quinta-feira, maio 18, 2006

Mala sem alça: Arthur Virgílio e o caixa 2

Se Arthur Virgílio considera hoje o caixa 2 - o cerne da crise que assolou o PT - um "escandaloso esquema de corrupção", sua própria conduta não é das mais elogiosas. Hoje a grande imprensa não lembra, mas no dia 19 de novembro de 2000, o Jornal do Brasil estampou uma confissão de Virgílio:
"Em 1986, fui obrigado a fazer caixa 2 na campanha para o governo do Amazonas. As empresas que fizeram doação não declararam as doações com medo de perseguição política".
A confissão de Arthur Virgílio foi para o repórter Valdeci Rodrigues. A matéria, cujo título era "Ilegalidade freqüente", tratava da denúncia de caixa 2 na campanha de reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Acusações à época diziam que FHC recebeu mais de R$ 10 milhões em doações que não foram registradas no Tribunal Superior Eleitoral. Para defender o presidente, Virgílio declarou: "Vamos acabar com mocinhos pré-fabricados e bandidos preconcebidos. Neste país o caixa 1 é improvável. A maioria das campanhas tem caixa 2".
Após a confissão, o repórter sublinhou que o então deputado "ficou tranqüilo porque esse crime eleitoral que cometeu já está prescrito".

Extraído da Revista Fórum nº 37, de abril de 2006

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