília, de que seu nome foi oficialmente incluído entre os parlamentares que serão notificados pela CPI das Sanguessugas.

Ela garante que, na CPI, através de justificativa escrita, que é o que lhe está sendo solicitado, terá condição de desmontar "todo este aparato de mentiras em que tentam envolver o meu mandato e a minha candidatura." Serys disputa, atualmente, o governo de Mato Grosso pelo Partido dos Trabalhadores.

Apesar do envolvimento do seu nome e da confusão que impera no interior da CPI, com posições desencontradas entre diversos dos seus membros, a parlamentar petista continua defendendo a importância do trabalho de investigação.

"Pretendo demonstrar que sou uma das injustiçadas, principalmente pelas futricas divulgadas pela mídia, mas entendo que este escândalo sem precedentes precisa ser investigado até às suas últimas conseqüências. Espero que os titulares da CPI cumpram corretamente com suas responsabilidades, já que esta investigação vai contribuir para que se tenha critérios mais rígidos nesta questão das emendas parlamentares e da implementação do Orçamento da União. É preciso fechar todos os espaços de atuação de bandidos como este da Planam", opinou Serys.

A senadora confia que a população, durante a atual legislatura, está tendo uma "oportunidade ímpar", de conhecer as entranhas do parlamento brasileiro. "Minha esperança é que, depois de tantas investigações, o cidadão-eleitor não deixe de promover, nas eleições de outubro, a depuração final de que o nosso Congresso Nacional tanto precisa, para que se honre de fato o mandato que recebemos da população."

E finalizando: "Se for para passar este país a limpo, espero que a dor que estou sentindo sirva para acabar com a corrupção no Brasil".

(do site O informante)

quinta-feira, julho 27, 2006

Heloísa Helena e a tática da direita

A direita brasileira está eufórica e excitada. Não que o seu candidato, o seguidor da seita fascista Opus Dei, Geraldo Alckmin, tenha finalmente deslanchado nas pesquisas eleitorais. Pelo contrário. Todos os institutos confirmam sua estagnação na disputa presidencial. O fato novo que deu tanto alento à oposição liberal-conservadora foi o aparente crescimento da candidatura da senadora Heloísa Helena, que encabeça uma chapa composta por três partidos de frágil densidade eleitoral e de baixo enraizamento social (PSOL, PSTU e PCB). Sem escamotear a sua tática diversionista, a direita encara este “fenômeno” como a única forma de viabilizar um segundo turno e não esconde sua intenção de inflar esta “oportuna” candidatura!

Logo que soube da “ascensão” da senadora, Alckmin soltou rojões: “Eu e a Heloisa Helena somos menos conhecidos e a tendência é que as duas candidaturas cresçam, garantindo a realização do segundo turno. Tenho respeito pela candidatura da senadora”. Já um dos novos ícones da direita, Reinaldo Azevedo, editor da falida revista Primeira Leitura, explicitou a manobra tática. Em resposta a um leitor do seu blog, escancarou: “Um leitor aí disse que a minha ‘simpatia por Heloisa Helena acabaria se ela ultrapassasse o Alckmin’. Mas quem disse que eu tenho simpatia por Heloisa Helena? Não votaria nela nem para síndica. O fato de eu achar que ela pode ajudar a levar a disputa para o segundo turno não quer dizer simpatia”.

No ápice da sua arrogância, ele ainda deu conselhos à senadora. “Se sou do PSOL, torço, evidentemente, para que o Alckmin vença a disputa pela Presidência por razões muito objetivas. O PT estando fora do poder, Heloísa Helena tem alguma chance de ter relevância no cenário de esquerda. Aí a luta se estenderá às franjas do poder petista, nos sindicatos e outras organizações da sociedade civil. Mais: a chance de o PSOL continuar existindo, com a cláusula de barreira, é a sua candidata ter bom desempenho nas urnas”. Noutro texto, insiste: “Ah, a mulher vai dar trabalho. Sobretudo ao PT. Como ela não é tonta, já sabe que, se Alckmin ganhar, fica mais fácil para seu partido crescer no terreno em que pode crescer: à esquerda”.

Outro direitista convicto e metido à estrategista eleitoral, César Maia, prefeito do Rio de Janeiro e chefão do PFL, chegou a publicar em seu blog uma estranha “carta aberta” com conselhos publicitários a Heloisa Helena: “Trabalhando com pesquisas qualitativas, verificamos com preocupação que sua contundência na TV está passando da posição firme para a percepção da arrogância. Cuidado, reveja seus pronunciamentos no Jornal Nacional [da poderosa Rede Globo]”. Dias depois, ao saber que a candidata “foi convencida a abrandar o discurso para não assustar a classe média”, o pefelista comemorou e deu novas dicas: “Muito bem, senadora! Mas, além de suavizar o conteúdo, o tom da voz e os olhos devem ser suavizados”.

O impulso da TV Globo
Na avaliação unânime dos especialistas em campanhas eleitorais, o repentino crescimento da candidatura de HH – o novo rótulo da senadora – decorreu da sua forte exposição na mídia nas últimas três semanas. Enquanto o presidente Lula se mantém preso ao cargo e seu partido encerrou seus anúncios na televisão, PSDB e PFL aproveitaram seus programas para fustigar o governo. Já a senadora surgiu em raia própria com inusitado destaque na mídia. Sua ascensão, sobretudo nos extratos mais ricos da classe média, seria um fenômeno passageiro. A tendência, garantem, é que com o começo do horário eleitoral gratuito, em 15 de agosto, e com a inevitável polarização da disputa, ela retorne a patamares inferiores nas pesquisas.

Se o crescimento de Heloísa Helena é apenas um fenômeno volátil, “fogo de palha”, somente a campanha poderá comprovar. Quanto à generosa exposição na mídia, os fatos são irretocáveis. Conforme constatou o jornalista Nelson de Sá, que faz um meticuloso monitoramento da mídia para o insuspeito diário Folha de S.Paulo, desde o final da Copa do Mundo a senadora “jamais faltou, dia após dia”, da cobertura do Jornal Nacional, o programa recordista em audiência da poderosa TV Globo. Ele também observou que a candidata, que gosta de posar de ultra-radical, “abrandou seu discurso para não assustar a classe média” e que ela inclusive já “agradeceu o tratamento que tem recebido das emissoras de televisão”.

Outro estudioso da mídia, o jornalista Renato Rovai, da Revista Fórum, confirma esta análise. Num artigo intitulado “Jornal Nacional explica o fator HH”, ele garante que foram “os preciosos minutos” da Globo que fizeram a candidatura da senadora decolar. “Esse tipo de fenômeno não é novo. Em outras disputas, candidatos com discurso forte e claro se deram bem na TV. O crescimento da candidatura do PSOL pode ser só isso e, como em outras épocas, se tornar um mero estampido quando a campanha começar de vez, já que as estruturas partidárias precisam ser sólidas nas localidades para garantir o crescimento real”.

A generosidade da mídia chega a ser piegas! Colunistas bem pagos e de ligações sombrias não param de descobrir virtudes na senadora. Dora Kramer, articulista dos jornais O Globo e O Estado de S.Paulo, vê nela uma “mulher, valente, amena no trato, uma fera na tribuna, vitima do autoritarismo do PT petista, que se recusou a vender sua consciência aos ditames do poder”.

Já Merval Pereira, tido nos bastidores da mídia como “homem do PSDB”, avalia que candidata cresceu nas pesquisas “devido a um segmento do eleitorado que continua querendo as mudanças que Lula prometeu e não entregou”. Animado, reconhece que a candidatura “ajuda a levar a disputa para o segundo turno”, viabilizando o projeto de Alckmin.

Outra entusiasta da senadora é a jornalista Eliana Catanhêde, colunista da Folha de S.Paulo e uma tucana enrustida. Na sua coluna deste domingo, 23 de julho, ela elegeu a candidata como o principal estorvo do presidente Lula. “Contundente, mulher, nordestina e ‘do povo’, Heloísa Helena é o Lula de saia (apesar de usar calças jeans) e o Lula de antigamente – a mesma empatia, o mesmo calor, a mesma indignação”. Outro articulista do mesmo jornal, que se transformou em palanque da direita, mostra-se menos seduzido e mais isento. “Heloísa Helena caiu nas graças de uma parcela do que o governador Cláudio Lembo gosta de chamar de ‘elite branca’”, registra Fernando de Barros e Silva com base nas pesquisas eleitorais.

Um discurso adocicado
Outro fato inquestionável é que a candidata abrandou o seu discurso nas últimas semanas, talvez visando atrair os segmentos da classe média como originalmente sugeriu César Maia. Nas suas várias aparições no JN da TV Globo, sempre editadas tão carinhosamente – com a senadora carregando ramalhetes de flores, cercada de populares e beijando criancinhas –, ela já defendeu a “redução da carga tributária para a classe média e o setor produtivo”; diante da onda de violência urbana, ela pregou “uma repressão implacável ao crime organizado”; e reforçando o coro da mídia de satanização do presidente da Venezuela, afirmou que “se eu tiver a hora de chegar à Presidência, não manda no meu governo nem o Bush nem o Chávez”.

Segundo fontes confiáveis, este discurso tem preocupado várias correntes internas do PSOL – um partido que mais se assemelha a uma frente partidária, com cerca de dez agrupamentos no seu interior. HH já era vista com reservas no movimento feminista, devido a sua ativa posição contrária à descriminalização do aborto. “Não há nada mais primitivo do que o aborto”, costuma desdenhar a senadora. Também causava desconfiança a sua formação teórica. Ela gosta de se jactar que “aprendeu a ser socialista lendo a Bíblia”. Sua postura de cantora solo, que menospreza as instâncias coletivas de decisão, já causou alguns curtos-circuitos no comando da campanha. Para agravar os temores, agora ela resolveu adocicar seus discursos.

As divisões e turbulências no interior do PSOL, que talvez não apareçam antes do pleito presidencial por razões óbvias, tendem a se acirrar. Como tão bem caracterizou o sociólogo Emir Sader, este partido é “um estranho casamento de esquerdismo com eleitoralismo”. Nos próximos dias, o vice de HH, o economista César Benjamin, deverá apresentar a proposta de programa da coligação. Pelo que já circula na mídia, ela terá um nítido viés antineoliberal, o que deverá desagradar e irritar as correntes internas maximalistas que pregam o socialismo. O PSTU, partido coligado de forte marca principista, já tem soltado algumas farpas contra o que considera “o rebaixamento programático para agradar os setores médios da sociedade”.

Enquanto esta crise interna não transborda, Heloísa Helena continua percorrendo o país, sempre com a generosa exposição na mídia. Conforme registro da imprensa nesta segunda-feira, 24, “Heloísa concentra os ataques em Lula para atrair votos do PT”. Num encontro com pequenos empresários, ela simplesmente “poupou o candidato tucano, Geraldo Alckmin” e partiu para a baixaria udenista contra o atual presidente. Esta postura explica porque 39% dos seus simpatizantes afirmam que podem migrar para a candidatura de Alckmin. Na prática, independentemente das intenções dos valiosos lutadores sociais entusiastas da sua campanha, HH faz o jogo da direita ao possibilitar a realização do segundo turno da eleição presidencial.

