(reproduzido do blog Onipresente)
De vez em quando alguém vem me perguntar qual minha opinião sobre os candidatos. E eu tenho que explicar, dando várias razões. Há mais de vinte anos, quando lecionava OSPB, para o ensino fundamental, e depois como professor de Filosofia e de Sociologia, no ensino médio e superior, sempre ensinei meus alunos a pensar, a tomar posição e a fundamentar suas decisões. Nunca os induzi a nada. Mas também nunca deixei de manifestar-lhes minha posição e de justificá-la.
Hoje, não faltam aqueles que querem saber qual o meu candidato, e ao me manifestar, muitos estão questionando se essa opção não é a favor da corrupção. Então entram com a questão ética, que hoje está em voga. E tenho que explicar sobre isso, também.
Vou começar pelos critérios que uso para votar:
1) Eu começo pelos partidos, identificando os que são de direita e os que são de esquerda. E elimino da minha preferência todos os que são de direita, pelas seguintes razões: os partidos de direita defendem os interesses de quem detém o capital e não se importam muito com a classe trabalhadora. Muitas vezes eles fazem um discurso em defesa da classe trabalhadora, mas sua prática é sempre para inviabilizar o próprio discurso. Já a natureza dos partidos de esquerda é a defesa das classes trabalhadoras, dos desempregados, dos pobres. Os avanços históricos conseguidos pelos trabalhadores europeus e asiáticos só foram possíveis com o apoio desses partidos.
2) Em seguida eu elimino aqueles partidos que se situam no extremo. A extrema esquerda, assim como a extrema direita, não tem noção da realidade. Ambas usam uma camisa de força e fazem de tudo para encaixar nela a realidade com toda a sua complexidade. Normalmente são pessoas arrogantes, cruéis no relacionamento com os outros, insensíveis, mal-educadas e desrespeitosas. Como não têm argumentos, apelam para a gritaria, para a truculência, para a força. A extrema esquerda e a extrema direita se identificam uma com a outra e muitas vezes estão unidas no parlamento, contra aqueles que fazem uso da razão.
3) Depois de escolher o partido, isso não significa que vá votar em qualquer pessoa desse partido. Escolho a pessoa que tenha, antes da candidatura, uma militância no meio do povo e, sobretudo, um envolvimento na defesa dos direitos humanos (o direito à vida e tudo o que sustenta a vida como a liberdade, a segurança, a educação, a saúde, o trabalho, a alimentação, o meio ambiente saudável etc.). De preferência, escolho o candidato ou a candidata que seja também de fé. Por último vejo se há alguém com essas qualidades e que ao mesmo tempo seja ligado à minha cidade ou tenha alguns laços com a mesma, visitando-a sempre que necessário.
Então, vamos ao caso: em quem votar no segundo turno? A quem darei o meu voto? E por quê?
Pelos critérios acima o meu voto vai para o Lula e não para o Alckmin. Diante disso há quem possa dizer: "Mas você vai votar num governante em cujo governo nunca se ouviu falar tanto de corrupção?" E ainda: "Logo você, que tem duas graduações superiores e duas pós-graduações, vai votar numa pessoa ignorante, sem estudos?"
É claro que eu fiquei chateado com muitos casos de corrupção envolvendo membros do próprio PT, mas não fiquei surpreso, porque a corrupção existe em todos os lugares em que haja dinheiro: na família, nas empresas, nos ambientes esportivos, nos governos, nas igrejas etc. Até mesmo no grupo de Jesus havia alguém, com o nome de Judas, que punha as mãos no dinheiro que não era seu. O que é necessário esclarecer é o seguinte: esses esquemas todos de corrupção foram herdados de governos passados e só agora estão sendo abatidos, pela ação do governo atual, o mesmo que está sendo questionado. O que se vê em seguida à denúncia é a ação para apurar. Antes o que se via era ação para levar tudo para debaixo do tapete. Foi assim com os escândalos das faraônicas inacabadas, das Polonetas, do Tiepo, da Pasta Rosa, das Privatizações, do SIVAN, do Banco Econômico etc., em que vários bilhões de dólares saíram dos cofres públicos e foram de água abaixo, até um lugar bem escondido de algum paraíso fiscal.
Que moral tem o PFL e o PSDB e o PPS para ficarem falando sobre ética? Nenhuma! Aliás, eles deveriam esclarecer suas próprias ações enquanto governo. Por que o Sr. Alckmin deixou para o seu vice, Cláudio Lembo, um rombo de R$1.200.000.000,00 nas contas públicas do Estado de São Paulo? Isso mesmo: um bilhão e duzentos milhões de reais. Por que nenhum destaque na imprensa, a não ser em algum cantinho de algum jornal? Por que a mídia não se interessa nem um pouco por isso?
