quarta-feira, julho 12, 2006

A favor de Lula

Num momento eleitoral onde se disputam projetos politicos para o nosso país é fundamental um claro posicionamento de cada um como cidadão co-responsável pela construção de um país que continue a agenda iniciada por Lula de enfretamento do ancestral conflito distributivo que nos tornou uma da nações mais desiguais do Planeta.

Na condição de militante política, deputada estadual que fui por dois mandatos, representei, junto com Sérgio Arouca, então deputado federal, como dirigentes do PCB/PPS no ambito estadual e nacional, compromissos fundamentais com transformações sociais para a construção de uma sociedade de direitos, capaz de enfrentar as iniquidades insustentáveis de nosso país.

Por tudo isso me sinto no dever de manifestar claramente meu apoio a candidatura de Lula para presidente.

Num país com uma elite que sempre teve horror ao popular, amante de uma democracia sem povo, capaz de lançar mão de todos os recursos, inclusive da força bruta da ditadura militar na defesa seus privilegios, a eleição de LULA representou uma ruptura com esse padrão e um passo incontestável na construção de uma democracia onde o povo não seja uma incoveniência. Isso significou a recusa deste modelo exportado pela elite paulista, representada fielmente pelo sistema de alianças de centro direita (PFL/PSDB) que desgovernou por oito anos o nosso país. O governo Lula deu início a um trabalho de superação das brutais desigualdades de nosso país.

Os fatos são eloquentes: a democratização do crédito, a mudança radical no finaciamento da agricultura familiar, a criação do Pro-Uni e do FUNDEB, a construção de uma política energética pós crise do apagão de FHC, a definição dos marcos institucionais históricos na política ambiental, o Bolsa Família – programa referência de distribuição de renda no mundo – a inédita política cultural de conteúdo republicano, o histórico aumento do salario mínimo, a retomada na saúde do espírito da reforma sanitária brasileira (marca indiscutível de Arouca) com a convocação em caráter extraordinário, já no primeiro ano do governo, da 12° Conferencia Nacional de Saúde Sérgio Arouca, marcando um dos pilares desse governo – o amplo diálogo com a sociedade através de inúmeras conferencias temáticas para a construção das várias políticas públicas – a autosuficiência do petróleo, em contraposição ao processo de privatizaçao da Petrobrás no governo do PFL/PSDB, a retomada dos concursos públicos em áreas estratégicas como INCRA, IBAMA, CULTURA enfim nas várias áreas sucateadas e agora objeto de reestruturação, numa nítida redefinição pública do papel do Estado.

Em síntese considero o silêncio uma omissão inadmissível, especialmente quando se trata de uma escolha entre um sistema de alianças de centro esquerda protagonizado por LULA, e um sistema de alianças de centro direita, com seu ranço antipopular e sua arrogância contra os pobres, promovido por conhecidas crias da ditadura militar .

Deixo portanto claro meu entusiamo e militante compromisso com a campanha LULA para presidente.

(Lucia Souto, médica sanitarista, foi deputada estadual pelo PCB, depois pelo PPS. Junto com seu companheiro, o falecido também médico sanitarista Sergio Arouca, sempre lutou o bom combate em favor de uma saúde pública voltada para os interesses da classe trabalhadora.)

Um comentário:

Ricardo disse...

Porreta! Ela devia era fazer um movimento dentro do PPS para mudar a direção. A opção dele por Alkimin deve envergonhar a militância progressista do PPS.