Caso vire um risco real ao candidato tucano, a mesma mídia que hoje a beatifica fará de tudo para destruí-la - como já fez com um pobre “garotinho” que apareceu com chifres e rabo de demônio na abjeta revista Veja. A disputa sucessória no Brasil será dura e decisiva, inclusive por seus reflexos na América Latina. E a direita nativa e alienígena usará todas as armas disponíveis para retornar ao poder. Se, de fato, houver o segundo turno, PSOL, PSTU e PCB terão de explicar seu papel na disputa e estarão diante de um dilema crucial para o seu futuro: “Lula ou Alckmin, that’s the question”. Os zapatistas até agora não conseguiram explicar sua idílica “outra campanha” e a vitória eleitoral de Felipe Calderón, outro adepto do Opus Dei!

(Altamiro Borges, jornalista, membro do Comitê Central do PcdoB. Extraído de www.novae.inf.br)

Lula garante: “Vivemos um momento único na história"

Em entrevista à radio CBN, nesta quinta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou que o país está pronto para crescer ainda mais nos próximos quatro anos. "Não houve momento na história econômica brasileira em que a gente tenha um conjunto de fatores tão positivos para que o Brasil cresça 5% ou 6% de forma sustentável durante um longo período. Isso fará com que o Brasil entre no rol dos países desenvolvidos", afirmou Lula ao apresentador e âncora da emissora, Heródoto Barbeiro, durante a entrevista de meia hora realizada no Palácio do Alvorada.

Além de relacionar os avanços já conquistados, Lula citou vários projetos de infra-estrutura que manterão o Brasil na rota do crescimento, como o gasoduto Coari-Manaus, a ferrovia Norte-Sul, a nova Refinaria de Pernambucano, o Pólo Siderúrgico do Ceará e o Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro, entre outros. E, acrescentando à essa relação os investimentos em gás e em energias alternativas, como o biodiesel e o H-BIO, o presidente garantiu que, até 2008, o Brasil será um país independente na área energética.

O presidente Lula lembrou ainda que, no seu governo, o crescimento econômico foi acompanhado por um vigoroso processo de inclusão social e pela geração de novos empregos durante 44 meses consecutivos. "O que fizemos nesses 44 meses foi uma grande revolução. E a vida do trabalhador vai continuar melhorando porque a taxa de juros está caindo e a renda aumentando" disse Lula, citando que 90% dos acordos salariais proporcionaram ganho real para os trabalhadores e que mais de três milhões de pessoas deixaram a linha da pobreza.

Candidato à reeleição, Lula voltou a assumir o compromisso de fazer da educação a grande prioridade de um segundo mandato, pois "sem um investimento na educação não conseguiremos dar um salto de qualidade. Com uma mão de obra mais qualificada, teremos produtos melhores, possibilitando maior valor agregado aos produtos exportados", explicou. Para Lula, essa prioridade já se reflete na criação de quatro novas universidades federais, na transformação de seis faculdades em universidades, na implantação em curso de 48 extensões universitárias em todo o interior do país e na inauguração de 32 escolas técnicas até o fim do ano.

O presidente comentou também que a Reforma da Previdência Social tem que ser discutida a cada 15 ou 20 anos. Segundo ele, o déficit na previdência acentuou-se a partir da Constituição de 1988, quando um conjunto de categorias foi incluído entre os beneficiários, a exemplo de seis milhões de trabalhadores rurais. "Essa foi uma opção da Constituição, mas eu acho isso muito importante porque é uma forma de se fazer política de distribuição de renda".

De qualquer forma, o presidente lembrou que o seu governo tem buscado garantir a maior eficiência possível ao sistema previdenciário como forma de reduzir o atual déficit. "Nós estamos fazendo o processo de cadastramento da Previdência com o maior critério possível, compramos 26 mil computadores novos pro INSS, estamos reciclando o Dataprev e, além disso, estamos com crescimento de emprego", citou.

Sobre a Reforma Tributária, Lula disse que o seu governo já fez o que tinha para ser feito. "A parte pertinente ao governo federal foi votada em 2003, mas a parte dos Estados está no Congresso. O projeto está pronto, mas a oposição e alguns governadores não querem votar, porque querem manter a guerra fiscal", comentou ele, referindo-se à resistência dos Estados em reduzir o número de alíquotas do IMCS de 27 para cinco.

Com relação ao caso dos sanguessugas, Lula lembrou que as primeiras investigações foram promovidas pela Controladoria Geral da União (CGU), "de forma sigilosa para pegar a ninhada toda". E que o trabalho da CGU e a ampliação e modernização da Polícia Federal demonstram o compromisso do seu governo com o combate às fraudes e à corrupção.

Entenda o escândalo

A profusão de meias informações ou de informações distorcidas que a imprensa vem despejando sobre o público o impede de compreender exatamente do que se trata o escândalo dos Sanguessugas. No caso desse escândalo, e a exemplo do escândalo do "mensalão", mais é menos. Quanto mais a imprensa gasta espaço para tratar do assunto, menos as pessoas o entendem.

A imprensa provoca essa confusão porque o entendimento do escândalo pelo público seria igualmente danoso a toda a classe política e não a um grupo político específico (o PT), o que anularia eventuais resultados eleitorais pró-tucanos. Dessa maneira, a imprensa entope o público de notícias escolhidas que realçam injustificadamente o suposto envolvimento de dois parlamentares petistas e de dois ex-ministros da Saúde do governo Lula, quando, na verdade, foi graças ao atual governo que o esquema de venda superfaturada de ambulâncias para prefeituras começou a desmoronar.

Antes de prosseguir, vamos estabelecer, em poucas palavras, do que se trata o caso dos Sanguessugas. Ainda não se sabe exatamente por meio de qual mecanismo uma empresa cooptou dezenas e dezenas de parlamentares para apresentarem emendas ao Orçamento da União destinando verbas para municípios comprarem ambulâncias. Aprovadas as verbas, as concorrências eram fraudadas e a maioria das compras era feita da mesma empresa, a Planam, por preços superfaturados.

As verbas para compra de ambulâncias eram liberadas pelo ministério da Saúde para os municípios. Porém, o ministério só liberava as verbas porque o Congresso as incluía no Orçamento federal. Claro que é obrigação dos ministérios fiscalizarem o uso das verbas que repassam a Estados e Municípios, mas, daí a ser lícito atribuir conivência aos ministros da Saúde que executaram o Orçamento, vai uma distância enorme. Ontem, hoje e sempre haverá muito desvio nas execuções orçamentárias dos poderes executivos de todos os níveis (federal, estadual e municipal) e nem por isso o executor do Orçamento terá agido de má-fé.

Dois ex-ministros da Saúde de Lula estão sendo acusados pela imprensa por suposta conivência com o esquema dos Sanguessugas: Saraiva Felipe, do PMDB, e Humberto Costa, do PT, candidato a governador de Pernambuco. A imprensa se baseia em declarações de Luiz Antonio Vedoin, diretor da empresa que comandou a corrupção toda, a Planam. Ele afirmou que conseguiu liberar verbas no ministério da Saúde quando eram comandados por Felipe e por Costa.

Dito da maneira acima, as pessoas são levadas a entender que essas liberações de verbas pelo ministério da Saúde ocorreram somente no governo Lula e que o simples fato de terem ocorrido é prova de que os ministros da pasta estariam envolvidos no esquema de corrupção. Porém, o fato é que o esquema, pelo que se sabe, surgiu em 2000, quando o presidente da República era Fernando Henrique Cardoso e o ministro da Saúde, José Serra, hoje candidato do PSDB a governador de São Paulo. Até 2002, as verbas do ministério da Saúde foram liberadas normalmente e financiaram o esquema dos Sanguessugas. No entanto, após a chegada de Lula ao poder os repasses do ministério da Saúde foram suspensos.

O empresário Vedoin citou três ex-ministros da Saúde: José Serra, do governo FHC, e Humberto Costa e Saraiva Felipe, do governo Lula. Sobre Serra, disse que torcia para ele vencer a eleição presidencial de 2002 porque, se isso ocorresse, as verbas da corrupção continuariam sendo liberadas normalmente. Sobre Costa e Felipe, disse que foi por meio deles que conseguiu reverter o bloqueio das verbas pelo governo Lula.

A imprensa se defende das acusações de que ataca os ex-ministros de Lula e protege o de FHC porque Vedoin só teria citado os dois primeiros. Essa é uma interpretação tendenciosa. A imprensa inferiu que como os ex-ministros de Lula liberaram verbas eles seriam coniventes com o esquema de corrupção, mas não vê responsabilidade nenhuma num ex-ministro que liberava verbas automaticamente, sem necessidade de gestão. Os três ministros, no entanto, liberaram verbas para um esquema de corrupção. Esse é o único fato concreto. Se os ex-auxiliares de Lula e de FHC "sabiam" ou "não sabiam", é outra questão. Concordo até que é preciso apurar, mas responsabilizar só dois em três que fizeram a mesma coisa, se isso não é prova de partidarismo eu não sei o que é prova de partidarismo.

Pior ainda que o tratamento seletivo da imprensa aos ex-ministros da Saúde, porém, é o tratamento que ela dá aos cerca de cem parlamentares envolvidos no esquema de corrupção. Apesar de tantos envolvidos, os do PT, sigla que tem dois envolvidos contra treze da oposição tucano-pefelista, são destacados em montes de reportagens que nenhum outro parlamentar envolvido teve sobre si.

Como se vê, escândalos podem ser manipulados de forma que as culpas sejam distribuídas de forma desproporcional aos indícios. O fim claramente eleitoral dessa manipulação jornalística constitui ataque ao estado de direito, à democracia, a todos os valores básicos que norteiam uma nação. Não custa supor que nesse processo hediondo inocentes podem estar sendo crucificados e culpados podem estar sendo acobertados pelas preferências políticas de órgãos de imprensa. Se isso não é corrupção, eu não sei o quê é, porque os políticos protegidos pela imprensa podem estar beneficiando seus acobertadores com recursos públicos.

(Por Eduardo Guimarães, no blog cidadania.com. Grifos meus.)

quarta-feira, julho 26, 2006

Lula-lá para impedir o retrocesso

Apoiadores da reeleição citam avanços da gestão petista, como a não criminalização dos movimentos sociais, a paralisação das negociações da Alca e das privatizações.

(Luís Brasilino, da Redação da Agência Brasil de Fato)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o candidato mais forte destas eleições. Apoiado também por PCdoB e PRB, sua vitória no primeiro turno foi confirmada na maioria das pesquisas de intenção de voto feitas nos últimos três anos e meio. Lula está muito à frente de seu principal oponente, Geraldo Alckmin (PSDB), em grande parte pelo desastre que foi o governo de seu antecessor, do também tucano Fernando Henrique.

Baseado nisso, dirigentes petistas como o deputado estadual Raul Pont (RS) mostram irritação diante da tese da "falsa polarização entre PT e PSDB". "Isso é ma-fé ou provocação", rebate Pont, secretário-geral nacional do PT. Para ele, Lula representa o campo democrático popular, de defesa da soberania nacional e de construção de políticas públicas voltadas para a maioria da população. "(A polarização) é o elemento básico da conjuntura eleitoral que vivemos", analisa Pont.

Altamiro Borges, secretário de comunicação do PCdoB e editor da Revista Debate Sindical, ressalta, entre os dados positivos do governo Lula, a não criminalização dos movimentos sociais, a paralisação das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), a manutenção do controle sobre as estatais, a retomada da contratação de servidores públicos.

