sábado, fevereiro 03, 2007

O dicionário dos tucanizados

O terceiro mandato de Lula, a mutação do PFL e a preguiça no caso do Valerioduto do PSDB...

Redação CartaCapital

Modesta contribuição à leitura dos jornais da última semana, início, talvez, de um dicionário dos tucanizados:

Terceiro Mandato – É o atual tema preferido de certos jornalistas e determinados “cientistas políticos”. Segundo a tese, o PAC é o primeiro passo para o verdadeiro, inconfessável, senão único projeto de Lula: obter um terceiro mandato. Não se sabe de onde surgiu a versão. Negativas, por mais veementes, vindas do governo, são solenemente ignoradas. Seria, na acepção dos que a sustentam, estratégia para pegar o País desprevenido e solapar as instituições. Na falta de evidências internas, recorrem à Venezuela de Hugo Chávez. E o que uma coisa tem a ver com a outra? Os dois, Lula e Chávez, têm muitas afinidades etc. e tal. E lá se vão rolos de papel e litros de tinta. Nenhuma linha sobre Fernando Henrique Cardoso, que inventou a reeleição no Brasil, votação até hoje cercada de dúvidas sobre os meios de convencimento dos parlamentares. Ele continua a ser o nosso maior democrata.

Partido Democrata – Por falar em democracia, os caciques da pefelândia estudam mudar o nome da legenda. O mais cotado é Partido Democrata. Apropriado. A agremiação está repleta de fervorosos defensores dos preceitos democráticos. Jorge Bornhausen e Antonio Carlos Magalhães são os luminares.

Caixa 2 de Eduardo Azeredo – A Polícia Federal concluiu que houve uso de caixa 2 e desvio de recursos públicos para a campanha à reeleição do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998. Azeredo foi o primeiro a utilizar os serviços do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. Entender a gênese do Valerioduto poderia ser fundamental para entender os escândalos tão discutidos no último ano e meio. Mas o caso continua a merecer pé de página nos jornais e o mínimo esforço de reportagem. Não se gasta nem um décimo da tinta e do papel usados para analisar e apontar os riscos do “terceiro mandato de Lula”.

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