(A versão abaixo foi preparada como base para o discurso, portanto, não inclui os improvisos acrescentados.)
"Minhas amigas, meus amigos:
Estamos aqui para mais uma jornada de luta. E não por acaso a partir de São Bernardo, onde iniciei minha vida política. Onde a caminhada para a transformação social do Brasil conheceu momentos históricos. Onde os trabalhadores chamaram, também para si, a responsabilidade de construir uma vida melhor para todos os brasileiros.
Devo dizer a vocês, e a todo o Brasil, que queremos ampliar as mudanças. E temos um cenário bastante favorável para isso. O país cresce, com a inflação domada. Os pobres estão menos pobres. Os empregos aumentam. Os jovens voltam a ter uma perspectiva de futuro.
Mas isso é apenas o começo. Quero levar adiante a obra apenas começada. Corrigir o que houve de errado. Ampliar o que está dando certo. E avançar no caminho da realização plena da nação brasileira.
Meus amigos, minhas amigas:
Em nosso governo, mais de 3 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza. E a melhoria na renda dos pobres fez com que outras 7 milhões passassem a fazer parte da classe média. É um movimento que vem da base da pirâmide social, alterando o seu desenho. Milhões de brasileiros deixam para trás a miséria, milhões de brasileiros chegam à classe média.
Isso aconteceu graças ao salto qualitativo do mercado de trabalho, ao crescimento do emprego com carteira assinada, à expansão do crédito, ao apoio a pequenas e médias empresas, aos investimentos sociais do governo e aos investimentos em infra-estrutura.
Mas por que não se fez isso antes, nos últimos dez anos ou mais? Porque melhorar a vida do povo brasileiro não estava entre as prioridades de quem governava. Foi a nossa vontade social que levou à mudança. E para fazer essa mudança tivemos, primeiro, que vencer uma grave crise.
Ensina a sabedoria popular que, para colher os frutos, é preciso, primeiro, plantar a árvore. E nós plantamos. Recuperamos a estabilidade econômica. Controlamos a inflação. Zeramos o débito com o FMI. Redesenhamos o perfil da dívida. E a divida externa que era um leão que ameaçava nos devorar, esta perto de virar um gatinho domesticado.
Saímos da crise dando passos firmes no rumo do desenvolvimento. Colocando o social no centro das atenções. Valorizando o trabalhador. Investindo em programas de transferência de renda. Combatendo a fome. Diminuindo impostos. Democratizando o acesso ao crédito. Criando novos empregos. Aumentando o poder de compra do povo.
Demonstramos que estabilidade e crescimento não são incompatíveis. Que é possível crescer e distribuir renda ao mesmo tempo. E rompemos outros falsos dilemas, como aquele que dizia que era impossível compatibilizar o crescimento das exportações com o crescimento do mercado interno.
Mas deixamos claro, também, que crescer por crescer não estava em nossos planos. A nossa meta era – e é – crescer para melhorar a situação dos trabalhadores. Redistribuir renda. Incorporar, à vida brasileira, os que se encontram à margem, entregues à própria sorte. Para nós, política econômica e política social são faces da mesma moeda. O crescimento só interessa quando o superávit econômico se transforma em superávit social. Por esse caminho, retiramos milhões de pessoas da linha de pobreza, interrompemos a queda nos rendimentos dos trabalhadores e aumentamos o salário mínimo real.
Do ano passado para cá, as negociações salariais feitas no país resultaram em reajustes iguais ou superiores à inflação. E, nesses últimos doze meses, a expansão do emprego com carteira assinada foi de 5,2%. O que significa que um outro patamar de qualidade está se impondo, também, na contratação dos trabalhadores. Desenhou-se assim a evolução positiva da massa salarial, que agora não cresce apenas pelo aumento da ocupação, mas, sobretudo, da renda dos trabalhadores. E é a combinação de emprego e renda que instaura o círculo virtuoso no mercado de trabalho. Em suma, são bem diferentes o Brasil que encontramos, ao assumir o governo, e o Brasil que hoje podemos apreciar.
Da mesma forma, a situação do trabalhador não é mais a mesma. Podemos mostrar esta mudança com dados e fatos. Mas a verdade é que todo trabalhador sabe disso. Vê que o preço dos alimentos caiu e o seu poder de compra aumentou. Sente os reflexos da redução de impostos e da ampliação do crediário. E, como tudo isso incrementa o consumo e a produção, todos acabam entendendo que distribuição de renda gera riqueza.
Mas nada disso permitirá o nosso grande salto no futuro, sem educação. Sem ela não há crescimento duradouro, não há progresso científico, nem desenvolvimento tecnológico.
Sem ela, não há cidadania. O salto de qualidade que demos, nos últimos três anos e meio na educação, nos credencia a dizer que vamos fazer a grande revolução educacional que o Brasil exige. Pois sabemos que assim como é preciso crescer para incluir, é necessário educar para manter o crescimento e a inclusão. Podem ficar certos de uma coisa: se eu for reeleito presidente, eleita será a educação como a prioridade máxima brasileira. E mantida será a atual prioridade de crescimento com distribuição de renda.
Ao lado disso, temos de repensar, com urgência e em profundidade, a questão da segurança. E repito que o governo está acompanhando, com atenção e apreensão máximas, o que está acontecendo aqui em São Paulo. Determinei ao meu ministro da justiça que São Paulo seja o tema prioritário da sua pauta até que a crise se debele. Reafirmo que o governo federal fará tudo que estiver ao seu alcance para frear esta onda de violência, montada pela indústria do crime. O problema é complexo. Mas tem de ser enfrentado com rapidez e eficiência, mobilizando todas as esferas de poder e toda a sociedade. Uma situação em que há pessoas morrendo não deve ser usada como objeto de disputa eleitoral ou guerra política. E São Paulo não pode permanecer refém de organizações criminosas. Mas não venceremos o crime organizado se o combatermos desorganizadamente.
Minhas amigas, meus amigos:
Num segundo mandato, meu governo vai continuar defendendo, fortemente, os pobres e a classe média. Pois os mais ricos sabem se defender sozinhos. E sempre tiveram, na história, quem os protegesse. Ingressamos já em um novo ciclo de crescimento econômico. E a sociedade também já esboça um novo desenho, com processos de inclusão e ascensão sociais. Queremos fortalecer ainda mais a estabilidade. E aumentar os índices de crescimento e inclusão.
Ao mesmo tempo, queremos promover uma ampla reforma política. Porque a crise ética que se abateu sobre o país é uma crise do sistema político brasileiro, em sua inteireza, e não apenas de determinados partidos ou indivíduos. E somente uma reforma política impedirá que práticas lamentáveis se repitam. Em suma: vamos continuar diminuindo o risco Brasil, o risco econômico, e, mais que nunca, o risco social e o risco da velha política.
A nossa missão, agora, é avançar. Avançar, com vigor e sensibilidade, na construção brasileira de uma sociedade realmente justa e generosa.
Muito obrigado."
sexta-feira, julho 14, 2006
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Um comentário:
Aqui temos o Lula estadista. Cá pra nós, os pefelês têm razão de estar com muita raiva. Um operário dando aula de como governar, como consertar os erros históricos que eles cometeram desde que o seu partido se chamava Arena... Pedala, oposição, pedala!
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