Borges também enumera os históricos de alguns assessores de Alckmin para combater o argumento da "falsa polarização". "Na questão sindical e trabalhista, o assessor é o José Pastori (economista da Universidade de São Paulo), ícone da flexibilização trabalhista no Brasil e defensor do desmonte do sindicalismo. Na política agrária, o assessor é o Xico Graziano, aquele que diz que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra é banditismo social", alerta Borges.

Alternativas à esquerda

Para Pont, a candidatura de Heloísa Helena é muito mais de crítica ao Lula e ao PT do que um projeto de governo: "Eles não têm unidade programática para governar o país. Se o PSOL e o PSTU tiverem que definir posições com a complexidade que se enfrenta em qualquer governo, explodem em 20 pedaços". Borges acredita que o PSOL vai enfrentar um dilema durante a campanha: "Quero ver eles irem à televisão dizer que concordam com a política externa positiva, com as políticas sociais abrangentes. Para se afirmar, vão ter que atacar o governo Lula e, querendo ou não, contribuirão com a oposição de direita".

Um dos trunfos do Movimento Consulta Popular (MCP) com a postura de não entrar na disputa eleitoral é evitar fazer esse papel. Borges, entretanto, lembra das eleições presidenciais realizadas dia 2, no México. A Outra Campanha, promovida pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional, também optou por não assumir posição e o resultado oficial do pleito apontou uma diferença de 220 mil votos em favor do candidato da direita. O mesmo poderia acontecer no Brasil sem o apoio da militância da Consulta.

Para Raul Pont, faltou ao MCP capacidade de avaliação da conjuntura: "Hoje, existem vários partidos que se reivindicam do movimento popular ou da esquerda. Não é possível que nesse quadro não tenha alguém mais ou menos sintonizado com a Consulta Popular".

As últimas falácias sobre as eleições

Há uma interpretação quase unânime de que a ascensão de Heloisa Helena nas pesquisas favorece Alckmin e ameaça Lula. Essa avaliação nasce mais da impossibilidade, até o momento, da candidatura do candidato tucano tornar-se auto-sustentável.

(por Flávio Aguiar, da Agência Carta Maior)

Nas últimas semanas cresceram as tentativas de definir, no grito, como se diz, os rumos e as interpretações sobre as eleições.

A primeira e a mais grosseira delas - mas logo acolhida pelas manchetes principais da imprensa - foi a de vincular o PCC ao PT. Não colou. Em primeiro lugar, nada foi investigado. Tratava-se apenas de gerar frases impressionantes para os que só lêem as manchetes nas bancas ou em casa, e para aproveitamento posterior, se autorizadas, em programas de TV no horário eleitoral.

É até possível que o PCC tenha algum rancor contra o PSDB. É difícil medir isso com precisão. Afinal de contas, um dos aspectos mais graves da situação da segurança pública em São Paulo, é a de que ela deixou de ser pública. Ninguém sabe o que aconteceu nem o que está acontecendo. Os tempos da ditadura militar nos legaram o triste espólio dos desaparecidos. Em São Paulo enfrentamos a realidade dos invisíveis: quem morreu? Por que morreram os que morreram? Houve acordo do governo com o PCC? Parece que sim, mas...

O mas... é o aspecto mais complicado da questão, porque permite uma profusão de hipóteses, uma mais sinistra do que a outra. A mais abrangente é a de que haveria na verdade um acordo antes da remoção dos presos para Presidente Venceslau no começo de maio. Essa remoção foi, na verdade, a ruptura do acordo que haveria, daí os ataques de 12 de maio, que seriam uma retaliação.

Depois a situação fica mais confusa ainda. Não se sabe até hoje a identidade de vários dos mortos, nem seu número exato, nem por que nem como morreram, há informações sobre execuções que ficam sem investigação apropriada.

Mas essa situação caótica, provocada por uma política de segurança pública completamente inadequada do ponto de vista conceitual e anacrônica, como foi a de São Paulo faz muito tempo, jamais favoreceu partido algum de esquerda em eleições. Ao contrário, ela favorece tradicionalmente a direita. Se alguém sair favorecido dela será ainda a coorte dos que pregam as políticas truculentas, a construção de megapresídios e outras soluções aparentes, na verdade, mega becos sem saída.

A mais recente tentativa na mídia é semelhante a esta: trata-se de colar no PT e no governo Lula tudo o que diz respeito a "sanguessugas" e a só agora badalada máfia das ambulâncias. Novamente há indícios muito sérios de que isso vinha de antes. Mas não interessa, o que importa é malhar o governo. E na esteira vêm outros comentários da mesma laia. Israel arrasa o Líbano e atrapalha a saída de brasileiros? É uma humilhação para o governo Lula! A rodada Doha empacou, estão todos desesperados, uma representante dos EUA saiu batendo as portas: não importa, o fracasso foi da política do governo Lula! E por aí se vai.

Mas o caso mais interessante dos últimos tempos foi o da interpretação da ascensão nos votos da senadora Heloisa Helena. É certo que ela foi catapultada por um auxílio da mídia. Mas o que ela capta tem motu próprio, ainda que ela capte votos em águas muito diferentes entre si. Uma parte do seu voto vem do auto-descontentamento petista; outra parte vem de um descontentamento fluido e generalizado; há um voto feminino; e há um voto de direita, baseado no eterno moralismo que divide a cena política em "bons" e "maus" administradores e assim "naturaliza" as diferenças políticas dos projetos, sempre a favor daqueles que nada querem mudar e criam um véu de aparência ética em torno de suas atitudes, que protegem, no fundo a imoral desigualdade da sociedade brasileira.

Essa captação de votos em várias águas tem mais a ver com a atuação ambígua da própria senadora que ora dá duas no prego, ora três na ferradura, do que com qualquer outra coisa. De um lado, faz um discurso à esquerda, atacando as concessões da política econômica aos valores do mundo financeiro; de outro, faz um discurso à direita, quando, por exemplo, diz que no seu governo nem Bush nem Chávez mandarão no Brasil.

Mas esse movimento ganhou uma interpretação quase unânime de que favorece Alckmin e ameaça Lula. Essa interpretação nasce mais da impossibilidade, até o momento, da candidatura de Alckmin tornar-se auto-sustentável. Até pode ser que eventualmente uma parcela ponderável de eleitores de Heloísa Helena venha a votar em Alckmin num segundo turno. Mas esses seriam eleitores que jamais votariam em Lula; são eleitores que estão descontentes com a própria candidatura tucana, seja lá por que razão for. O que não se cria, até o momento, é a hipótese de que a candidatura tucana mais necessitaria, que é a de migração de votos de Lula para Alckmin através de Heloísa Helena, além da migração direta de um para o outro.

Há um esforço no ar, na mídia e fora dela, de fazer de Alckmin o Felipe Calderón do Brasil. Felipe Calderón foi o candidato conservador que, saindo de um percentual menor nas pesquisas iniciais empatou no final com López Obrador, o candidato de esquerda, e num pleito conturbado e com indícios graves de fraude, venceu por pequena margem no final. Nessa disputa os votos nulos pregados pelos zapatistas e o voto centrista dado à candidata Mercado (1,2 milhões de votos, quando a diferença de votos entre Calderón e Obrador ficou em 250 mil votos num universo de 60 e tantos milhões), foram decisivos.

Mercado se apresentava como uma candidatura mais contestadora do "sistema político", baseada em movimentos sociais de classe média, voto feminino, voto verde, e outros. No caso, a atuação combinada de Mercado e dos zapatistas cortou o contato de Obrador com setores importantes nas franjas do eleitorado que poderia ser seu, e foi decisiva na eleição.

A senadora e seu discurso estão assim entre o dos zapatistas (embora não peçam o voto nulo, mas no sentido de embargar o caminho do candidato que está pegado ao seu no espectro político) e o de Mercado (pegando o voto difuso de uma classe média que não se identifica, por várias razões, com o voto nos candidatos a que tendem as maiorias polarizadas). Como a senadora é uma, e não duas opções, como ocorreu no México, ela terá, no curso dos acontecimentos, que escolher, porque uma das mostras que essas eleições estão trazendo é a de que o eleitorado está muito mais polarizado em torno de proposições definidas do que querem apresentar os nossos tradicionais "formadores de opinião". Se for para a esquerda, definirá melhor o patamar ideológico sobre o qual dizem se afirmar ela e seu partido; se for para a direita ou ficar na indefinição, fará jus ao certificado de udenista rediviva cuja ameaça paira sobre sua cabeça.

Uma outra dimensão em que as esquerdas - como um todo - precisam atentar é para a internacionalização dessas eleições brasileiras. Nunca a platéia internacional esteve tão atenta e tão engajada na nossa cena nacional. É artigo do Financial Times para cá, do Wall Street Journal para lá, é avaliação de casa bancária de um lado, de agência de avaliação econômica do outro, é impressionante. O mundo - o da esquerda e o da direita - sabe que a eleição brasileira é decisiva em escala mundial. Por isso também os representantes da ideologia neoliberal no Brasil se empenham tanto em desmoralizar a política externa do governo Lula e apresentar o seu interessante sucesso como um retumbante fracasso, no varejo e no atacado.

Num quadro desses não se pode entrar numa campanha com espírito paroquial, pensando apenas em picuinhas micuins, que é o que a direita faz, enquanto não mostra como pretende administrar a grande fatia do bolo: neutralização das políticas sociais, engajamento internacional subordinado, manutenção dos velhos cacicatos nas regiões definidas como "atrasadas" e dos novos nas definidas como "modernas". Uma coisa, de tudo isso, é certa: no presente contexto, candidaturas de direita carecem de luz própria para o conjunto mais amplo da população. Dependem de quem lhes queira emprestar alguma.

terça-feira, julho 25, 2006

O BRASIL MUDOU - AGRICULTURA

Através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o governo Lula está garantindo um apoio decisivo ao setor responsável por 40% da produção agropecuária e por 77% da população empregada no campo. Somente na safra 2005/2006, o investimento governamental foi de R$ 7,5 bilhões – um valor três vezes superior ao realizado no último ano do governo FHC.

Além disso, o governo Lula criou dois importantes instrumentos de apoio ao homem do campo: o microcrédito rural, para famílias com renda bruta anual de até R$ 2 mil, e o seguro agrícola para a agricultura familiar, uma garantia de renda para aqueles agricultores que sofrem prejuízos com a perda da safra. Além disso, promoveu a repactuação e o alongamento de dívidas do crédito rural, o que retirou mais de 500 mil produtores rurais da inadimplência.

O agronegócio também cresceu no governo Lula. O setor, que responde por 33% do PIB nacional, exportou US$ 13,3 bilhões entre janeiro e abril de 2006, um percentual 8,2% superior ao do mesmo período do ano passado. No último mês de março, inclusive, as exportações registraram um aumento de 16% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A receita de US$ 4 bilhões foi a maior já registrada para os meses de março.

Para fomentar ainda mais a competitividade do setor, o Plano Agrícola e Pecuário destinou R$ 44,35 bilhões à safra 2005/2006, um montante mais que duas vezes superior ao de três anos atrás.

Em outra demonstração de compromisso com o setor, o governo Lula prorrogou os empréstimos contraídos pelos produtores para financiar a safra, num total de R$ 7,7 bilhões.

A reforma agrária, por sua vez, teve o seu orçamento ampliado em 255%, o que se traduziu no assentamento de 206 mil novas famílias e no aumento do crédito e da assistência técnica. Com isso, assentamentos novos e antigos estão sendo beneficiados com a abertura de estradas, obras de eletrificação e programas de educação formal, entre outras medidas que contribuem para apoiar tanto à produção e a comercialização quanto para melhorar a qualidade de vida das famílias assentadas.