Eu voto no Lula ainda pelos seguintes motivos:
1) Foi o governante que primeiro fez do Nordeste do Brasil uma verdadeira prioridade, fazendo essa região, esquecida por todos os governantes anteriores, crescer mais do que a média nacional.
2) Foi o governante que primeiro priorizou verdadeiramente o ensino técnico e superior para os mais pobres, dando início a 30 Centros Tecnológicos capazes de qualificá-los e a 10 Universidades Federais, em todas as regiões do país. Além disso, foram criados programas de distribuição de bolsas para os que ingressam nas Universidades privadas.
3) Foi o governante que se interessou verdadeiramente em pagar as dívidas do país. Ele não só deixou de tirar dinheiro emprestado como também se livrou do FMI: não recebeu a última parcela do empréstimo feito por FHC e de sobra pagou toda a dívida com dois anos de antecedência, deixando-nos livres da humilhação desse órgão que realmente era quem ditava o rumo de nossa economia. Além disso, ele já ajuntou US$70 bilhões de dólares para pagar o restante da dívida com outros órgãos internacionais, dando-nos a certeza de que logo o Brasil será um país credor e não devedor.
4) Foi o governante que mais investiu na área social, tirando milhões de pessoas do estado de miséria, e sob as críticas dos partidos de direita. Há ainda nessa área muito a que se fazer, mas era necessário um começo. E quando estiver funcionando as usinas de biodiesel no Nordeste e outras regiões, com toda certeza, haverá empregos para todos os que ainda hoje não conseguiram sair do estado de miséria.
5) Foi o primeiro governante que voltou a política externa também para os países africanos, asiáticos e latino-americanos, tornando-se uma sólida liderança de 21 desses países. Por causa disso hoje muitas empresas do Brasil estão se instalando nesses continentes e nossas exportações para lá se dobraram em curto espaço de tempo.
6) Foi o único nos últimos 20 anos a voltar suas atenções para a infra-estrutura necessária ao crescimento do país. Está-se tomando medidas no campo energético, ampliam-se os portos e aeroportos, duplicam-se as rodovias e se criam equipes de manutenção etc.
7) Foi o governante que corrigiu as injustiças praticadas sistematicamente por FHC, que, sem mais sem menos, cortou as aposentadorias de uma infinidade de trabalhadores rurais. A Justiça Itinerante promovida pelo Governo Lula resolveu tais problemas e hoje muitos idosos têm a sua aposentadoria e vivem com mais dignidade.
8) Foi o único governante da história que não fez pacotes econômicos e sem eles conseguiu fazer o dólar americano perder valor.
9) As medidas tomadas na área da economia trouxeram o maior superávit da história do Brasil na balança comercial.
10) A população negra do Brasil, sobretudo remanescente dos Quilombos foi contemplada pelo atual governo. E também os negros e índios começaram a pensar num curso superior, porque as condições foram criadas para isso.
Não há dúvida, a realidade está aí para ser vista. Infelizmente muitas pessoas não conseguem ver senão aquilo que a Imprensa ou a Mídia diz. E o que os meios de comunicação, em sua maioria, mais gostam de fazer é manipular ou distorcer as informações. E o que é pior: sonegar a informação! Eles não insistem no fato de que todos os partidos - principalmente o PFL e o PSDB - praticam caixa dois! E não insistem também no fato de que a maioria dos casos de corrupção dos chamados "sanguessugas" tem ligação com o PSDB e PFL! E não interessa mostrar, porque os grandes jornais e as grandes redes de televisão têm o rabo preso com o grande capital, que os sustenta!
Josias Dias da Costa, monge beneditino.
Goiânia, 8 de outubro de 2006.
sexta-feira, outubro 20, 2006
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4 comentários:
Clarice
Tenho ouvido muitos dizerem que o problema da corrupção só pode ser resolvido com a pena capital.Um dos grandes problemas que deixo para os que são a favor da pena de morte é resolverem é a questão dos inocentes.
Um abraço
Marco Aurélio
Petistas vagabundos Ladroes. lula corrupto
PORQUE LULA E SEUS PETISTAS MENTEM TANTO
por Maria Barbosa, socióloga
Nunca dantes numa campanha se viu um festival de mentiras como o que assola o País. Por isso, mesmo que eu já tenha escrito sobre a mentira, voltarei ao tema. Inclusive, porque a arte de mentir é um dos fatores decisivos para que o PT deixe de ser governo e chegue ao poder, o que lembra o pensamento do irmão leigo Betto: “nós estamos no governo, mas não ainda no poder”. Como o piedoso frei Betto é admirador de Fidel Castro, exatamente como Luiz Inácio e demais companheiros, supõe-se que o projeto de permanência dos petistas é por tempo indeterminado e com características, senão totalmente cubanas, pelo menos venezuelanas.
Na verdade, o sucesso do candidato e presidente petista repousa em três pilares: a mentira, o abuso do poder econômico e político que a reeleição faculta, a falta de uma verdadeira oposição que fortalecesse a candidatura de Geraldo Alckmin.
