As duas revistas participaram ativamente da criação do mito do mensalão. Que não era mensal. Que beneficiou 19 deputados de um total de 513. Sendo que 11 eram do PT (então por que seria preciso pagar pela sua lealdade ao governo?). Pelo menos um, o ex-deputado Roberto Brant, do PFL, era claramente beneficiário de outro esquema, mas ficou na conta. O mensalão - "o maior esquema de corrupção da história deste país", como gosta de lembrar gente ilibada como o senador Heráclito Fortes, foi portanto um traque diante das traquinagens da era das privatarias tucanas(mas isso é outra história).
Agora querem criar outro mito - o de que a Infraero é "antro de corrupção". Assim descrito, sem meias palavras. Sem defesa. Baseadas, as revistas, em recortes maldosos de relatórios preliminares do TCU, alguns dos quais já foram examinados em plenário, já foram inclusive arquivados, considerados improcedentes pelo Tribunal - mas as revistas não nos informam. Claro, porque senão elas se desmoralizam.
Não existe mais, nesta curiosa escola de jornalismo praticada pelos semanários, este negócio de ouvir o outro lado. Isso deve ser considerado uma coisa antiga pelas revistas, ou um detalhe. O que vale é comprovar a qualquer custo a correção de suas hipóteses, de seus desejos e preconceitos.
Elas não nos informaram que o TCU se equivocou - e reconheceu o erro - quando achou caras demais as despesas nas reformas dos inúmeros aeroportos do país, tomando como referência os parâmetros de construção da Caixa Econômica Federal e do DNIT. Que fazer pistas de pouso e terminais de embarque e desembarque exige a utilização de outras referências técnicas de engenharia - muitas delas acordadas em tratados internacionais - que não poderiam ser as mesmas das estradas ou das habitações brasileiras.
Veja e Istoé pinçam aqui e ali parágrafos de processos não concluídos pelo TCU. Em alguns casos omitem que os processos citados já foram concluídos, com a Infraero sendo inocentada pelo tribunal, após os devidos esclarecimentos. As revistas omitem, por exemplo, que as obras de Congonhas e Viracopos, que haviam sido interrompidas pelo Tribunal por suspeitas de superfaturamento, já foram retomadas, com a devida autorização do Tribunal, em razão dos esclarecimentos que foram feitos pela Infraero, que demonstrou não haver qualquer irregularidade ali. Mas as revistas não se interessaram em destacar isso.
Veja e Istoé fazem coro com os que querem a privatização dos aeroportos, com os Arthur Virgílios da vida, com a mal-intencionada oposição. Querem ver o circo pegar fogo.
Devem temer o sucesso do governo, entre outros motivos, porque isso legitimará ainda mais a luta da sociedade civil pela democratização da comunicação social, que virá se Deus quiser, com uma nova lei geral para o setor, que permita singelamente punir a mentira deslavada e a difamação deliberada.
Pra quem quiser, a defesa da Infraero está publicada no sítio da empresa, neste endereço. Recomenda-se a quem tem apreço pela verdade.
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