Isso tudo sem contar a nova lei da agricultura familiar sancionada ontem!


(do site http://www.lulapresidente.org.br. A cada dia publicaremos um novo tema, mostrando as mudanças já realizadas por Lula em seu primeiro mandato.)

Ibope: Lula vence no 1º turno; projeção de 2º turno é pura viagem

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria no primeiro turno se a eleição fosse hoje, segundo pesquisa Ibope divulgada hoje pelo "Jornal Nacional", da TV Globo. Lula aparece com 44% das intenções de voto.

A taxa de intenção de voto no candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, foi de 27%. A taxa de intenção de voto na candidata do PSOL, Heloísa Helena, foi de 8%.

A pesquisa Ibope não comparou a evolução da taxa de intenção de voto atual com o levantamento anterior, pois o instituto entende que o quadro era diferente.

Pesquisa Datafolha divulgada na semana passada mostrou que Lula tinha 44% das intenções de voto, seguido pelo tucano Alckmin, com 28%. Heloísa Helena apareceu com 10%.

Num eventual segundo turno, Lula venceria com 48% das intenções de voto contra 39% do tucano Alckmin. Na pesquisa anterior, Lula tinha 53% das intenções de voto contra 31% do tucano. Com isso, a diferença que era de 22 pontos anteriormente caiu para 9 pontos.

A pesquisa do Ibope foi realizada entre os dias 22 e 24 com 2.002 eleitores de 142 cidades do país. A margem de erro é de 2 pontos, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Como não foi possível comparar este resultado com pesquisas anteriores do mesmo instituto, restou à Rede Globo um exercício maluco, que diz um pouco sobre a "torcida" que a nossa burguesia tem feito desde 2003: publicar a simulação de um segundo turno para uma eleição QUE NÃO TEM SEGUNDO TURNO... Do ponto de vista metodológico é irrelevante, pois não seríamos chamados a declarar nossa segunda opção caso o pleito se encerre com a declaração da primeira, concordam?

Humberto Costa vai entrar com queixa-crime contra a Veja

O ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT), candidato ao governo de Pernambuco, anunciou nesta segunda-feira que vai entrar com uma queixa-crime no Ministério Público contra os repórteres da Veja, revista que o acusou de envolvimento com a máfia das ambulâncias.

O advogado do ex-ministro, Bráulio Lacerda, também vai entrar com uma ação civil de perdas e danos contra a revista. Humberto Costa entrou em contato com o relator da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), para pedir que as investigações não sejam postergadas para depois da eleição. O ex-ministro garante nada a ter a ver com o caso e quer apuração profunda e imediata do caso.

Com base nos depoimentos prestados à Justiça Federal por Luiz Antonio Vedoin, um dos sócios da empresa que vendia as ambulâncias, a reportagem relata que o empresário conseguiu liberar R$ 8 milhões no Ministério da Saúde durante a gestão de Costa.

O dinheiro lhe era devido em razão de contrato efetuado durante a administração de José Serra e seu sucessor, Barjas Negri.

O comportamento da imprensa em relação ao caso das sanguessugas é de total irresponsabilidade e oportunismo. A Veja, para variar, não ouviu o outro lado e tomou como verdade o que foi dito e sugerido por suas fontes, independentemente da credibilidade. Aí, uma vez publicado na Veja durante o final de semana, os demais veículos da grande imprensa compraram barato o "artigo"que detona o PT. Foi o que fez O Globo de hoje (terça, 25/07), em editorial, sob o argumento singelo de que a versão de Vedoin parecia "coerente". Durma-se com um jornalismo desses.

Com o "Congresso em Foco"

O embuste chamado Alckmin

(por Jussara Seixas)

Falando em impostos, em redução de impostos, em diminuição da carga tributária, me dei conta do IPVA. O IPVA é Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – é um tributo devido anualmente pelos proprietários de automóveis, motocicletas, caminhões, ônibus, aeronaves e embarcações. Seu valor é calculado com base no valor venal do veículo, aplicando-se uma alíquota que varia, conforme o estado da federação, entre 1% e 4%. O montante da arrecadação do IPVA é dividido em proporções iguais entre o estado e o município onde o veículo está licenciado. Esse imposto deveria ser destinado à conservação e à construção de ruas e rodovias.

Vamos falar de SP, que tem uma concentração imensa de veículos. Só no ano de 2006 a arrecadação do IPVA foi de 4,8 bi, ( informação da Secretária da Fazenda de SP). A grande maioria das rodovias de SP, as mais importantes, estão privatizadas, pagamos pedágio para trafegar nelas. E não é um pedágio por rodovia; são vários pedágios ao longo das rodovias. Rodar 382 km de rodovia em SP custa mais de R$ 100,00 só em pedágios. Alguém sabe quanto as concessionárias responsáveis pelos pedágios arrecadam por mês, por ano nas rodovias de SP? Você sabia que 12% da arrecadação dos pedágios é repassado ao estado? Sabendo disso, façamos uma pergunta simples: no que é usado o dinheiro do IPVA, se muitas rodovias estaduais estão em situação de calamidade, esburacadas, sem sinalização, sem iluminação, sem acostamentos, sem a mínima segurança?

O Alckmin está falando em reduzir imposto, a carga tributária. Diz que se (por uma grande desgraça) for eleito, vai reduzir os impostos. Mas não foi isso que fez em SP: durante os 5 anos que foi governador, a cada ano o IPVA foi aumentado, de seis em seis meses os pedágios foram e continuam sendo aumentados. E os buracos vão aumentando, pontes vão caindo, acidentes vão ocorrendo ao longo das rodovias em SP.

Alckmin fala uma coisa e faz outra totalmente diferente, ele conta uma história bonita, e na realidade pratica outra horrorosa, que lesa o bolso de toda a população. Mesmo quem não tem carro paga IPVA e paga os pedágios na alimentação, no vestuário, nas medicações: os empresários, produtores, fornecedores, repassam esses impostos para o consumidor, encarecendo os seus produtos. As passagens dos ônibus sofrem aumento cada vez que sobem o IPVA e os pedágios: o prejuízo é apenas dos usuários. Cadê o Afif Domingos do PFL, aliado do Alckmin do PSDB, para criar o Ipveômetro de SP?

Cadê o Afif Domingos do PFL, para cobrar do Alckmin transparência no uso do IPVA de SP? E Serra e Alckmin determinaram a construção pedágio nas marginais de SP assim que passar o período eleitoral. Isso tudo porque eles falam em reduzir impostos, diminuir a carga tributária, melhorar a vida das pessoas. Alguém teve e terá vida melhorada com as arrecadações milionárias do IPVA e dos pedágios em SP. Com certeza não foi nem é a população paulista.

Fala sério, Alckmin!

segunda-feira, julho 24, 2006

Nova lei da agricultura familiar é garantia de políticas de crédito

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sanciona hoje (24) a lei que institui a Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) classifica a regulamentação como uma "vitória na luta pelos direitos dos trabalhadores do campo".

Para os agricultores familiares, a partir da lei, os pequenos produtores terão "a garantia de políticas de crédito, infra-estrutura e serviços, assistência técnica e extensão rural, pesquisa e comercialização".

"Essa será uma oportunidade para o segmento, que cresce a cada dia, ser beneficiado com programas como o Programa Nacional da Agricultura Familiar", afirma, em nota, o diretor de Política Agrícola da Contag, Antônio Rovaris.

Segundo ele, o projeto define os princípios fundamentais da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais: descentralização, sustentabilidade ambiental, social e econômica.

Para ser considerado agricultor familiar, pela nova lei, o produtor deve ter uma propriedade com até quatro módulos fiscais, utilizar mão-de-obra da família e contar como principal fonte de renda as atividades na terra.


update:

A lei assinada por Lula reconhece agricultura familiar como setor produtivo, de
grande importância para o país, o que dá mais estabilidade para as políticas de gestão, crédito e apoio à produção.

"Ela produz 84% da mandioca, 67% do feijão, 58% dos suínos, 54% da bovinocultura do leite, 49% do milho, 40% das aves e ovos e 32% da soja", enumerou Lula em discurso no Palácio do Planalto. Ele ainda ressaltou a intenção de tornar a agricultura familiar cada vez mais moderna.

"Isso para que cada vez mais pessoas precisem fazer menos esforço físico, ganhar um pouco mais de dinheiro, porque é isso que vai fazer que a tecnologia chegue a vocês", disse, dirigindo-se aos representantes da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura), da Via Campesina e da Federação dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul.

A lei, que era uma reivindicação do setor desde 1993, prevê articulação de políticas da agricultura familiar com as agrícolas e de reforma agrária, que beneficiarão cerca de 4,2 milhões de famílias de agricultores. A agricultura familiar brasileira é hoje responsável por mais de 40% do PIB da agropecuária.

A política nacional deverá observar os princípios da descentralização, da sustentabilidade ambiental, social e econômica, da eqüidade na aplicação das políticas, respeitando os aspectos de gênero, geração e etnia, e da participação dos agricultores familiares na formulação e implementação da nova política. Toda legislação também vai ajudar a integrar as políticas da agricultura familiar, em todas as suas fases de implementação, gestão e execução, com aquelas direcionadas à reforma agrária.

sexta-feira, julho 21, 2006

O BRASIL MUDOU - SAÚDE

O repasse do SUS para estados e municípios cresceu 35% nos últimos dois anos. O Programa Agente Comunitário de Saúde foi reforçado com mais de 38 mil agentes. Além disso, foram criados os programas Samu 192, Brasil Sorridente e Farmácia Popular do Brasil. Esses fatos mostram o quanto a saúde pública avançou no governo Lula.

O Samu 192, por exemplo, já está presente em 647 municípios, beneficiando 44% da população brasileira com atendimento de urgência nas áreas traumática, pediátrica, cirúrgica e obstétrica. Com isso, o Samu está contribuindo para reduzir o número de óbitos, o tempo de internação em hospitais e as seqüelas decorrentes da falta de socorro adequado.

O Programa Brasil Sorridente já realizou mais de 15 milhões de atendimentos gratuito através dos seus 383 Centros de Especialidades Odontológicas distribuídos por todo o País. O Programa é reforçado pela atuação de 13.408 equipes de Saúde Bucal, que atuam em cerca de quatro mil municípios, e já atenderam mais de 64 milhões de brasileiros.

A Farmácia Popular do Brasil é outro Programa que, diariamente, beneficia milhões e milhões de brasileiros. Eles podem comprar medicamentos por preços até 90% inferiores ao de mercado numa das 149 unidades próprias do Programa ou num dos 1.719 pontos de venda existentes em farmácias privadas.

(do site http://www.lulapresidente.org.br. A cada dia publicaremos um novo tema, mostrando as mudanças já realizadas por Lula em seu primeiro mandato.)

um pouco de humor e fosfosol... :)

Fernando Henrique, ex-Presidente do Brasil, vai a uma igreja em 2002, se ajoelha na frente de Jesus e começa a se confessar:

- Jesus, estou totalmente arrependido e gostaria de redimir meus pecados.

Sem que ele esperasse, Jesus respondeu:
- Está bem, meu filho. Abra seu coração e diga-me o que fizeste!

