sexta-feira, agosto 18, 2006

Lula tem apoio inédito de lideranças da Força Sindical no 1º turno

Lideranças de diversas categorias ligadas à Força Sindical estão mobilizadas em defesa da reeleição do presidente Lula, numa atitude que só ocorreu no segundo turno da eleição de 2002.

Hoje, além do Encontro com lideranças da Força Sindical no Hotel Sofitel (rua Sena Madureira, 1.355, Ibirapuera), às 17h, o presidente Lula deverá receber o apoio destes sindicalistas na Plenária Sindical no Clube Atlético Juventus (rua Juventus, 690, Moóca), às 18h.

O evento da noite reunirá apoios formais e informais de todas as centrais sindicais existentes no país. Serão cerca de 3 mil sindicalistas vindos de todos os Estados.

Dentre as lideranças que apóiam o presidente Lula, está Danilo Pereira da Silva, um dos vice-presidentes da Força Sindical e presidente da Federação dos Químicos de São Paulo. Ele levará as reivindicações da categoria à reunião de hoje.

Em entrevista ao Portal do PT, tanto Danilo quanto o presidente da Força, João Carlos Gonçalves (Juruna), do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ressaltaram a liberdade que sempre foi dada às lideranças da entidade para apoiar quem desejarem no primeiro turno, mas que cresceu em direção a Lula nesta eleição.

Os avanços do governo Lula para o movimento sindical e os direitos dos trabalhadores, assim como as melhorias na economia são apontadas como principais argumentos que tem atraído os sindicalistas da central. Juruna defende que o próximo governo deve ampliar ainda mais a distribuição de renda, continuar reduzindo os juros e investir na área de educação, questões com as quais o candidato já demonstrou estar afinado.

Outro diferencial desta eleição é a participação ativa de lideranças da entidade na formulação do programa de governo de um eventual próximo mandato do presidente Lula. A reunião de hoje é uma prova disso.

Juruna afirmou que não iria aos eventos de hoje, por definição da entidade, que não quer que o presidente abra confronto com lideranças que apoiam as candidaturas de Geraldo Alckmin (PSDB) e Cristovam Buarque (PDT). Apesar disso, o líder da entidade explicou os motivos que têm levado ao crescimento da aposta num segundo governo do presidente Lula por parte de lideranças da Central. Leia, a seguir, a integra da entrevista com Juruna ao Portal do PT:

Qual o caráter do apoio que Lula tem recebido de importantes lideranças da Força Sindical?

A Central não formalizou nenhum apoio, mas deu liberdade para aqueles que queiram apoiar algum candidato neste primeiro turno. O que tem se expressado é o apoio de lideranças sindicais que apostam na candidatura do companheiro Lula. Alguns setores têm feito encontros com o Alckmin, mas a gente observa que houve um certo crescimento de dirigentes nossos que apóiam ao governo Lula já no primeiro turno

O que justifica esse aumento de apoio na entidade?

Primeiro, porque houve uma valorização das centrais sindicais nas negociações de interesse dos trabalhadores, como o salário mínimo, o reajuste dos aposentados. A medida provisória da legalização das centrais sindicais também contribuiu muito para isso. Isso do ponto de vista mais geral. Do ponto de vista social, observamos uma melhoria da renda, do salário mínimo. Nos últimos três anos, houve uma melhoria dos acordos salariais que as entidades levaram a cabo com os empresários. Essa melhoria é fruto também da melhoria da situação econômica do país. Por esse motivo, lideranças nossas vão dar esse apoio. Haverá um outro encontro com o Lula, no sentido de que haja um aumento da participação das instituições nas negociações que haverá no governo nos próximos anos.

Este apoio é inédito?

Na eleição passada, esse apoio ocorreu mais no segundo turno. Mas não havia esse debate que está ocorrendo neste primeiro turno. O entendimento com o Lula vai permitir que haja incorporação de propostas nossas no programa de governo.

De que forma a central pode contribuir para a campanha?

Os sindicalistas podem contribuir caso mobilizem suas categorias em torno da campanha. A Força vai fazer um encontro com os quatro candidatos com maior intenção de voto para um debate na sede nacional. Só falta a confirmação do Lula, mas ele disse que virá.

O que o movimento sindical espera do próximo mandato?

O próximo mandato deve, cada vez mais, pensar a questão da distribuição de renda. Repensar a questão econômica do ponto de vista da alta dos juros e investimentos melhores na área da educação.

Porque essas lideranças optaram pelo Lula e não pelo Alckmin?

A Central nunca se definiu por um candidato. Ela é plural e você vai ver que, mesmo em outras eleições, nossos dirigentes sempre se dividiram entre campanhas distintas.

O que distingue a Força Sindical das demais centrais?

A CUT nasceu num momento muito próximo do PT. Por isso, a maioria de seus dirigentes tem uma coloração partidária mais próxima do PT e daqueles partidos mais comprometidos, nos anos 80, com a luta dos trabalhadores. No meio da Força Sindical, você vai ver pessoas com origem no PT, também, mas que optaram pela pluralidade partidária maior dos nos anos 90. A convivência na central já não se dava mais sob um leque, um matiz de esquerda, mas de diversos outros partidos de centro e esquerda. Não é uma coisa que nos enquadre. Esta pluralidade tem ajudado a central a ter canais com todos os segmentos.

Qual tem sido a relação da Central com o Lula, desde que surgiu?

Conheço o Lula desde os anos 80, quando trabalhava na Villares, embora a central só tenha surgido em 91. Minha relação com ele foi boa, assim como o Paulinho e o José Ibrahim, que foram do PT, e o Medeiros, do partidão, e conviviam com o Lula. A instituição foi fundada em 1991, portanto, já pegou o Lula no patamar político-partidário. Agora, na relação com o presidente da República, desde que o Luiz Marinho assumiu o ministério do Trabalho, creio que melhorou bem a relação entre as centrais sindicais. Com o governo, a relação melhorou, de forma geral, desde a criação do Fórum Nacional do Trabalho e com as negociações que já mencionei.

Quantos sindicatos e trabalhadores a central aglutina, hoje?

A nossa central aglutina 1.300 sindicatos e 6 milhões de trabalhadores. Aqueles que forem apoiar o Lula certamente vão se mobilizar na campanha deste primeiro turno.

Um comentário:

Bela disse...

Oi, Ricardo! Gostei da visita no blog. Mas devo me fezer entender: Lula certamente está fazendo muito pela desigualdade social, como poucos, não diria como nenhum, como ele costuma dizer. Consigo ver a importância dele de uma maneira mais distanciada das paixões politicas, até por não ser petista, nem tucana, nem coisa alguma que possa ser definida dessa maneira. A roda da história é uma coisa complicada de se enxergar e é ai que reside a falta na campanha do nosso presidente, na falta de alguém que consiga passar para brasileiros como eu e vc, uma visão macro dos feitos deste governo. E o meu questionamento é esse. O que está sendo mostrado e dito é muito fraco. O PSDB tem dificuldade em ser oposição, assim como o Pt teve dificuldade (e ainda tem) em ser situação. A Campanha está fraca de todos os lados. É uma crítica generalizada mesmo.
Enfim, o sentimento que me domina, infelizmente é de desânimo. Nunca vi um pleito tão desapaixonate como este.
beijo
Bela
ps: volte sempre, embora eu não fale exclusivamente de política.