sexta-feira, julho 07, 2006

O jabuti em cima da árvore

A manchete da Folha de hoje é um prato-feito para os que acreditam no complô da mídia contra o presidente.  

Não há nenhum fato fora do lugar no título "Patrimônio de Lula dobra na Presidência" ou no sub "Bens pessoais declarados à Justiça Eleitoral somam R$ 839 mil; 56,6% estão em aplicações financeiras".  

Fora de lugar está a notícia.  

Primeiro, porque o espaço mais nobre que existe em um jornal para divulgar informações – o alto da primeira página – merece obviamente informações de importância compatível com o destaque que se lhes quer dar.  

O que não é o caso da evolução patrimonial de Lula. Tendo casa, comida e roupa lavada de graça, pode colocar no cofrinho tudo que recebe no fim do mês. E com os juros do Banco Central, o presidente-rentista não tem do que se queixar.  

Segundo, e mais grave, porque – tenha sido esse ou não o efeito desejado por quem decidiu pôr o jabuti em cima da árvore –, no Brasil banhado em corrupção política, a reação instantânea do leitor ao deparar com a manchete sensacionalista tem tudo para ser: "Ahá! Aí tem!  

Todos os jornais deram o patrimônio declarado à Justiça Eleitoral pelo presidente e seus adversários. Mas nem o Estado, nem o Globo acharam que a informação tinha sustança para entrar na primeira página – mesmo como simples chamada.  

O Estado foi de inflação e o Globo de previsão de gastos eleitorais de Lula e Alckmin. Ganharam o dia meramente por terem poupado os seus leitores de um títulão que parece lançar a suspeita de que alguma maracutaia o presidente deve ter feito para multiplicar por dois os seus bens desde que foi trabalhar no Planalto.  

Se o patrimônio de Lula dobrou, como ficará, depois dessa manchete, a variação do patrimônio de credibilidade da Folha?

(Luiz Weis, no blog Verbo Solto)

3 comentários:

Anônimo disse...

HINO NACIONAL DA ERA LULA

"Ouviu-se um grito forte no Planalto:
"Tá tudo dominado; isso é um assalto!"
Petralhas invadiram até o "Torto":
"Daqui a gente sai só se for morto!


Que quadrilha organizada,
roubam tudo e ainda vivem a dar risada.
Levam grana até na cueca
Transformando esse país numa meleca.


Oh gang podre
tão ganhando do
Al Capone


Republica banana é o que viramos
Num mar de lama podre afundamos
Delubios e Valerios bandoleiros
Roubaram até o caráter brasileiro


E tendo o Zé guerrilha no comando
Silvinhos e Poletos arrasando
Tem gente dessa gang até matando


Que gente suja
Entre bandidos
Eles são a fina nata
Nao tem limites
Essa gentalha
É vil
Vão acabar com o Brasil !


Um presidente acéfalo é o que temos
No mar da ignorancia vai vivendo
É o chefe da quadrilha de petralhas
Que estão roubando tudo até migalhas


Sem limites, sem caráter
Destruindo com ardor a terra mater
Vão sonhando, que utopia !
Dominar o continente, mas que fria !


Oh gang podre
tão ganhando do
Al Capone


Compraram a consciência de togados
E o povo tão ingenuo foi roubado
Fizeram uma nação da impunidade
E dando esmola ao pobre, que maldade


Mas vejam que grande oportunidade
De dar um pé no saco dessa gente
Mandá-los pro inferno que é bem quente

Anônimo disse...

A obra prima de versão do Hino me lembrou da propaganda da Ford, em que um amigo mostra para o outro o carro que comprou e, a cada qualidade ou vantajem apontada, o cotovelo do amigo dói, mas dói com força. O capadócio que postou a diatribe não deve conhecer o país em que vivemos, senão não falaria tanta asneira. Chora gabiru, pois com Lula sua teta secou!

Clarice disse...

é isso, aí, anônimo, faço minhas as suas palavras!

chamou-me especial atenção o verso: "e o povo tão ingênuo foi roubado". se cada vez que eu fosse roubada meu salário ganhasse maior poder de compra e eu pudesse pôr mais crianças pra estudar e comer no mínimo 3 vezes ao dia, eu ia andar todo dia com uma camiseta pedindo "assalte-me!"