- Depois de oito anos no governo, deixei meu povo arruinado e na miséria. Por ordem do FMI, enxuguei e quase matei o funcionalismo público nos 8 anos que estive no poder, sem dar a ele nem um real de aumento...
- Dê graças ao Pai, meu filho!

- Também traí os militares, que me deram apoio e, quando precisaram de mim, dei-lhes as costas. Ferrei com eles durante 8 anos, só dei 28% de aumento para os generais, o restante eu escalonei e acabei com posto acima, anuênio e auxílio moradia...
- Dê graças ao Pai, meu filho!

- Privatizei quase tudo no Brasil, as estradas, a telefonia. Privatizei a Vale do Rio Doce, que só dava lucro ao Brasil, dei de mão beijada aos estrangeiros e até hoje a população brasileira não sabe para onde foi o dinheiro. Se não bastasse não usei o dinheiro das privatizações para pagar o FMI. Liquidei todas as nossas empresas estatais com a desculpa de pagar a dívida pública e, além de não pagar, deixei que a dívida quintuplicasse!
- Dê graças ao Pai, meu filho!

- Mandei o Geraldo Brindeiro, conhecido na época como o "Engavetador Geral da República" arquivar todos os processos contra mim. Comprei dezenas de votos para garantir a minha reeleição por R$200.000,00 cada, gerenciado pelo meu ministro Sérgio Mota. E a CPI foi mais uma vez engavetada...
- Dê graças ao Pai, meu filho!

- Hoje todos reclamam dos reajuste das contas de luz e telefone, mas fui eu quem deixou que os reajustes fossem feitos pelo maior índice existente...
- Dê graças ao Pai, meu filho!

- Indiquei pra Presidência do Senado por duas vezes o Jader Barbalho, mesmo após alguns escândalos ligados ao Banco da Amazônia, o escândalo das pererecas (rãs) de sua mulher! Além disso estive ligado a vários escândalos, como aquele da fraude no painel do senado, a ajuda aos bancos que estavam quebrados devido a desfalques e gerência temerária (Proer), o Sivam, o Banestado - por onde os dólares saiam do país ilegalmente; o Banco Marka do Cacciola; o Banco Fonte Sindam e tantos outros que prejudicaram tanto esse país!
- Dê graças ao Pai, meu filho!

- Mas, Jesus, estou aqui confessando pecados horrorosos e a única coisa que o Senhor tem para me dizer é "dê graças ao Pai"?
- Sim, dê graças ao Pai por eu estar aqui pregado na cruz e não poder descer aí para te encher de pancada!

quarta-feira, julho 19, 2006

O BRASIL MUDOU - EMPREGOS

O governo Lula criou as condições necessárias para que o Brasil voltasse a crescer e a gerar empregos. E contra fatos, não há argumentos. Enquanto que no governo de FHC, a taxa de desemprego aberto aumentou 41%, no governo Lula essa mesma taxa diminuiu 13,7%.

Mas a diferença entre FCH e Lula fica ainda mais evidente quando se estabelece o comparativo entre a média de empregos formais criados por cada governo. No de FHC, ela foi de 8 mil e 300 empregos/mês. No de Lula, a média foi de 102 mil empregos/mês. Quase 13 vezes mais.

No total, o governo Lula já criou cerca de seis milhões de empregos, mais de quatro milhões com carteira assinada. Ou seja, em três anos e meio foram criados mais empregos do que nos oito anos de FHC.

(do site http://www.lulapresidente.org.br. A cada dia publicaremos um novo tema, mostrando as mudanças já realizadas por Lula em seu primeiro mandato.)

Lula de novo

Nunca é demais lembrar que, em política, é legítimo avaliar um acusado pela trajetória dos acusadores. Vale, então, reparar quem são muitos daqueles que abriram fogo contra Lula. São os mesmos que não hesitaram em apoiar o Golpe de 64, que sabotaram as Diretas Já, que apoiaram Collor e defenderam o programa neoliberal de FHC até o fim.


Aos mais novos é necessário revelar quem são os autores dos roteiros repisados da política brasileira. A construção simbólico-política da persona do presidente Lula não oferece elementos novos. Sequer a estrutura discursiva é alterada. Tal como em antigas tragédias não faltam catarses, mas as narrativas guardam tão pouca preocupação com a verossimilhança que talvez seja mais apropriado falarmos em farsa. Um gênero tão recorrente em nossa história que com ela se confunde.

Nunca é demais lembrar aos jovens que, em política, é legítimo avaliar um acusado pela trajetória dos acusadores. Abre-se espaço para o exercício do contraditório, bem como se amplia o campo de visão. A historiografia só é possível se comporta tensionamentos. E são eles, em sua centralidade, os alvos móveis que os aparelhos ideológicos buscam ocultar nos relatos de conflitos. O ódio de classe aparece travestido de indignação cívica.

Uma leitura ligeira dos principais veículos da grande imprensa dá conta do seguinte quadro: Lula e seu partido, transformaram-se, após as eleições realizadas em 2002, respectivamente, numa liderança conservadora e em um partido sem projeto de nação. Reiteradamente se afirma que a não-ruptura com a política econômica do governo anterior demonstra que o país foi vítima de um estelionato eleitoral. Tanto mais grave se a ele somarmos supostos esquemas de corrupção, com destaque para o "mensalão". É assim, com simplificações grosseiras e distorções calculadas, que os bolsões antipetistas tentam conformar o senso crítico do eleitor mediano. Apostam em duas variáveis: desencanto e desinformação. Misturando moral privada e pública, embaralham as cartas que dão sentido à política desde a modernidade. Mas, afinal, o que move os "soldados cívicos" encastelados em redações e blogs? O que torna o presidente da República um ator político imperdoável? A tal ponto que a oposição não hesita em chamá-lo de bêbado e analfabeto. O que classificam como debate qualificado não passa de baixaria, ofensa pessoal. Mas o que leva o fígado a ditar os termos do discurso? A moralidade pública? A traição programática e o aliancismo decorrente? Afinal, o que empolga os Corifeus?

A ofensiva da direita já não esconde objetivos nem atualiza métodos. Deixa claro o jogo e mostra o cacife que dispõe. No limite, aposta no esquecimento do passado recente para agir com desenvoltura. Como assinalou Mauro Santayana, "enganam-se os que pensam que a oposição a Lula é mobilizada pelo combate à corrupção". Em que pese às concessões ao capital e o transformismo de seus principais quadros, o governo possui, após meses de intenso bombardeio, uma significativa base popular de apoio. Fato tão novo quanto incômodo para uma classe dominante acostumada a transitar com desenvoltura em sociedade fracionada. O que fazer? Não nos iludamos com retórica de ocasião. Os condestáveis do patrimonialismo não têm qualquer compromisso com ética na política, estabilidade institucional e consolidação democrática. Jogam sujo e pesado. E nisso contam com inequívoca colaboração das oficinas de consenso das grandes redações.

Na verdade, o que aflige o reacionarismo é o êxito das políticas sociais do governo. Dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) registram recuperação do rendimento médio da população, em queda desde 1997. O nível de ocupação atingiu 56,3%, o maior desde 1996. O Índice de Gini demonstra queda na concentração de renda, com metade da população que ganha os menores rendimentos obtendo ganho real de 3,2%. O melhor resultado nos últimos 24 anos. Adicionemos a isso o Bolsa-Família, programa de renda familiar básica, que atende a oito milhões de famílias.

Como destacamos, em artigo publicado nesta agência, "Poderíamos citar a recuperação do salário mínimo e a taxa básica de juros, no menor patamar desde 2001, como exemplos de cegueira monetarista? E o que dizer dos avanços na reforma agrária e do diálogo com os movimentos sociais? A política externa não luta por uma integração soberana na região? Por que não debatemos isso? Por que afirmar continuidades onde há disjunções? A resposta é simples: os dados acima mostram o inaceitável. Há, apesar dos pesares, uma política redistributiva em andamento. E isso é inconcebível para os setores que, como destacava Hebert de Souza, o saudoso Betinho, vivem um liberalismo de pernas curtas e consciência culposa. Uma prática política que só existe no reino do poder e do Estado patrimonialista".

E como soa aos ouvidos da direita furiosa, a informação publicada na grande imprensa, no início do mês? "O governo Lula produziu uma melhora considerável na classificação econômica dos eleitores a partir de 2003, revela pesquisa Datafolha. Cerca de 6 milhões de eleitores saíram da classe D/E. A maioria migrou para a C. Praticamente a metade dos 125,9 milhões de eleitores (49%) considera hoje que sua situação econômica vai melhorar. Ao mesmo tempo, houve um aumento no consumo, sobretudo de alimentos -37% dos eleitores passaram a consumir mais desde 2003. A melhora na renda se dá por uma combinação de cenário econômico positivo e forte aumento do gasto público dirigido aos mais pobres" (Folha de São Paulo,9/7). Um soco no estômago dos que apostavam no desastre de rupturas voluntaristas ou na inépcia da política macroeconômica. Um desconforto inédito para quem não se livrou do legado escravagista.

Não se iludam, eleitores mais jovens. O antilulismo deita raízes nos extratos sociais que só concebem democracia sem povo. E povo sem Estado e nação. Para eles, os princípios democráticos terminam na entrada da favela ou nas portas de fábrica. Endossaram todos os retrocessos políticos vividos no Brasil desde o Estado Novo. Por sua inserção subalterna no cenário internacional não foram capazes de elaborar um projeto de país. Para maximizar seus interesses, não hesitaram em apoiar todas as violações de normas constitucionais, dos direitos humanos, incluindo a tortura e os assassinatos políticos promovidos pelo regime militar de 64. Sabotaram, enquanto puderam, a campanha das Diretas Já. Apoiaram Collor e seu programa econômico. E só aderiram ao impeachment quando se asseguraram que ocorreria nos marcos de um pacto intraelites. Durante oito anos, sob a batuta de FHC, levaram o país à beira do precipício financeiro. Derrotados eleitoralmente em 2002, mantêm considerável capilaridade política e apoio incondicional da mídia.

Daqui a pouco mais de três meses, o eleitorado precisará decidir novamente. Desta vez, contudo, a escolha será mais dramática. Alckmin representa o retrocesso, a diminuição dos gastos públicos, a retomada das reformas neoliberais e a supressão de direitos. Contará em sua campanha com especialistas em terrorismo eleitoral. Gente do naipe do senador Jorge Bornhausen, ACM e Agripino Maia. Terá, ainda, o apoio coerente de Roberto Freire, um ex-comunista que nunca pestanejou em aderir aos projetos da direita. A vitória deste grupo confirmará nossa história como produção de desigualdade. Formação política onde princípios fundamentais tais como igualdade; liberdade, diversidade, solidariedade e participação são penduricalhos sem sentido.

Por isso, peço aos mais jovens cautela e reflexão. É preciso aprender com os erros recentes. Resgatar um projeto contra-hegemônico requer coragem e coerência. A ação da esquerda nos marcos do Estado de Direito deve conciliar política institucional com a dinâmica dos movimentos sociais dos quais se origina. E o único avanço possível tem nome e sobrenome. Luís Inácio Lula da Silva: político orgânico, cidadão do agreste pernambucano. Pensem nisso, mais uma vez.


(Gilson Caroni Filho, professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso - Facha e colaborador do Jornal do Brasil, Observatório da Imprensa e La Insignia. O artigo acima foi publicado no site da Agência Carta Maior. Grifos meus.)

