domingo, outubro 01, 2006

o lado negro da força

são 00h, foram apuradas quase 98% das urnas e tudo indica que haverá segundo turno. 1989 se repete. com golpes baixos, armações e a cumplicidade irrestrita da mídia, a direita elitista e criminosa tanto fez que conseguiu o que tentou a campanha inteira. todo mundo já sabia da existência dos R$1,7 milhões. todo mundo já estava cansado de saber que há petistas envolvidos na compra do dossiê. mas todo mundo viu na capa de todos os jornais uma foto do dinheiro que deveria estar guardada em segredo de justiça. ninguém deu muita atenção ao conteúdo do dossiê. serra já está eleito governador de são paulo. será que alguém vai querer saber quem divulgou a foto sigilosa, e, principalmente, por quê (e por quanto) fez isso?

não é o segundo turno que me incomoda. em tese, caso estivéssemos num jogo limpo, acho até muito válida a oportunidade de se aprofundar o debate. o que me revolta e me enoja profundamente é a constatação de que ainda hoje manda nesse país quem tem dinheiro. não importa se a vida do pobre melhorou, não importa se o país tem conquistado soberania internacional, não importa se estamos tendo mais emprego, saúde, educação e uma distribuição de renda mais justa. o que importa é que os donos do poder - detentores do dinheiro e dos meios de comunicação - ainda fazem desse país o que eles bem entendem. eles compram, manipulam, mentem, não medem esforços para defender seus próprios intere$$e$.

5 comentários:

Anônimo disse...

Deus é brasileiro!!!

Anônimo disse...

E não gosta de corruPTos.

LULLA-LÁ ... BEM LONGE DO PLANALTO!é a voz do povo!
e a voz do povo é a voz de Deus.

Anônimo disse...

As urnas falaram!

Fora ladrões ou pelo menos troque o ladrão!

Clarice disse...

o que as urnas falaram foi que LULA continua em primeiro, com 48,6% da preferência do eleitorado. cuidado para não confundir a voz do povo com a voz da globo, a eleição ainda não acabou!

Anônimo disse...

Eleitores dão "licença para roubar", diz jornal

Um editorial publicado nesta terça-feira pelo jornal espanhol ABC comenta o resultado da eleição de domingo no Brasil, afirmando que a quase vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno mostra que, "para os eleitores do Partido dos Trabalhadores, pouco importa a espessa nuvem de corrupção que faz sombra ao governo do líder brasileiro".
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Para o jornal, "os partidos políticos se converteram em um manto acobertador de seus militantes em vez de serem atentos e rigorosos vigilantes da idoneidade política e moral de cada um deles".

"Aos eleitores não parece importar muito a decência de seus líderes e assim, juntando a fome com a vontade de comer, alguns protagonistas máximos da política se sentem de posse de uma "licença para roubar" equivalente à "licença para matar que James Bond exibe em seus filmes", afirma o editorial.

Outro jornal espanhol, El País, também comentou o resultado eleitoral em um editorial, afirmando que Lula recebeu "um sério aviso" das urnas. "O presidente vai ter que mudar muitas coisas em sua estratégia para assegurar a reeleição neste mês", diz o texto.

Para o diário, "como não há diferenças programáticas fundamentais entre ambos os candidatos (Lula e Geraldo Alckmin), será a credibilidade de um e de outro a que resolverá finalmente a luta pela Presidência do gigante íbero-americano".

O editorial afirma ainda que "a sensação acumulada durante o último ano e meio de que tudo valia no Brasil, enquanto não se provasse uma conexão direta do favorito Lula com a corrupção, se dissipou bruscamente no domingo". "As urnas refletiram uma visão mais exigente da ética política", avalia o editorial.

Campanha perigosa
Reportagem do diário americano The New York Times diz que Lula esperava até o último momento uma vitória no primeiro turno, mas "ele estava equivocado, e agora enfrenta o que promete ser a campanha mais cansativa e potencialmente perigosa de sua longa carreira, contra um concorrente que ele e muitos outros menosprezavam".

O texto, que em seu título diz que a base de apoio a Lula "pode virar areia", diz que o segundo turno, que Lula "nem queria nem esperava", "promete ser extraordinariamente disputado e cheio de contrastes".

"As diferenças não são tanto de idéias - ambos os partidos vêm lutando pelo mesmo espaço de centro-esquerda desde que Lula moveu-se para o centro para ganhar em 2002 -, mas de personalidade e estilo político", diz o Times.

O Wall Street Journal, por sua vez, avalia que no segundo turno Lula não terá como evitar o confronto, como fez no primeiro turno. "Ele desprezou os debates com outros candidatos e fez campanha principalmente dentro de sua base de eleitores de baixa renda, que apoiavam os programas sociais do governo e a figura de homem comum de Lula".

O jornal econômico observa que os mercados financeiros tiveram um dia positivo no Brasil na segunda-feira, após a votação inesperada de Alckmin. "Enquanto o esquerdista sr. da Silva se mostrou um responsável administrador fiscal da economia, o sr. Alckmin é visto pelos investidores como tendo uma proposta mais clara para encolher o Estado e estimular o crescimento".

O diário francês Le Monde também comenta os efeitos da eleição sobre os mercados. "Os programas de PT e PSDB não são muito diferentes, e o desafio eleitoral não parece preocupar os mercados financeiros, diferentemente de 2002, quando a possibilidade de eleição do antigo sindicalista provocou uma verdadeira tempestade", diz o texto. Para o jornal, porém, "as quatro semanas de campanha entre o primeiro e o segundo turnos vão paralisar o governo e aumentar a polarização".
http://noticias.terra.com.br/eleicoes2006/interna/0,,OI1171319-EI6651,00.html