A mentira do PT começa por seu líder simbólico, Luiz Inácio, passa pela propaganda enganosa e deságua nas invencionices que na campanha se avolumaram também como estratégia para desviar as atenções de assuntos indesejados, como aquele do dossiê arquitetado pelos “aloprados” na sua ânsia de prejudicar José Serra e, por tabela, atingir Geraldo Alckmin.
Como símbolo, Luiz Inácio, que serve para angariar os votos que ensejam o poder para o PT, de fato não existe como presidente da República. Não tem condições, digamos, técnicas, para exercer o cargo. Ele é uma mentira criada pelo partido. Isso explica tantas viagens. Melhor mantê-lo afastado. Governar ficou por conta do que se chamou de “núcleo duro”, constituído por José Dirceu, Antonio Palocci e Luiz Gushiken. Do triunvirato não restou nenhum. Pelo menos oficialmente. Os homens mais próximos e importantes do presidente caíram por causa de pesadas acusações que ainda pairam sobre eles, sem nada ter sido ainda esclarecido na Justiça. Num país sério, o presidente da República, que em última instância é o responsável por seu governo, já teria caído junto ou, pelo menos, dado satisfações mais convincentes à sociedade em vez de ficar dizendo que não sabe de nada como qualquer batedor de carteira flagrado no delito.
O presidente que foi sem nunca ter sido deve muito também a seu construtor de mentiras e mitos, Duda Mendonça. Este utilizou fartamente os ensinamentos de Goebbels: “o que buscamos não é a verdade, é o efeito produzido”. E foi do ministro da Propaganda de Hitler que Mendonça copiou a lei de ouro do marketing ao treinar seu pupilo mais ilustre: “quanto maior a mentira, mais ela passa”. Entretanto, foram as palavras do próprio Hitler que nortearam o sucesso de Luiz Inácio: “se você deseja a simpatia das massas, deve dizer-lhes as coisas mais estúpidas e as mais cruas”. E não é isso que o candidato e presidente não tem cessado de fazer?
Por outro lado, o PT tem forjado mentiras com relação ao adversário Geraldo Alckmin sobre privatizações, sua religiosidade, seu governo em São Paulo. O PT transforma Alckmin em Fernando Henrique e lança a culpa dos fracassos de seu governo no governo passado. É o álibi da “herança maldita”. Luiz Inácio, por sua vez, nada a tem a ver com o PT, com os crimes dos companheiros, com seu próprio governo. Existe o mal absoluto encarnado pelo PSDB, e o bem absoluto representado pelo PT, em que pese o incrível festival de corrupção do partido que durante esse mandato de Luiz Inácio já está em seu terceiro presidente, visto que os anteriores caíram também por conta de pesadas acusações.
Evidentemente, essa aceitação da mentira por nossa sociedade explica o sucesso do governo petista e de seu líder simbólico, ressalvando, como escrevi em um dos meus livros, O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto – a Ética da Malandragem, que existe no Brasil gente humilde que é trabalhadora e honesta. Lideranças que ultrapassam visões paroquiais e se agigantam na tentativa de romper com o ranço da mentalidade antiprogressista. Empreendedores. Elites intelectuais. Temos nossas “aristocracias” no sentido aristotélico de aristoi (os melhores). Mas o problema é que “os melhores” não são capazes de preencher a lacuna entre a classe dirigente e a massa.
Nestas eleições, e diante do entusiasmo que milhões de eleitores demonstram perante a mentira, recordo ao final desse artigo o pensamento de H.L. Mencken: “O homem é o caipira par excellence, um ingênuo incomparável, o bobo da corte cósmica. Ele é crônica e inevitavelmente tapeado, não apenas pelo outros animais e pelas artimanhas da natureza, mas também (e mais particularmente) por si mesmo – por seu incomparável talento para pesquisar e adotar o que é falso, e por negar ou desmentir o que é verdadeiro”. Por isso LILS e seus petistas mentem tanto. E fazem sucesso.
Publicado em 22/10/2006
Leitor atento,
primeiramente não estás a altura de seu apelido. Mentira e falte de oposiçâo à alturqa são obra e graça de Al-Qmin e sua gang. Não espere de Lula e do PT condescendência com a falta de talento e idéias novas do neotucanato. Al-Qmin é o "péssmo dos péssimo", e o debate sobre a privatização deixou isso claro, ao demosntrar a falta de habilidade do seguidor da Opus Dei de - precisamente - lidar com a verdade. É isso que destruiu a candidatura do pindamonhamgabense, e não sua proximidade (pouca) com FHC. Sai de cena, enquanto Lula perdura, porque não significa muito; é factóide da CNI e da FIESP ,. como tal, não sensibilizam um eleitor sedento de compromissos com o combate honesto à enorme desigualdade social que nos assola.
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