Taxa de juros cai de novo e já é a menor dos últimos 31 anos

O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu nesta quarta-feira (19) reduzir a Selic, a taxa básica de juros da economia, em 0,5 ponto porcentual. Com isso, a taxa, que estava em 15,25%, caiu para 14,75% ao ano. Com esta decisão, o BC proporcionou algo inédito para o País: uma taxa básica em 14,75% ao ano, a menor da história em 31 anos, de acordo com a série disponibilizada pelo BC.

Mas a taxa de juro real - descontada a inflação - ainda é de mais de dois dígitos, acima dos 10%, justamente por causa de outro feito, a de inflação jamais conseguida, menor que 5% ao ano.

A decisão de hoje foi tomada de forma unânime pelos membros do Comitê e não há indicação de viés, o que significa que o juro permanecerá neste patamar até a próxima reunião do Comitê, marcada para os dias 29 e 30 de agosto. A ata da reunião será divulgada na quinta-feira (27). A redução de hoje foi a nona consecutiva promovida pelo BC, desde o início do processo de flexibilização, iniciado em setembro de 2005.

A frase contida no comunicado do Copom é a mesma da reunião anterior, apenas com ajuste em relação à nova taxa: "Dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária, iniciado na reunião de setembro de 2005, o Copom decidiu por unanimidade reduzir a taxa Selic para 14,75% ao ano, sem viés, e acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".

Estabilidade é trunfo de Lula para reeleição


Queda no preço da cesta básica e ganho real do salário mínimo pesam no voto dos mais pobres. A estabilidade nos preços, obtida em boa parte à custa dos juros elevados, ajudou a melhorar o poder de compra da população, especialmente das camadas de baixa renda. E os efeitos positivos do controle inflacionário jogam a favor da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao lado da rede de proteção social, ampliada neste governo com programas assistenciais, os frutos da política econômica são apontados como a principal razão do apoio popular obtido até agora por Lula nas pesquisas de intenção de voto.

Os números falam por si mesmos: desde 2003, o salário mínimo subiu 32,2% acima da inflação; o valor da cesta básica caiu em 2003 (-6,5%) e 2004 (-2,6%) e ficou estável no ano passado (0,3%), comportamento que deverá se repetir em 2006. "Esse fenômeno tem nome e sobrenome: melhora do poder de compra da população de baixa renda e menor desigualdade social", ressalta o economista-chefe da RC Consultores, Marcel Pereira, autor do estudo "Juros Altos ou Inflação Alta?"

Como a estabilidade não é um capricho econômico, mas pré-condição para o País dar o salto rumo ao crescimento sustentável, a contenção da alta dos preços e até a queda em alguns segmentos de consumo explicam a cautela dos presidenciáveis em relação à política econômica que pretendem praticar a partir de 2007. Embora critique os juros altos, a oposição não sinaliza nenhuma guinada.

Juros altos ou inflação alta? Qual dos dois remédios seria menos indesejável para o Brasil?

À medida que a campanha presidencial avança, o debate vai se tornando mais amplo, abrangendo uma série de questões relacionadas à economia e suas repercussões nos indicadores de renda e sociais. Afinal de contas, sobram evidências de que a estabilidade nos preços, obtida em boa dose às custas dos juros elevados, ajudou a melhorar o poder de compra das camadas de baixa renda da população. E também não restam dúvidas de que os efeitos positivos do controle inflacionário jogam a favor da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na mesma proporção dos programas sociais e assistenciais.

Esses temas prometem gerar muita polêmica nos próximos meses, mas já se arriscam algumas opiniões. Para o economista-chefe da RC Consultores, Marcel Pereira, os juros altos são prefator de concentração de renda, porém, inflação alta é fator de concentração de renda ainda maior. "Estabilidade não é um capricho econômico, é pré-condição para uma sociedade mais justa", enfatiza. É isto que explica a opção do governo do Partido dos Trabalhadores (PT) em prosseguir com a ortodoxia social-democrata dos juros mais elevados do mundo para não colocar em risco a conquistados preços estáveis. É também o que ajuda a interpretar o que recente pesquisa Data-Folha revelou: o governo Lula tirou 6 milhões de eleitores dasclasses D e E e os promoveu para classe C.

Essa melhora no consumo e nas expectativas futuras da parcela mais pobre da população também justifica em grande medida o favoritismo de Lula na corrida presidencial, ressalta Pereira. Embora o social-democrata Geraldo Alckmin tenha crescido nas intenções de voto nas últimas semanas, Lula ainda venceria no primeiro turno com larga vantagem. São as classes C, D/E - no primeiro grupo, 68% têm renda familiar mensal de até três salários mínimos (R$ 1,050/US$ 477,27) e no segundo, 86% têm renda de até dois mínimos (R$ 700,00/US$ 318,18) - que concentra as maiores taxas de intenção de voto na reeleição de Lula, com 44% e 54%. Para sustentar a tese de que elevadas taxas de inflação são mais concentradoras de renda do que os juros altos, Pereira analisou a proporção entre o valor da cesta básica e o salário mínimo (R$ 350,00/US$ 159,09). Quanto menos a cesta básica representa no salário mínimo, maior o poder de compra das camadas mais pobres.

Colaborou: Lígia Alves. 19/07.

terça-feira, julho 18, 2006

O BRASIL MUDOU - EDUCAÇÃO

Na área de educação, o governo Lula ampliou os programas já existentes e criou outros que estão tornando o ensino superior acessível a milhares de jovens de baixa renda. O ProUni, por exemplo, já garantiu 233 mil bolsas de estudo, em universidades particulares, para estudantes cuja renda familiar por pessoa é de no máximo três salários mínimos.

Além disso, foram criadas quatro universidades federais, seis faculdades foram transformadas em universidades e 42 extensões universitárias foram implantadas no interior do País. O acesso ao curso universitário também foi ampliado através da adoção do sistema de cotas, que beneficia afrodescendentes, e da concessão de bolsas de estudos para índios.

Na área da educação e da formação profissional, o governo Lula criou o ProJovem, um programa que já estimulou mais de 200 mil jovens a concluírem o curso fundamental e, ao mesmo tempo, aprenderem uma profissão. A ampliação da educação profissional envolve também a criação de cinco novas escolas técnicas, quatro agrotécnicas e 33 unidades descentralizadas.

O Programa Brasil Alfabetizado também cresceu, permitindo que mais de cinco milhões de brasileiros aprendessem a ler e a escrever.



(do site http://www.lulapresidente.org.br. A cada dia publicaremos um novo tema, mostrando as mudanças já realizadas por Lula em seu primeiro mandato.)

Após apelo de Lula, OMC retoma negociações

As tentativas de liberalização do comércio global ganharam um novo fôlego nesta segunda-feira (17) com a revelação de um novo esforço para tentar destravar o diálogo na chamada Rodada de Doha, da OMC (Organização Mundial do Comércio).

Vários negociadores, entre eles o chanceler brasileiro, Celso Amorim, seguiram na tarde de hoje a Genebra, onde devem se sentar novamente à mesa de negociações.

A nova rodada de conversações, recebida com surpresa, foi convocada após o tema ter sido amplamente discutido nos últimos três dias em São Petersburgo, durante a reunião de cúpula do G8.

A retomada das negociações da chamada Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio foio principal objetivo da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Rússia. Ele participou da reunião do G8 como convidado.

O tema do comércio, que não fazia parte da agenda oficial da cúpula, acabou sendo incluído entre os principais temas discutidos durante a reunião.

Impasse
As negociações para a Rodada de Doha encontram-se em um impasse há vários meses, apesar da urgência de terminá-las até o final deste ano, para que o acordo possa ser aprovado durante a vigência do chamado fast track, que permite ao presidente dos Estados Unidos assinar acordos comerciais sem a necessidade de aprovação ponto por ponto pelo Congresso.

No mês passado, uma reunião envolvendo os mesmos negociadores que voltam a se reunir nesta segunda-feira em Genebra não foi suficiente para superar o impasse, apesar de declarações de todos os lados de que o tempo estava se esgotando para um acordo.

Além do chanceler brasileiro, também devem estar em Genebra negociadores de Estados Unidos, União Européia, Japão, Índia e Austrália.

Amorim viajou à Genebra de carona no avião que levava a secretária de comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab. Ambos estavam em São Petersburgo acompanhando os presidentes de seus países durante a cúpula do G8.

Objetivo principal
Desde a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a São Petersburgo, na noite de sexta-feira, o governo brasileiro vinha insistindo que a retomada das negociações da Rodada de Doha era seu maior objetivo durante a reunião.

Lula aproveitou todas as oportunidades que teve para destacar a importância de um acordo.

Segundo declarou em uma entrevista coletiva na noite de domingo, o presidente considerava que o impasse nas negociações era político, não econômico, e que portanto seria necessária uma decisão política dos principais líderes mundiais para a retomada do diálogo.

Nesta segunda-feira, durante encontro bilateral pela manhã com George W. Bush, Lula cobrou do presidente americano uma posição, dizendo estar convencido de que chegara o momento “de tomarmos uma decisão política, qualquer que ela seja”.

Em seu discurso durante a reunião dos líderes do G8 com os países em desenvolvimento convidados para a cúpula, Lula voltou a tocar no assunto, sugerindo que o mundo precisa de um acordo comercial global para conseguir acabar com a fome e a miséria.

‘Chirac tem que ceder’
Após o encerramento oficial da cúpula, em uma curta conversa com o presidente russo e anfitrião do encontro, Vladimir Putin, Lula disse que a ausência de um acordo na OMC seria “um retrocesso para os países mais pobres do mundo”.

Em tom de brincadeira, Lula disse ainda a Putin que estava otimista de que o presidente francês, Jacques Chirac, cederá um pouco para permitir um acordo.

Por conta dos altos subsídios concedidos aos seus agricultores, a França é considerada um dos maiores entraves a um acordo.

O presidente Lula não fez declarações após sua reunião com Putin, de onde seguiu diretamente ao aeroporto Pulkovo para embarcar de volta a Brasília.

Datafolha: Lula mantém vantagem sobre adversários

Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (18) pelo Jornal Nacional, da TV Globo, mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, mantém larga vantagem sobre os demais adversários.

Entre junho (data do último levantamento) e agora, Lula oscilou dentro da margem de erro – dois pontos percentuais para cima ou para baixo – na preferência do eleitorado. Tinha 46% e agora tem 44%. Já o tucano Geraldo Alckmin caiu de 29% para 28%.  

Na seqüência vêm Heloisa Helena (Psol), com 10%; e Cristóvam Buarque (PDT), José Maria Eymael (PSDC) e Ruy Costa Pimenta (PCO), todos com 1%. Brancos e nulos somam 7%, enquanto 8% não souberam ou não quiseram responder.

Em votos válidos (descontados brancos e nulos) Lula tem 52%, o que seria suficiente para eleger-se já no primeiro turno. Num eventual segundo turno entre Lula e Alckmin, o petista aparece com 50% das intenções, contra 40% do tucano, resultado praticamente idêntico ao de junho (51% a 40%).

