O Presidente Lula demonstrou que tinha muito mais a dizer que George Bush na coletiva de hoje à tarde.
Foi o presidente Lula quem deu a direção aos dois pontos cruciais da relação Brasil-EUA, no momento: o acordo de biocombustíveis e a reabertura da Rodada de Doha.
Bush não saiu do lugar em que já estava.
Lula deu o caminho por onde os dois devem caminhar – tanto os projetos de biocombustíveis quanto a Rodada de Doha têm como objetivo a inclusão dos pobres.
Devem ser instrumentos de corrigir desequilíbrios sociais.
Lula usou a bandeira de seu governo doméstico para traçar a trilha que pode ajudar as operações de Brasil e Estados Unidos em projetos conjuntos de biocombustíveis no Caribe e na América Central, e na África.
E, na Rodada de Doha, dentro do Grupo dos 20 de que o Brasil é um dos líderes, a forma de mobilizar ricos e pobres em torno de concessões mútuas é a mesma: promover a justiça social, dar educação, moradia e saúde.
Esta é uma forma de comprometer os Estados Unidos e os paises ricos numa causa que transcende a simples retórica do “comércio livre”.
Sobre as “vivandeiras” do “anti-americanismo” da política externa brasileira, as palavras de Bush falam por si próprias: Lula é um líder, todo mundo presta atenção ao que ele diz, ele defende causas nobres, Brasil e Estados Unidos pode liderar no bio-combustível e em Doha ...
E Lula disse o que sempre diz: o negocio dele é com os pobres.
E quem diz que isso é ser contra os Estados Unidos?
Quem não gosta de ouvir isso é “a elite branca”...
Bush também disse a Lula: "Você ganhou a eleição de forma esmagadora (landslide)". A imprensa conservadora parece que não percebeu isso ainda. José Serra, que estava na primeira fila, na coletiva, sabe o sabor disso: ele e Alckmin perderam de Lula da mesma forma "esmagadora": 61% a 39%.
Em tempo 1: Convém prestar atenção à coincidência de o assessor de imprensa do Presidente Lula, André Singer, oferecer o privilégio de fazer a primeira pergunta ao Presidente Bush ao repórter Celso Teixeira, da TV Record.
Em tempo 2: Ao contrário da TV Record, a Globo não considerou importante dar o plantão no pronunciamento do Presidente Lula e do Presidente Bush, antes da coletiva.
Até a CNN entrou.
Em tempo 3: A Globo só não entrou porque não quis: a Globo foi a emissora geradora de sinal do evento para todas as emissoras americanas.
Ah, se o presidente fosse o FHC a Globo teria dado o plantão.
Por PHA, do Conversa Afiada
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