quarta-feira, outubro 18, 2006

A quem interessa a violência na campanha?

Reproduzido do Blog do Mello)

Escrevi ontem aqui uma cena carioca que presenciei no domingo. Infelizmente, a seqüência dos fatos - que não acompanhei - acabou na delegacia e no hospital.

Para quem não quiser ir ao link, resumo: assisti a uma divertida guerra de palavras de ordem entre adeptos do "Lula não" e do "Lula sim". Só que a coisa não acabou bem, como mostra a foto aqui ao lado. A publicitária Danielle Tristão - que está na foto, e é da corrente "Lula sim" - teve parte de seu dedo anular decepada pela jornalista Ana Cristina de Castro - da corrente "Lula não". A mordida foi tão violenta, que a parte do dedo não pôde ser reimplantada, o que levou o cirurgião a dizer que nunca vira nada assim: "Só mesmo com pitbull, já que parte do osso foi retirada".

Era possível prever que a coisa terminaria em selvageria. Que a partir do instante em que os "indignados úteis" começassem a perceber que não conseguiriam impedir no voto a vitória de Lula, partiriam para a violência.

Não é outra a pregação de seu guru, o senador pefelista Jorge "Essa Raça" Bornhausen (PFL-SC), um sem voto que não concorreu a nada, porque sabia que seria derrotado. Ele deu a senha para o grupo dos "indignados úteis", quando afirmou que gostaria de se ver "livre dessa raça pelos próximos 30 anos". "Essa raça" é gente como a Danielle, que teve parte do dedo amputada por uma mordida raivosa.

Mas Bornhausen é apenas o guru, o "ideólogo-mor" dessa turma, que tem em sua linha de frente Mainardi, Jabor e Reinaldo, que pregam diariamente o preconceito, o ódio, a desmoralização de qualquer pessoa que identifiquem como lulistas, petistas ou mesmo os que não são uma coisa nem outra, apenas votam em Lula. Para a turma do Bornhausen, os que agem assim são ignorantes, corruptos, corrompidos ou agem de má-fé, porque pensam diferentemente deles, que se acham os donos da verdade, os iluminados.

Felizmente, o Brasil é muito maior que nós todos. Após as eleições - qualquer que seja o resultado - segue a vida. Os perdedores têm o direito legítimo de recorrer à Justiça, caso não concordem com o resultado. Apenas isso. E todos nós temos o legítimo direito de defender nossos candidatos, sem que sejamos agredidos por isso.

Disso tudo, resta uma observação que li no Blog do Gadelha:

Curioso, vi muitas camisetas com "Lula Sim" e com "Lula Não". Não vi nenhuma com "Alckmin Sim"...

Um comentário:

Ricardo disse...

É isso aí. Os meliantes petralhas usaram toda a força que tinham para bater com seus queixos, faces e olhos nos joelhos indefesos de cidadãos tucano-orientados, o que evidentemente configurou que a turba lulista não tinha limites e seria capaz de ardis ainda mais cruéis...