terça-feira, outubro 02, 2007

BNDES financia cooperativas de catadores de recicláveis

(Com informações da Agência Brasil)

Ontem, 1º de outubro, foram assinadas as primeiras 24 operações de apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES aos catadores de materiais recicláveis, em solenidade que contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Pela primeira vez em sua história, o banco vai liberar recursos a fundo perdido – não reembolsáveis – para as cooperativas. Como o cŕedito sai do fundo que o banco forma com parte de seu lucro, não há a necessidade de devolução.

O fato foi destacado pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, ao lembrar que os catadores se inserem "no contexto mais amplo de uma parcela significativa, sofrida, mas anunciadora do povo brasileiro, que são as nossas populações de rua".

Os recursos, no montante de R$16,4 milhões, se destinam à construção, recuperação e modernização dos espaços físicos, aquisição de equipamentos e capacitação técnica de catadores de material reciclável. Ao todo, já foram enquadrados pelo banco 34 projetos de cooperativas, que atingem um total de R$22,9 milhões, de acordo com o BNDES.

"Esses projetos visam contribuir para a complementação de políticas de desenvolvimento regional e social, em convergência com ações nacionais prioritárias, destinadas à população de baixa renda e para o desenvolvimento e difusão de tecnologias sociais, numa linha também de geração de trabalho, emprego e renda, na linha das políticas emancipatórias de outros programas sociais do nosso governo, como o Bolsa Família", afirmou Patrus Ananias.

O ministro informou que já está em curso uma contagem da população de rua, visando orientar a elaboração e implementação de políticas públicas destinadas a essa parcela da população. "Uma pesquisa para contagem da população de rua será realizada, já estamos com o edital encaminhado, em 60 municípios com população superior a 300 mil habitantes", disse. O trabalho já foi realizado em São Paulo, Belo Horizonte e Recife.

Patrus Ananias admitiu que todo o esforço empreendido não é suficiente. "Precisamos fazer mais", disse, acrescentando que o país está avançando na área social. "Quando eu vejo um momento como este registrado aqui, fica claro que nós estamos construindo, sob a liderança do presidente Lula, um Brasil novo, diferente. Um Brasil para todos".

Já o presidente Lula reafirma que papel do governo é ajudar classe pobre. "Tem uma parte da sociedade que certamente não precisa do governo. O governo precisa atender justamente aquela parte que mais necessita do Estado, que não pode reclamar. É para essa gente que o governo precisa se voltar e dar atenção", disse ele, durante a solenidade.

Lula elogiou o trabalho dos catadores, que encontraram uma maneira honesta de ter uma renda. "Não tenham vergonha de serem catadores de papel, não são menores do que ninguém. Não são inferiores a ninguém, apenas não tiveram oportunidades que outros tiveram em outros momentos", disse o presidente aos catadores de material reciclável.

O presidente ressaltou que a reciclagem significa uso adequado de energia e recursos naturais. Segundo ele, cada lata de alumínio reciclada equivale a economizar a energia gasta por um televisor ligado durante três horas.

Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o programa de apoio aos catadores terá uma execução continuada. De acordo com ele, a iniciativa tem "importância capital". Na avaliação dele, o banco terá que aprender junto com os pequenos segmentos da sociedade "a olhar para os excluídos, para aqueles que, como as cooperativas de catadores, geram oportunidades de ascensão e de consolidação, na sociedade, da esperança de que o Brasil vai se tornar um país que inclui as pessoas mais humildes". "Nós vamos continuar", reafirmou.

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