quarta-feira, junho 14, 2006

Originais da Lista de Furnas já estão com a PF

O lobista Nilton Monteiro, responsável pela divulgação da chamada lista de Furnas, informou nesta quarta-feira (14) que entregou os originais do documento à Polícia Federal. A revelação foi feita após audiência judicial com os 11 deputados estaduais de Minas Gerais que processam Monteiro, sob alegação de que este teria forjado a lista.

Na época da primeira denúncia, no final do ano passado, a PF teve acesso apenas a uma cópia da lista. Nela aparecem os nomes de 156 políticos que teriam se beneficiado de um esquema de desvio de recursos de Furnas, da ordem de R$ 40 milhões, para financiamento de campanhas eleitorais. Todos eram ligados à base governista do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Entre os supostos beneficiados, 82 são do PSDB e do PFL.

Os originais, segundo Monteiro, foram entregues no último dia 5 de maio. Ele mostrou o "auto de apresentação e apreensão" lavrado pela Polícia Federal no ato da entrega. O delegado da PF em Belo Horizonte, Praxíteles Fragoso Praxedes, recebeu os papéis e os encaminhou para perícia.

A lista apresentada é a mesma que o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) disse ter visto em seu original, e pela qual também está sendo atacado pelos tucano-pefelistas. O deputado é testemunha em favor de Monteiro e do petista Luiz Fernando Carceroni no processo movido pelos 11 parlamentares mineiros.

De acordo com Rogério Correa, na audiência desta quarta-feira os deputados que processam Nilton e Carceroni propuseram um acordo para dar fim à pendência judicial, que não foi aceito.  

Segundo Monteiro, não há possibilidade de acordo, justamente porque os originais dos documentos já estão em poder da Polícia Federal, aguardando conclusão de laudo.  

Correa lembra que Monteiro chegou a ser acusado de chantagista pela CPI dos Correios e pela "tropa de choque" tucano-pefelista no Congresso.  

"A tal CPI dos Correios perdeu duas grandes oportunidades políticas: uma foi ter deixado de apresentar uma proposta real e profunda de reforma política, com ênfase para a transparência das campanhas; outra foi ter desdenhado do que se chamou, à época, de dimasduto, e ter tentado desqualificar as denúncias sobre a lista de Furnas, de 2002", comentou.

Segundo o deputado petista, até para dirimir dúvidas a CPI poderia ter convocado Nilton Monteiro para depor, mas não o fez. "E isso é bem estranho", conclui Rogério Correia.

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