sábado, janeiro 27, 2007

Banco Mundial desdiz Alckmin sobre obra do metrô

[Publico este texto de Josias de Souza, apesar de achar o blog dele supercareta, preconceituoso, anti-petista, como de resto são obrigados a ser os maiores salários daquela redação cada vez mais enquadrada da Folha de S.Paulo. Que, por sua vez, está num dilema danado pra denunciar as maracutaias tucanas em Sampaulo, pois sabe que se bater demais, seu candidato em 2010, o Serra, ficará em desvantagem em relação ao mineirinho come-quieto do Aécio. Entrementes, a cagada do metrô é por demais escandalosa pra não ter alguma cobertura.]

Por Josias de Souza - http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

Um incômodo mistério ronda a cratera do metrô paulistano. Por que o governo de São Paulo não fiscalizava as obras? Titular do Palácio dos Bandeirantes na época da contratação do consórcio de empreiteiras, Geraldo Alckmin (PSDB) acomodou a encrenca no colo do Banco Mundial. Foi, porém, desmentido por um diretor do banco.

Eis a versão de Alckmin: co-financiador da obra, o Banco Mundial teria determinado que o contrato da linha 4 do metrô seguisse o modelo “porteira fechada” ou "chave na mão". Funciona assim: acertados o preço e o dia da entrega, o contratante confere autonomia plena aos contratados. Nada de problemas ou despesas extras. Só quer saber da obra pronta. Delega-se aos construtores até a tarefa de fiscalizar a si mesmos.

Como casamento de princesa com dragão é coisa pouco encontradiça, fez-se necessário ouvir a versão do Banco Mundial. Chama-se Jorge Rebelo o diretor da instituição que cuida dos negócios relativos ao metrô. Ele desdisse Alckmin. Afirmou que o Banco mundial nem exigiu nem recomendou coisa nenhuma.

Rebelo não chega a livrar a cara do Banco Mundial. Mas também não hesita em arrastar Alckmin e seu ex-governo para o fundo da cratera: "O tipo de contrato usado em cada processo de licitação é definido em comum acordo entre o banco e o prestatário [aquele que toma o empréstimo, no caso, o governo de São Paulo] durante a preparação e negociação do empréstimo", disse ele.

Segundo Rebelo, o projeto da linha 4 do metrô “vinha sendo estudado há mais de dez anos”. E o modelo de contrato “foi julgado o mais apropriado por todos os envolvidos."

A obra feita sob a modalidade " chave na mão" é, de fato, o sonho de todo governador. O sujeito contrata a inaguração, vai à sombra, e só volta na hora de cortar a fita. O diabo é há mais armadilhas entre o céu e a Terra do que supõe a esperteza. E a mágica, quando resolve cobrar o seu preço, não deixa barato.

O tucanato, agora representado por José Serra, teve de voltar ao buraco antes do dia em que seria descerrada a placa. Encontrou, além do vexame, sete cadáveres. E começou o jogo de esconde-esconde.

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