A avaliação do governo também ficou estável. Para 38% dos entrevistados, a administração Lula é boa ou ótima. Outros 40% a consideram regular, enquanto 21% acham ruim ou péssima. Na pesquisa anterior os números eram, respectivamente, 39%, 37% e 22%. O Datafolha ouviu 6.284 eleitores de 272 municípios. A pesquisa foi realizada entre ontem (17) e hoje.

domingo, julho 16, 2006

A não-reportagem ininformativa

O jornalismo brasileiro inaugura a "não-reportagem ininformativa". Trata-se de uma dinâmica inatividade jornalística que se ocupa dos fatos que, se tivessem ocorrido, teriam acontecido. É um desses corriqueiros fenômenos inexplicavelmente fáceis de serem incompreendidos.
Imagine o repórter chegando à redação e o chefe lhe perguntado:
- E aí, conseguiu alguma coisa?
- Nada! - responde animado o repórter.
- Ótimo! - diz o chefe. - Cadê o não-material?
- Tá aqui, ó - entrega-lhe um disquete.
O chefe introduz o disquete no micro, abre o documento e lê comentando em voz alta:
- Nada sobre a viagem do Zé Dirceu à Bolívia, nenhum detalhe sobre o que ele falou com Evo Morales, nem mesmo sobre o que não falou. Também nenhum detalhe sobre sua possível viagem aos Estados Unidos... Necas de pitibiriba sobre o que fez no México; se é que foi realmente ao México. Nenhuma informação sobre seus não-clientes. Dirceu nega que não se encontrou com Evo...
- Não, chefe - corta o repórter -, ele nega que tenha se encontrado.
- Então ele confirma que não se encontrou. Ótimo!
- É, acho que dá no mesmo.
- Bulhufas sobre o diálogo de Dirceu com Eike Batista.
- Mas, em compensação, a diretoria da siderúrgica EBX, de propriedade do Eike, não confirma nem nega se o Dirceu foi ou é contratado daquela empresa.
- Nesse caso, se ele foi, é ou será colaborador da siderúrgica, pode ter, ou não, viajado no jatinho da empresa.
- Demais, chefe! Só o senhor mesmo poderia chegar a essa conclusão!
- Mas... - o chefe localiza alguma coisa na tela - que empresa é essa aqui?!
- Qual?
- "José Dirceu & Associados"...
- Deve ser a empresa à qual o Zé Dirceu se associou. Certamente está no nome de algum laranja. Pelo nome da firma, sem dúvida é um parente, talvez...
- É provável, é provável... Huuummm... Quer dizer que o Dirceu nega que tenha negociado a questão do gás com Evo Morales, em nome do governo Lula?
- Não, chefe, ele não nega!
- Não?!
- Não, mas também não confirma.
- Ah, sei, sei...
- Mas a ministra Dilma Rousseff entregou o jogo.
- É?!
- Tá tudo aí.
O chefe rola a página na tela do monitor e lê a declaração da ministra:
- "A relação com os bolivianos é feita por meio de canais diplomáticos, do Itamaraty, do Ministério das Minas e Energia e da Petrobras, no que se refere à questão do gás".
- Viu?! Eles agem em conluio! - diz o repórter.
- Tá muito bom. Parabéns! Vai para a página policial.
Finalmente, os dois relaxam e mudam de assunto, enquanto tomam um cafezinho.
- Pô, chefe, o Silvio de Abreu bem que poderia ter aproveitado essa matéria para fechar com chave de ouro a trama da novela Belíssima.
- É verdade, é verdade...
- Ia dar o maior ibope!
- Pois é, já pensou?! No final, Bia Falcão, Medeiros, Ivete, Mary Montila, André...
- ... a dona Tosca, Valdete, Seu Aquilino, o Alberto...
- Isso, isso! Todos eles entrando, apoteoticamente, no Congresso Nacional...
- Corta para um helicóptero decolando dos jardins do Palácio do Planalto, sobrevoando Brasília e produzindo uma chuva do nosso jornal... Ah! - suspira o repórter.
- Um exemplar caindo em câmera leeentaaa...
- A manchete em detalhe...
O chefe ergue os braços e, com os indicadores e polegares formando ângulos retos, simula o enquadramento da cena e fala pausadamente:
- "Dirceu não revela o que foi fazer na Bolívia"

P.S.: clique aqui para continuar a leitura...
Fernando Soares Campos – La Insignia. Brasil, julho de 2006.

sexta-feira, julho 14, 2006

Discurso de Lula no lançamento da campanha em São Bernardo

(A versão abaixo foi preparada como base para o discurso, portanto, não inclui os improvisos acrescentados.)

"Minhas amigas, meus amigos:

Estamos aqui para mais uma jornada de luta. E não por acaso a partir de São Bernardo, onde iniciei minha vida política. Onde  a caminhada para a transformação social do Brasil conheceu momentos históricos. Onde os trabalhadores chamaram, também para si, a responsabilidade de construir uma vida melhor para todos os brasileiros.

Devo dizer a vocês, e a todo o Brasil, que queremos ampliar as mudanças. E temos um cenário bastante favorável para isso. O país cresce, com a inflação domada. Os pobres estão menos pobres. Os empregos aumentam. Os jovens voltam a ter uma perspectiva de futuro.

Mas isso é apenas o começo. Quero levar adiante a obra apenas começada. Corrigir o que houve de errado. Ampliar o que está dando certo. E avançar no caminho da realização plena da nação brasileira.


Meus amigos, minhas amigas:

Em nosso governo, mais de 3 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza. E a melhoria na renda dos pobres fez com que outras 7 milhões passassem a fazer parte da classe média. É um movimento que vem da base da pirâmide social, alterando o seu desenho. Milhões de brasileiros deixam para trás a miséria, milhões de brasileiros chegam à classe média.

Isso aconteceu graças ao salto qualitativo do mercado de trabalho, ao crescimento do emprego com carteira assinada, à expansão do crédito, ao apoio a pequenas e médias empresas, aos investimentos sociais do governo e aos investimentos em infra-estrutura.

Mas por que não se fez isso antes, nos últimos dez anos ou mais? Porque melhorar a vida do povo brasileiro não estava entre as prioridades de quem governava. Foi a nossa vontade social que levou à mudança. E para fazer essa mudança tivemos, primeiro, que vencer uma grave crise.

Ensina a sabedoria popular que, para colher os frutos, é preciso, primeiro, plantar a árvore. E nós plantamos. Recuperamos a estabilidade econômica. Controlamos a inflação. Zeramos o débito com o FMI. Redesenhamos o perfil da dívida. E a divida externa que era um leão que ameaçava nos devorar, esta perto de virar um gatinho domesticado.

Saímos da crise dando passos firmes no rumo do desenvolvimento. Colocando o social no centro das atenções. Valorizando o trabalhador. Investindo em programas de transferência de renda. Combatendo a fome. Diminuindo impostos. Democratizando o acesso ao crédito. Criando novos empregos. Aumentando o poder de compra do povo.

Demonstramos que estabilidade e crescimento não são incompatíveis. Que é possível crescer e distribuir renda ao mesmo tempo. E rompemos outros falsos dilemas, como aquele que dizia que era impossível compatibilizar o crescimento das exportações com o crescimento do mercado interno.

Mas deixamos claro, também, que crescer por crescer não estava em nossos planos. A nossa meta era – e é – crescer para melhorar a situação dos trabalhadores. Redistribuir renda. Incorporar, à vida brasileira, os que se encontram à margem, entregues à própria sorte. Para nós, política econômica e política social são faces da mesma moeda. O crescimento só interessa quando o superávit econômico se transforma em superávit social. Por esse caminho, retiramos milhões de pessoas da linha de pobreza, interrompemos a queda nos rendimentos dos trabalhadores e aumentamos o salário mínimo real.

Do ano passado para cá, as negociações salariais feitas no país resultaram em reajustes iguais ou superiores à inflação. E, nesses últimos doze meses, a expansão do emprego com carteira assinada foi de 5,2%. O que significa que um outro patamar de qualidade está se impondo, também, na contratação dos trabalhadores. Desenhou-se assim a evolução positiva da massa salarial, que agora não cresce apenas pelo aumento da ocupação, mas, sobretudo, da renda dos trabalhadores. E é a combinação de emprego e renda que instaura o círculo virtuoso no mercado de trabalho. Em suma, são bem diferentes o Brasil que encontramos, ao assumir o governo, e o Brasil que hoje podemos apreciar.

Da mesma forma, a situação do trabalhador não é mais a mesma. Podemos mostrar esta mudança com dados e fatos. Mas a verdade é que todo trabalhador sabe disso. Vê que o preço dos alimentos caiu e o seu poder de compra aumentou. Sente os reflexos da redução de impostos e da ampliação do crediário. E, como tudo isso incrementa o consumo e a produção, todos acabam entendendo que distribuição de renda gera riqueza.

Mas nada disso permitirá o nosso grande salto no futuro, sem educação. Sem ela não há crescimento duradouro, não há progresso científico, nem desenvolvimento tecnológico.
Sem ela, não há cidadania. O salto de qualidade que demos, nos últimos três anos e meio na educação, nos credencia a dizer que vamos fazer a grande revolução educacional que o Brasil exige. Pois sabemos que assim como é preciso crescer para incluir, é necessário educar para manter o crescimento e a inclusão. Podem ficar certos de uma coisa: se eu for reeleito presidente, eleita será a educação como a prioridade máxima brasileira. E mantida será a atual prioridade de crescimento com distribuição de renda.

Ao lado disso, temos de repensar, com urgência e em profundidade, a questão da segurança. E repito que o governo está acompanhando, com atenção e apreensão máximas, o que está acontecendo aqui em São Paulo. Determinei ao meu ministro da justiça que São Paulo seja o tema prioritário da sua pauta até que a crise se debele. Reafirmo que o governo federal fará tudo que estiver ao seu alcance para frear esta onda de violência, montada pela indústria do crime. O problema é complexo. Mas tem de ser enfrentado com rapidez e eficiência, mobilizando todas as esferas de poder e toda a sociedade. Uma situação em que há pessoas morrendo não deve ser usada como objeto de disputa eleitoral ou guerra política. E São Paulo não pode permanecer refém de organizações criminosas. Mas não venceremos o crime organizado se o combatermos desorganizadamente.


Minhas amigas, meus amigos:

Num segundo mandato, meu governo vai continuar defendendo, fortemente, os pobres e a classe média. Pois os mais ricos sabem se defender sozinhos. E sempre tiveram, na história, quem os protegesse. Ingressamos já em um novo ciclo de crescimento econômico. E a sociedade também já esboça um novo desenho, com processos de inclusão e ascensão sociais. Queremos fortalecer ainda mais a estabilidade. E aumentar os índices de crescimento e inclusão.

Ao mesmo tempo, queremos promover uma ampla reforma política. Porque a crise ética que se abateu sobre o país é uma crise do sistema político brasileiro, em sua inteireza, e não apenas de determinados partidos ou indivíduos. E somente uma reforma política impedirá que práticas lamentáveis se repitam. Em suma: vamos continuar diminuindo o risco Brasil, o risco econômico, e, mais que nunca, o risco social e o risco da velha política.

A nossa missão, agora, é avançar. Avançar, com vigor e sensibilidade, na construção brasileira de uma sociedade realmente justa e generosa.

Muito obrigado."

PT ingressará com “notícia crime” contra José Serra

O PT ingressará com uma "notícia crime" junto ao procurador regional eleitoral por difamação e difusão de fatos sabidamente inverídicos com propósito eleitoral por parte do candidato tucano José Serra, baseado nos artigos 323 e 325 do Código Eleitoral.

Confira a nota na íntegra:

Nota à imprensa

São irresponsáveis as declarações lançadas pelo presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, e pelo candidato do PSDB ao governo de São Paulo.

