terça-feira, janeiro 16, 2007

ABRIU-SE UMA CRATERA NA "TEOLOGIA DA PRIVATIZAÇÃO"

Paulo Henrique Amorim


. Fernando Henrique Cardoso, o Farol de Alexandria, aquele que lançava luzes sobre a Antiguidade, foi o patrono da privatização.

. FHC entrará para a História ao lado de Salinas de Gortari (México), Carlos Menem (Argentina) e Alberto Fujimori (Peru), notáveis estadistas que, impulsionados pelos “Chicago Boys” de Pinochet e os bancos da globalização, privatizaram o que puderam.

. Salinas, Menem e Fujimori enfrentaram alguns problemas na Justiça, por causa da privatização, mas, aqui, não se chegou a tal ponto. (Daniel Dantas faz parte da lista dos brasileiros notáveis, segundo a revista IstoÉ).

. No plano estadual, a privatização atingiu o ápice na gestão de Geraldo Alckmin.

. Mário Covas o incumbiu, como vice-governador, de fazer as privatizações. Como Governador, Alckmin alterou as regras do jogo e fez um contrato para a Linha 4 do metrô que deu no que deu.

. Um contrato do tipo “turn key”. Dadas as especificações, fixados os prazos e os preços, o problema é de quem constrói.

. O Governador José Serra começa a tirar o corpo fora e dizer que a culpa é das construtoras (clique aqui). O vice-governador Alberto Goldman também (clique aqui).

. O sistema “turn key” é o Prêmio Nobel da privatização. Muito melhor do que o do Patriarca de García Márquez, que queria privatizar a água do oceano para pagar as dívidas.

. A cratera da Linha 4 abre uma cratera na “teologia da privatização” dos tucanos.

. José Serra vai engolir esse sapo e jogar a bola no campo das empreiteiras?

. José Serra vai dizer que a culpa é de Geraldo Alckmin?

. Afinal, na campanha presidencial, Alckmin tirou o corpo fora e não defendeu as privatizações.

. E FHC – vai continuar a defender seu legado “privatizante” para os moradores da rua Capri?

. Ou José Serra vai denunciar o contrato da Linha 4 – como anunciou que ia fazer com os contratos assinados por Covas/Alckmin?

. Serra tem como substituir ou refazer os contratos de financiamento para a Linha 4, que Alckmin assinou com bancos internacionais?

. Se fizer, vai depender das PPPs do Governo Federal.

. Isso interessa aos tucanos de São Paulo?

. Serra tem como voltar ao tipo de contrato anterior – em que os engenheiro.s do Metrô controlavam a obra?

. Caiu uma bomba do Riocentro* no colo dos tucanos de São Paulo: qual é a privatização da teologia dos tucanos?

Um comentário:

Clarice disse...

Tragédia anunciada

Outra obra do Metrô em andamento, a ampliação da linha 2 (que liga a Vila Madalena, Zona Oeste, ao Alto do Ipiranga, na Zona Sul), está sendo feita no sistema "antigo" de parceria, em que os técnicos orientam os funcionários da empreiteira. Nessa obra, nenhum acidente foi registrado, ao passo que na linha 4, sem contar o desabamento da última sexta-feira, já ocorreram dezenas de acidentes, com 11 operários feridos e um morto.

"Em março de 2005, quando ocorreram os primeiros acidentes, pedimos uma audiência pública na Assembléia Legislativa de São Paulo para que o governo estadual e a direção da Companhia do Metropolitano (Metrô) explicassem o porquê de tantos acidentes, mas ambos acharam que a questão não era relevante", denuncia Manuel Xavier, diretor de comunicação do Sindicato dos Metroviários.

Após os primeiros acidentes, o sindicato pediu ao Ministério Público que investigasse as causas. As investigações foram iniciadas, mas, segundo Xavier, "não foram ágeis o suficiente para evitar a tragédia da última sexta-feira". Com o início das obras, algumas casas nas imedições do bairro de Pinheiros (Zona Oeste), sofreram afundamentos, rachaduras e até desabamentos parciais.

Cientes disso, no dia 28 de abril de 2006, os deputados estaduais Simão Pedro (PT) e Nivaldo Santana (PcdoB) enviaram à Procuradoria Geral da Justiça de São Paulo uma representação para a imediata apuração dos "danos à ordem urbanística", que colocavam em "risco a segurança, integridade física, saúde e vida" dos moradores da região. (www.brasildefato.com.br)