segunda-feira, junho 26, 2006

Apostas eleitorais

Governo e oposição fazem duas apostas totalmente antagônicas para tentarem vencer a eleição presidencial de outubro.

A oposição tucano-pefelista aposta na burrice do brasileiro, na incapacidade popular de saber conferir as credenciais para falar de "ética" e de "competência" dos que se apresentam como opção eleitoral apesar de terem governado o país por oito anos e gerado uma insatisfação dos brasileiros de tal monta que há cerca de quatro anos os fez "arriscar" votar naquele que seus adversários diziam que transformaria o país numa "nova Cuba", que era Lula, eterno candidato do PT à Presidência, sempre "marcado para perder".

O governo Lula aposta no maior tirocínio do brasileiro, na evolução de sua mentalidade política, em sua capacidade de comparar aquilo que sempre temia - e no que, "no desespero", apostou - com o que lhe foi oferecido no passado por aqueles que hoje querem voltar ao poder. E aposta na capacidade do povo de lembrar que o sistema político brasileiro gera inevitavelmente desvios por alguns dentre os escolhidos pelo governante de turno para ajudarem-no a governar, o que obriga Lula e obrigou seus antecessores a condescenderem com acordos políticos que, por sua vez, acabaram gerando corrupção.

A teoria de que o presidente Lula se mantém tão popular exclusivamente às custas dos mais pobres e ignorantes é o grande erro (de discurso ou de convicção) de seus adversários. É erro de discurso porque muita gente que não é pobre nem ignorante vota em Lula - e muitos sabem disso - e, pela mesma razão, é erro de convicção.

(por Eduardo Guimarães, do blog Cidadania.com)

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