Um estudo da Fundação Getúlio Vargas revela uma forte queda na desigualdade social do Brasil, entre 2002 e 2006, assim como um "crescimento chinês" da renda do trabalhador em 2004.
O coordenador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri, avalia que a queda da desigualdade social do país nos últimos anos é conseqüência direta do aumento das transferências de renda do Estado para a sociedade, por meio do programa Bolsa Família, do governo federal. "Um programa altamente focado, onde o dinheiro chega realmente aos mais pobres", qualifica Neri.
O estudo elaborado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação a partir da análise de microdados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, "Redistribuição à Brasileira: Ingredientes Trabalhistas", divulgado ontem (22) pela FGV, mostra que entre 2002 e 2006, a parcela da renda dos 50% mais pobres subiu de 9,95% para 12,2%. Paralelamente, a parcela referente aos 10% mais ricos caiu de 50,2% para 46,89%.
O maior avanço na redução da desigualdade nos últimos anos ocorreu entre os meses de março e junho de 2004, ano que, para Neri, foi uma espécie de "ano chinês" para os pobres brasileiros (a China manteve um ritmo de crescimento médio de 9,5% ao ano, de 1980 a 2004). "O Brasil é o país campeão da desigualdade e neste período sofreu uma forte redução dos índices de desigualdades. Foi um ano em que o bolo não só cresceu, mas cresceu com mais fermento para as classes mais pobres – o que, em se tratando de Brasil, é sem dúvida um ponto fora da curva".
quarta-feira, agosto 23, 2006
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