Buscam, na verdade, atribuir responsabilidade a quem não geriu o sistema de segurança pública de São Paulo nos últimos 12 anos.

O PT ingressará com uma "notícia crime" junto ao procurador regional eleitoral por difamação e difusão de fatos sabidamente inverídicos com propósito eleitoral por parte do candidato José Serra, baseado nos artigos 323 e 325 do Código Eleitoral.

Fundamental é que se combata o crime organizado e se devolva a paz e a tranqüilidade ao povo de São Paulo.

Num momento tão grave quanto este cabe às instituições e aos homens públicos enfrentarem a crise com seriedade e responsabilidade. E é o que o PT faz e continuará fazendo.

Paulo Frateschi
Presidente Estadual PT-SP

quinta-feira, julho 13, 2006

Bancada lança livro com ações do governo Lula


A Liderança do PT na Câmara lançou nesta quarta-feira o livro Governo Lula: a construção de um Brasil melhor – a verdade dos números. A publicação traz um balanço das principais realizações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Os dados revelam que um governo, quando comprometido com o interesse nacional e popular, pode fazer avançar, e muito, as condições sociais e econômicas de um país", afirma o líder petista, deputado Henrique Fontana (RS), no texto de abertura.

O livro foi elaborado pelas assessoria técnica e de comunicação da bancada. São 114 páginas com informações sobre a gestão Lula e comparações com os dois mandatos do governo anterior. Os dados são todos oriundos de fontes oficiais. "São dados à prova de balas. Procuramos mostrar aquela comparação da qual PFL e PSDB querem fugir como o diabo foge da cruz", afirmou Fontana.

O livro é dividido em 21 áreas temáticas (Economia; Geração de Emprego e Renda; Reestruturação do Serviço Público; Política Externa; Agronegócio; Agricultura Familiar e Reforma Agrária; Pesca; Petrobras; Segurança Pública e Combate à Corrupção; Educação; Ciência e Tecnologia; Saúde; Assistência Social; Cidadania e Inclusão; Previdência Social; Esporte e Lazer; Juventude; Infra-estrutura; Habitação e Urbanismo; Meio Ambiente e Saneamento Ambiental; e Cultura). Serão impressas 20 mil cópias, cada uma delas ao custo de R$ 2. O livro será pago pelos deputados federais do PT, que contribuíram com sugestões e aperfeiçoamentos ao texto. A proposta do líder Henrique Fontana é de que os parlamentares adquiram cotas com exemplares do livro e realizem lançamentos da publicação em todos os estados do país.

Fontana apresentou o livro durante discurso no plenário da Câmara. Ele destacou que a publicação é "uma prestação de contas do resultados dos três anos e meio de governo Lula". "Este livro estará à disposição de todos aqueles que quiserem adquiri-lo. Procuramos de forma didática comparar cada uma das áreas de ações governamentais e encontramos em cada uma delas resultados positivos, que mostram, numa frase síntese, que o Brasil de hoje, o Brasil de julho de 2006, é bem melhor que o de 1º de janeiro de 2003, quando o governo Lula iniciou-se", afirmou.

O petista destacou algumas informações que merecem destaque na publicação. Na área de Economia, ressaltou que o país tem hoje o menor índice de inflação dos últimos 15 anos. "Demonstramos também com gráficos e dados que a balança comercial brasileira, que sempre foi negativa durante o governos do PSDB e do PFL – coisa sobre a qual o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) não tem falado – evoluiu, chegando ao índice de 44 bilhões de dólares por ano de superávit comercial. Mostramos que as exportações brasileiras duplicaram", disse.

Fontana destacou também que as taxas de juros "explodiram no Brasil durante o governo do PSDB e do PFL". "O gráfico apresentado neste livro mostra claramente que a taxa básica Selic, durante o governo Lula, é menor do que aquela do governo do PSDB e do PFL", afirmou.

O livro informa ainda que o governo Lula recuperou o poder de compra dos servidores públicos, enquanto o governo anterior enfraqueceu a categoria. "Tem um gráfico muito ilustrativo que mostra o desmonte do serviço público brasileiro, durante o governo do PSDB e do PFL. Em 1994, tínhamos 593 mil servidores públicos e chegamos a 2002 com 459 mil – ou seja, com a diminuição da capacidade de o Estado brasileiro atuar. Nós mostramos que esta recuperação, tanto de contratação de servidores públicos, como de ganho real do salário, em muitos casos, não foi feita à custa de qualquer farra fiscal porque mantém um equilíbrio em relação ao percentual de gastos comparados com o PIB", afirmou.

Clique aqui ou no banner acima para fazer o download do livro em formato .pdf.

Fonte: http://www.informes.org.br/

Oposição faz "mesquinharia máxima"

A oposição apela para a "mesquinharia máxima" ao impedir a votação de matérias no plenário da Câmara. A avaliação é do líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS). Para ele, parlamentares do PSDB e do PFL apelam para a "tese do quanto pior melhor". "Chegamos ao reino da mesquinharia máxima. Ao invés de debater projetos e comparar governos, a oposição apela para o quanto pior melhor, de maneira absolutamente irresponsável", disse.

De acordo com Fontana, PSDB e PFL dificultam a aprovação de projetos como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o Fundeb e a regulamentação da Previdência Rural. A oposição insiste em votar uma emenda que concede aumento de 16,66% a aposentados que ganham mais de um salário mínimo para arranhar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, avalia o petista.

"É evidente que é legítima a reivindicação de todos os aposentados de reajustes melhores. Mas a previdência tem um limite neste momento. Ela conseguiu garantir um reajuste de 12% a 13% acima da inflação para todos aqueles que ganham um salário mínimo e está conseguindo pagar o rombo de R$ 12 bilhões que PSDB e PFL entregaram nas mãos do presidente Lula. Neste momento não há como ter um reajuste de 16% para todos os aposentados", afirmou.

quarta-feira, julho 12, 2006

A favor de Lula

Num momento eleitoral onde se disputam projetos politicos para o nosso país é fundamental um claro posicionamento de cada um como cidadão co-responsável pela construção de um país que continue a agenda iniciada por Lula de enfretamento do ancestral conflito distributivo que nos tornou uma da nações mais desiguais do Planeta.

Na condição de militante política, deputada estadual que fui por dois mandatos, representei, junto com Sérgio Arouca, então deputado federal, como dirigentes do PCB/PPS no ambito estadual e nacional, compromissos fundamentais com transformações sociais para a construção de uma sociedade de direitos, capaz de enfrentar as iniquidades insustentáveis de nosso país.

Por tudo isso me sinto no dever de manifestar claramente meu apoio a candidatura de Lula para presidente.

Num país com uma elite que sempre teve horror ao popular, amante de uma democracia sem povo, capaz de lançar mão de todos os recursos, inclusive da força bruta da ditadura militar na defesa seus privilegios, a eleição de LULA representou uma ruptura com esse padrão e um passo incontestável na construção de uma democracia onde o povo não seja uma incoveniência. Isso significou a recusa deste modelo exportado pela elite paulista, representada fielmente pelo sistema de alianças de centro direita (PFL/PSDB) que desgovernou por oito anos o nosso país. O governo Lula deu início a um trabalho de superação das brutais desigualdades de nosso país.

Os fatos são eloquentes: a democratização do crédito, a mudança radical no finaciamento da agricultura familiar, a criação do Pro-Uni e do FUNDEB, a construção de uma política energética pós crise do apagão de FHC, a definição dos marcos institucionais históricos na política ambiental, o Bolsa Família – programa referência de distribuição de renda no mundo – a inédita política cultural de conteúdo republicano, o histórico aumento do salario mínimo, a retomada na saúde do espírito da reforma sanitária brasileira (marca indiscutível de Arouca) com a convocação em caráter extraordinário, já no primeiro ano do governo, da 12° Conferencia Nacional de Saúde Sérgio Arouca, marcando um dos pilares desse governo – o amplo diálogo com a sociedade através de inúmeras conferencias temáticas para a construção das várias políticas públicas – a autosuficiência do petróleo, em contraposição ao processo de privatizaçao da Petrobrás no governo do PFL/PSDB, a retomada dos concursos públicos em áreas estratégicas como INCRA, IBAMA, CULTURA enfim nas várias áreas sucateadas e agora objeto de reestruturação, numa nítida redefinição pública do papel do Estado.

Em síntese considero o silêncio uma omissão inadmissível, especialmente quando se trata de uma escolha entre um sistema de alianças de centro esquerda protagonizado por LULA, e um sistema de alianças de centro direita, com seu ranço antipopular e sua arrogância contra os pobres, promovido por conhecidas crias da ditadura militar .

Deixo portanto claro meu entusiamo e militante compromisso com a campanha LULA para presidente.

(Lucia Souto, médica sanitarista, foi deputada estadual pelo PCB, depois pelo PPS. Junto com seu companheiro, o falecido também médico sanitarista Sergio Arouca, sempre lutou o bom combate em favor de uma saúde pública voltada para os interesses da classe trabalhadora.)

Queda na rejeição a Lula surpreende até analistas

Luiz Inácio Lula da SilvaA elevada rejeição aos candidatos da oposição à presidência, apontada na pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira, surpreendeu até mesmo analistas políticos. Entre maio e julho, a rejeição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu de 34,7% para 32,4%. Os candidatos de oposição também tiveram queda entre maio e julho, mas os índices continuam elevados.

Pelos dados recolhidos, 35,8% dos eleitores disseram que não votariam no candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, "de jeito nenhum". A rejeição à candidata ao PSOL, Heloísa Helena, é de 46,4%, enquanto o candidato do PDT, Cristovam Buarque, tem rejeição de 45,3%.

O diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, disse que o presidente Lula registrou o pior índice de rejeição no ano passado, na época do escândalo do mensalão, quando mais de 40% dos eleitores diziam que não votariam para reeleger o presidente de jeito nenhum. Desde então, vem recuperando seus índices de popularidade ao mesmo tempo em que cai a rejeição.

'Colchão amortecedor'

"De uma hora para outra o eleitorado passou a avaliar os aspectos econômicos e isso está servindo de colchão amortecedor do presidente Lula", afirmou Guedes. "O eleitor está analisando esta eleição com o bolso", diz ele. De acordo com a pesquisa CNT/Sensus, 41% dos ouvidos avaliam o atuação do presidente como positiva, o maior índice desde abril do ano passado.

Neste raciocínio, segundo Guedes, o eleitor avalia que é melhor ficar com um candidato conhecido que está melhorando os indicadores econômicos do que um candidato desconhecido. "Dos 44% que dizem que vão votar no Lula, boa parte não votaria em outro candidato de jeito nenhum", analisa. (...)

'Polarização'

"É surpreendente, porque geralmente o candidato que está no governo tem um índice de rejeição maior do que a oposição", diz o cientista político Leonardo Barreto, professor da Universidade de Brasília (UnB). Para ele, a rejeição ao candidato do PSDB deve-se à polarização da eleição entre ele e Lula e não necessariamente a uma crítica ao candidato em si. "Vejo duas explicações: ou as pessoas rejeitam porque não conhecem, ou porque já decidiram votar no Lula e não vêem a possibilidade de mudar", diz Barreto.

Na intenção de voto, a pesquisa repete o resultado das pesquisas Datafolha e CNI/Ibope divulgadas nas últimas duas semanas, que mostram crescimento do candidato Geraldo Alckmin, sem roubar votos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que continua liderando e pelo retrato atual venceria a eleição no primeiro turno.
(...)

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