O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sanciona hoje (24) a lei que institui a Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) classifica a regulamentação como uma "vitória na luta pelos direitos dos trabalhadores do campo".
Para os agricultores familiares, a partir da lei, os pequenos produtores terão "a garantia de políticas de crédito, infra-estrutura e serviços, assistência técnica e extensão rural, pesquisa e comercialização".
"Essa será uma oportunidade para o segmento, que cresce a cada dia, ser beneficiado com programas como o Programa Nacional da Agricultura Familiar", afirma, em nota, o diretor de Política Agrícola da Contag, Antônio Rovaris.
Segundo ele, o projeto define os princípios fundamentais da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais: descentralização, sustentabilidade ambiental, social e econômica.
Para ser considerado agricultor familiar, pela nova lei, o produtor deve ter uma propriedade com até quatro módulos fiscais, utilizar mão-de-obra da família e contar como principal fonte de renda as atividades na terra.
update:
A lei assinada por Lula reconhece agricultura familiar como setor produtivo, de
grande importância para o país, o que dá mais estabilidade para as políticas de gestão, crédito e apoio à produção.
"Ela produz 84% da mandioca, 67% do feijão, 58% dos suínos, 54% da bovinocultura do leite, 49% do milho, 40% das aves e ovos e 32% da soja", enumerou Lula em discurso no Palácio do Planalto. Ele ainda ressaltou a intenção de tornar a agricultura familiar cada vez mais moderna.
"Isso para que cada vez mais pessoas precisem fazer menos esforço físico, ganhar um pouco mais de dinheiro, porque é isso que vai fazer que a tecnologia chegue a vocês", disse, dirigindo-se aos representantes da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura), da Via Campesina e da Federação dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul.
A lei, que era uma reivindicação do setor desde 1993, prevê articulação de políticas da agricultura familiar com as agrícolas e de reforma agrária, que beneficiarão cerca de 4,2 milhões de famílias de agricultores. A agricultura familiar brasileira é hoje responsável por mais de 40% do PIB da agropecuária.
A política nacional deverá observar os princípios da descentralização, da sustentabilidade ambiental, social e econômica, da eqüidade na aplicação das políticas, respeitando os aspectos de gênero, geração e etnia, e da participação dos agricultores familiares na formulação e implementação da nova política. Toda legislação também vai ajudar a integrar as políticas da agricultura familiar, em todas as suas fases de implementação, gestão e execução, com aquelas direcionadas à reforma agrária.
segunda-feira, julho 24, 2006
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